Circulação secundária atípica em meandro fluviomarinho como parâmetro hidrodinâmico em ecossistema aquático amazônico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.003.0021

Palavras-chave:

Curvaturas de canais, Fluxo secundário, Hidrodinâmica fluvial, Morfologia fluvial, Fluxo helicoidal

Resumo

A circulação lateral (CL) em curvaturas de rios é influenciada pela morfologia dos canais, sendo relevante em processos de mistura que interferem na variação da qualidade da água. O objetivo desta pesquisa é avaliar CL a partir do escoamento hidrodinâmico, curvatura e geometria de um rio fluviomarinho amazônico. O escoamento foi quantificado em uma seção transversal do Rio Araguari-Amapá/Brasil cujas características geométricas são consideradas ideais para testar CL em trechos curvos (raio de curvatura ≈5900 m). As medidas ocorreram trimestralmente durante ciclos de marés semidiunos (12,5h), em Junho, Setembro e Dezembro/2013 e Março/2014 e 2015, utilizando um perfilador de corrente acústico (ADCP). Este trecho apresenta perturbação hidrodinâmica de um afluente próximo a montante de uma expansão lateral do canal, que varia de 850 para 1750 m e, posteriormente, de 1750 para 2900 m. Os perfis hidrodinâmico e geométrico foram processados nos softwares Matlab e Tecplot, permitindo avaliar e comparar o padrão das linhas de corrente do escoamento formador da CL com informações similares da literatura. Os resultados indicaram ausência de um padrão helicoidal típico. Assim, na maré vazante as linhas de corrente fluem da margem externa para a interna em descendente da superfície para o fundo. Na maré enchente, ocorreu o oposto, com linhas de corrente fluindo da margem interna para a externa em ascendência. Testes estatísticos de hipótese mostraram que fatores físicos além da curvatura (rio a montante, expansão geométrica, fases das marés e sazonalidade) restringiram a formação do padrão helicoidal esperado na seção de estudo. Concluímos que apesar destes fatores a intensidade do fluxo secundário foi mais influenciada pela fase da maré, onde o menor valor de Vy((Transversal)/Vx(Longitudinal) ocorreu na fase vazante (≈ 0,091) e o maior na fase enchente (≈ 0,169).  Assim, CL variou no intervalo [≈10% ≤ CL ≤ ≈17%], representando uma considerável forçante física de mistura no escoamento, mesmo em rios com curvaturas relativamente baixas como a apresentada no Rio Araguari no presente estudo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eldo Silva dos Santos, Universidade Federal do Amapá

Doutor (2017) e mestre (2012) em Biodiversidade Tropical pela Universidade Federal do Amapá. Graduação em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (2002), graduação em Engenharia Química na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Ecole Nationale Supérieure de Chimie de Clemont-Ferrand (2003). Professor da Universidade Federal do Amapá. Tem experiência na área de Engenharia Química, atuando principalmente nos seguintes temas: recursos hídricos, impacto ambiental, hidrodinâmica, modelagem ambiental e qualidade da água.

Alan Cavalcanti da Cunha, Universidade Federal do Amapá

Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Pará, especialista em Educação Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade de São Carlos (USP-CRHEA), especialista em Controle da Poluição das Águas em Países Sulamericanos (JICA - Japão), mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo e doutor em Engenharia Civil - Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC-USP). Pós-Doutorado em análise isotópica estável e suas aplicações na quantificação de fluxos hidrológicos entre ecossistemas aquáticos tropicais (Departamento de Biologia da Universidade de Miami (UM/EUA) e Pós-Doutor em Engenharia pela (American World University). Atualmente é Professor Associado III do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Amapá, professor permanente dos Programas de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBio - UNIFAP/IEPA/EMBRAPA-AP/CI) e Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA). Atua nas áreas de Ciências Ambientais: : Água e Energia. Modelagem de Sistemas Ambientais, Hidráulica e Saneamento, Fenômenos de Transporte, Clima e Recursos Hídricos, Limnologia, Estatística Aplicada à Ecologia.

Downloads

Publicado

2021-01-13

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)