Composição florística de uma floresta de várzea sob influência da macrodrenagem em Belém, Pará

Resumo

Estudos demonstraram que a tendência da ocupação urbana nas grandes cidades é consumir quantidades cada vez maiores de áreas verdes, o que vem provocando sérios danos ao ambiente natural e a saúde das populações.  Para tanto, com o objetivo de avaliar os impactos negativos na composição florística, foi realizado o inventário de espécies florísticas da região. A área do estudo possui 44,06 ha e se insere no Parque Ecológico do Município de Belém distando cerca de 2 km da área aeroportuária. Na elaboração do mapa de vegetação, fez-se análise em ortofotos do aerolevantamento da cidade de Belém e utilizou-se de bases cartográficas do IBGE e levantamento topográfico. Para efeito de avaliação dos parâmetros, comparou-se o levantamento em três áreas distintas internas ao Parque. Nas áreas internas ao Parque, observou-se uma forte identidade florística entre os fragmentos traduzida nos valores de dominância, abundância e frequência das espécies. Na área A1 (Áreas contíguas), os valores de dominância e abundância foram 29,51m²/ha e 1.783 ind./ha, A2 (Áreas adjacentes), 30,01m²/ha e 1.723 ind./ha e A3 (Área de entorno), 31,18m²/ha e 841 ind./ha, respectivamente. Os principais descritores avaliados pelas análises fitossociológicas apontam para um ambiente rico e diversos quando comparado a outras comunidades florísticas, indicando tratar-se de uma comunidade madura com os diversos estádios de florestas na Amazônia. O alto grau de homogeneidade entre as parcelas indica tratar-se de um mesmo ambiente florístico, sugerindo que as perdas qualitativas em decorrência ao desmatamento na área do canal, não deva provocar alterações na diversidade florística do Parque.