Perdas pós-colheita e destinação final de frutas em segmentos comerciais de Teresina (PI)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.003.0034

Palavras-chave:

Capacitação, Educação Ambiental, Gerenciamento, Resíduo Orgânico, Sustentabilidade

Resumo

As perdas pós-colheita representam alto custo ao setor comercial e ocasionam impactos ambientais negativos. A destinação ambientalmente inadequada de resíduos orgânicos é uma questão problemática no Brasil, onde mais de 50% dos seus resíduos totais são com estas características e menos de 2% destes são reciclados por meio de compostagem. Há escassez de informações sobre perdas pós-colheita e destinação de resíduos orgânicos para vários estados brasileiros, notadamente o Piauí. Desse modo, objetivou-se realizar um levantamento do perfil socioeconômico, cenário de comercialização, perdas pós-colheita, descarte e destinação final de frutas em segmentos comerciais de Teresina (PI). Para isto, realizaram-se entrevistas em 10 supermercados, 20 estabelecimentos da Ceasa e 40 feirantes de duas feiras livres, através de um questionário composto por 40 perguntas objetivas. Constatou-se que o cenário de comercialização apresenta frutas oriundas de outros estados (95%), principalmente do Ceará, escoadas em vias asfaltadas através de caminhões de carga coberta com lona. Essas ficam geralmente de 1 a 5 dias expostas para comercialização, com escassos/ausentes investimentos para conservação. Os supermercados ofertam entre 157 e 2450 kg semana-1; Ceasa, 1 e 364 kg semana-1; feiras livres, 2 e 450 kg semana-1. As perdas altas foram expressivas nos três segmentos: feiras livres (91%), supermercados (64%) e Ceasa (45%). Para frutas climatéricas, mamão ‘Formosa’ é o mais perdido nos supermercados (16%), ao passo que abacate na Ceasa (15%) e goiaba nas feiras livres (37%). Entre as frutas não-climatéricas, a uva verde é a mais perdida, com destaque à ocorrência em feiras livres (26%). Essas perdas são descartadas separadamente de outros resíduos, destacadamente em supermercados (100%). A grande parte desses resíduos orgânicos (55 a 60%) apresenta destinação final ambientalmente inadequada, pois são encaminhados para o aterro controlado independente do segmento estudado. Há necessidade de melhor capacitação e conscientização dos comerciantes quanto à adoção de boas práticas pós-colheita, gerenciamento da atividade comercial e educação ambiental, como forma de reduzir prejuízos financeiros e impactos ambientais. 

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Biografia do Autor

Clotilde de Morais Costa Neta, Universidade Federal do Maranhão

Graduada em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão, Campus Chapadinha-MA.

Ana Karoline Viana Martins, Universidade Federal do Maranhão

Estudante de Graduação em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão, Campus Chapadinha.

Deucleiton Jardim Amorim, Universidade Estadual de São Paulo

Estudante de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Proteção de Plantas, Universidade Estadual de São Paulo, Campus Botucatu-SP.

Marcelo de Sousa da Silva, Universidade Federal do Maranhão

Estudante de Graduação em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão, Campus Chapadinha-MA.

Lusiane de Sousa Ferreira, Universidade Federal do Espírito Santo

Estudante de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade Federal do Espírito Santo, Campus de Alegre - ES.

Maria das Dores Cardoso Silva, Universidade Federal do Maranhão

Graduada em Agronomia, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão, Campus Chapadinha-MA.

Isabela Cristina Gomes Pires, Universidade de São Paulo

Estudante de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências, Universidade de São Paulo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Campus de Piracicaba-SP.

Edmilson Igor Bernardo Almeida, Universidade Federal do Maranhão

Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Universidade Federal do Maranhão, Campus IV.

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Publicado

2020-04-02

Edição

Seção

Planejamento, Gestão e Políticas Públicas Ambientais

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