Tendência temporal dos afastamentos do trabalho por transtorno depressivo em uma Universidade Pública Federal, 2012-2022

Resumo

O objetivo principal do estudo foi analisar a tendência temporal dos afastamentos por transtorno depressivo, em servidores públicos de uma universidade federal, entre 2012 a 2022. Quanto ao método, trata-se de uma análise de série temporal das taxas dos afastamentos por transtorno depressivo unipolar, ocorrido com professores e técnicos administrativos que possuíam diagnóstico de transtorno depressivo F32 e F33, de acordo com a 10ª versão do Código Internacional de Doença. Foram avaliadas as variáveis sociodemográficas, profissionais e as taxas anuais dos afastamentos. A análise descritiva foi realizada a partir da distribuição de frequência absoluta e relativa, incluindo às medidas de dispersão. A regressão de Prais-Winsten foi usada para efetuar a análise de tendência e cálculo da variação anual, com nível de significância estatística menor que 0,05%. Os dados foram coletados no Sistema de Gestão de Pessoas, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Os resultados obtidos, demostraram que ocorreram 2244 afastamentos do trabalho por transtorno depressivo em servidores públicos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS, de 2012 a 2022, com uma média de 36,14 (± 25,035) dias, variando de 1 a 180 dias. Também foi observado uma tendência crescente no número de dias de afastamento para a Escolaridade Ensino Fundamental (4,718%; p=0,036), para o Estado Civil Separado Judicialmente (2,150%; p=0,004) e para a faixa etária até 51 anos (0,601%; p=0,054), que ficou no limiar da significância estatística. Conclui-se que as tendências detectadas nas variáveis de agrupamento forneceram um diagnóstico dinâmico da ocorrência dos afastamento e sua previsão, sendo útil para que gestores planejarem intervenções em saúde direcionadas aos servidores.