Riscos inerentes ao ambiente laboral de catadores de materiais recicláveis formais e informais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/SPC2179-6858.2016.002.0009

Palavras-chave:

Coletores de Materiais Recicláveis, solid wast, Lixo Sólido, Riscos Ocupacionais

Resumo

Neste trabalho objetivou-se analisar comparativamente os riscos ocupacionais, nos quais estão submetidos os catadores de materiais recicláveis que atuam em associação e na informalidade, em Campina Grande, Paraíba, Brasil. A pesquisa participante foi realizada de março de 2012 a dezembro de 2013, com 11 catadores de materiais recicláveis, sendo sete profissionais organizados em Associação, a ARENSA (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Comunidade Nossa Senhora Aparecida) e quatro que trabalham na informalidade. Os grupos escolhidos residem no mesmo bairro, Tambor. Os riscos ocupacionais averiguados foram os químicos, físicos, biológicos e ergonômicos. Verificou-se que os catadores de materiais recicláveis estão submetidos diariamente, em suas rotinas de trabalho, a diferentes riscos ocupacionais, dentre eles, exposição a ruídos, vibração, radiação solar, alteração da temperatura, contato direto e indireto com materiais químicos, como solventes e líquidos que vazam de pilhas e baterias, exposição a organismos patogênicos contidos em resíduos orgânicos, sanitários e de serviço de saúde. Realizam esforço físico intenso durante a coleta e transporte de materiais recicláveis, numa jornada de trabalho que ultrapassa a oito horas diárias. No entanto, os riscos são intensificados entre os catadores de materiais recicláveis informais. Dentre outros fatores, falta de formação, por não receberem os resíduos selecionados e higienizados na fonte geradora, mantendo contato direto com os demais tipos de resíduos (orgânicos, sanitários e de serviço de saúde), agravando-se pela ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante atividades laborais. Conclui-se que existe relação entre a organização de catadores de materiais recicláveis em associação e a diminuição dos riscos inerentes ao exercício da profissão, quando comparado aos informais. No entanto, os catadores de materiais recicláveis associados não se encontram isentos destes riscos, requerendo políticas públicas mais efetivas, especialmente relacionadas à Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

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Biografia do Autor

Lívia Poliana Santana Cavalcante, Universidade Federal de Campina Grande

Graduada em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas - UEPB (2011). Especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável - UNINTER (2013). Mestre (2014) e Doutoranda em Recursos Naturais - PPGRN/CTRN/UFCG. Desenvolve pesquisas com ênfase em: Gestão Ambiental, Educação Ambiental, Saneamento Ambiental, Sustentabilidade, Biossegurança e Avaliação de Impactos Ambientais. Possui experiência em Biologia geral, Ensino de Ciências e Biologia, Educação Ambiental, Gestão Ambiental, Saneamento Ambiental e Biossegurança. Possui interesse nas temáticas: Justiça Ambiental, Ecologia Humana, Ecologia Industrial. 

Monica Maria Pereira da Silva, Universidade Federal de Campina Grande

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba (1990), mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (2000) e doutorado em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande (2008). Atualmente é professor doutor nível D da Universidade Estadual da Paraíba. Tem experiência nas áreas de Educação Ambiental, Gestão e Saneamento Ambiental e Tratamento Biológico de resíduos sólidos orgânicos. Atuando principalmente nos seguintes temas: Percepção Ambiental, Formação e estratégias em Educação Ambiental, Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; Tratamento de Resíduos sólidos orgânicos, formação e mobilização de catadores de materiais recicláveis, tecnologias sociais para gestão integrada de resíduos sólidos e viabilização de exercício profissional de catadores de materiais recicláveis. Integra também o movimento ambiental nacional.

Vera Lúcia Antunes de Lima, Universidade Federal de Viçosa

Possui graduação em Engenharia Agrícola (1984) e mestrado em Engenharia Civil (1991) pela Universidade Federal da Paraíba e doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (1998). Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal de Campina Grande. Tem experiência na área de Irrigação e Drenagem, com ênfase em Tecnologia e Problemas Sanitários de Irrigação, atuando principalmente nos seguintes temas:reúso de água; movimento de solutos; eficiência de irrigação; culturas irrigadas; drenagem de terras agrícolas; propriedades físico-hídricas do solo.

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Publicado

2016-06-25

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