Agroextrativismo em transição: caso dos pequenos produtores e coletores de bacuri da mesorregião Marajó, Amazônia Oriental
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.001.0003Palavras-chave:
Socioeconomia Rural., Produção Agrícola., Extrativismo., Bacurizeiros., Recursos Naturais.Resumo
Este artigo avaliou os aspectos de sustentabilidade social e econômica da coleta extrativa e manejada do fruto de bacuri e das práticas agrícolas realizadas pelos pequenos produtores e coletores da Mesorregião Marajó. A pesquisa foi realizada nos Municípios de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Ponta de Pedras. Os procedimentos metodológicos foram baseados numa análise quali-quantitativa. Realizou-se a aplicação de questionários semi-estruturados para 52 pequenos produtores e coletores de bacuri. Os resultados demonstram que 32 (61,5%), 28 (53,8%) e 22 (42,3%) pequenos produtores realizam o cultivo e venda de mandioca, açaí e abacaxi, respectivamente. Essas são as culturas comumente comercializadas pela maioria dos entrevistados, ao longo do período que os bacurizeiros não estão no período de safra. Quanto ao nível de satisfação em relação à venda dos frutos de bacuri, 14 pequenos produtores declararam que a comercialização é pouco satisfatória (27,0%), 11 afirmaram que é razoavelmente satisfatória (21,1%), e 27 consideram a venda muito satisfatória, configurando 51,9% das entrevistas. Portanto, os informantes possuem sistemas agroextrativistas presentes nas suas atividades produtivas, e os aspectos de sustentabilidade social e econômica da dinâmica produtiva e comercial do fruto de bacuri, demonstram a importância dessa cultura na complementação financeira dos pequenos produtores entrevistados, pois, a maioria possui a percepção de que a venda deste produto extrativista gera retorno econômico, que pode ser potencializado por meio do manejo.
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