Qualidade da água em diferentes fases operacionais da estação de tratamento de água de Macapá

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.006.0010

Palavras-chave:

Abastecimento de água, Teste de Jarro, Monitoramento, Séries Temporais, Amazônia

Resumo

O objetivo da presente pesquisa foi testar estatisticamente a variação de parâmetros de qualidade da água com base em indicadores de etapas operacionais unitárias da Estação de Tratamento de Água de Macapá (ETAM)/Amapá-Brasil. A metodologia consistiu em: a) análise de séries temporais disponíveis de parâmetros da qualidade da água (Cloro (Cl), pH, Turbidez e Cor Aparente) durante os meses de julho e agosto de 2016, 2017 e 2019; b) monitoramento e verificação de parâmetros da qualidade da água (Cl, pH, Turbidez e Cor Aparente, Coliformes Totais e E. coli (junho a agosto de 2021)) para testar sua conformidade com a legislação e confrontá-los com as séries históricas, analisando suas variações após a expansão da ETAM; c) testar estatisticamente a influência de variáveis independentes da qualidade da água e fatores operacionais (ETA 1, 2 e 3; Hora; Dia; Mês; Ano; Etapa Operacional de Captação, Floculação, Decantação, Filtração e Desinfecção) na concentração de Cl (Kruskal-Wallis, regressões simples e múltiplas, α < 0,05). Os resultados mostraram que a concentração de Cl variou significativamente com todos os parâmetros e fatores (exceto “Mês” do Ano) (p<0,05). Análises de regressões múltiplas indicaram que a concentração de Cl foi significativamente correlacionada com as variáveis “Dia, Ano e Cor Aparente da série” (Raj2(GL=2107, F = 340,1) = 0,33, p<0,001). Na análise da série atual de 2021 não foi observada variação significativa de Cl com Coliformes Totais e E. coli, sendo este resultado paradoxalmente oposto aos anos 2016, 2017 e 2019. Na aplicação de coagulantes e polímeros em testes de jarros, observou-se falhas operacionais de dosagens, indicando ineficiência de controle de insumos químicos na ETAM. Conclui-se que a variação dos parâmetros da qualidade da água da série histórica é dependente de fatores operacionais (ETA, Etapa, Hora, Dia e Ano). Entretanto, não foi confirmada a hipótese de melhoria da qualidade da água após a expansão da ETA2 (p<0,01). Isto é, a modernização da infraestrutura não impactou positivamente a eficiência geral da ETAM. Pelo contrário, a qualidade da água tratada não atendeu aos estabelecidos pela Portaria GM/MS Nº 888, de 4 de 05/2021. Ou seja, a ETA3 não foi mais eficiente na desinfecção por Cl que as primeiras. Assim, confirma-se a hipótese de que a melhoria da infraestrutura da ETAM não impactou diretamente na eficiência e conformidade dos padrões de qualidade da água produzida. Este fato reduziu suas potencialidades operacionais e não refletiu em aumento da eficiência operacional das operações unitárias.

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Biografia do Autor

João Paulo Santos Amaral, Universidade Federal do Amapá

Atualmente é agente de saneamento da Companhia de Água e Esgoto do Amapá. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Engenharia Civil. Proficiência em Inglês. Conhecimento na área de tratamento e distribuição de água, tendo maior interesse nessa área e na construção civil.

Alan Cavalcanti da Cunha, Universidade Federal do Amapá

Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Pará, especialista em Educação Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade de São Carlos (USP-CRHEA), especialista em Controle da Poluição das Águas em Países Sulamericanos (JICA - Japão), mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo e doutor em Engenharia Civil - Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC-USP). Pós-Doutorado em análise isotópica estável e suas aplicações na quantificação de fluxos hidrológicos entre ecossistemas aquáticos tropicais (Departamento de Biologia da Universidade de Miami (UM/EUA) e Pós-Doutor em Engenharia pela (American World University). Atualmente é Professor Associado IV do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Amapá, professor permanente dos Programas de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBio - UNIFAP/IEPA/EMBRAPA-AP/CI), Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e coordena atualmente o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biodiversidade (BIONORTE/AP). Atua nas áreas de Ciências Ambientais: Água e Energia Renovável. Modelagem de Sistemas Ambientais, Hidráulica e Saneamento, Fenômenos de Transporte, Clima e Recursos Hídricos, Limnologia, Estatística Aplicada à Ecologia.

Publicado

2023-01-08

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