Viabilidade econômica da aplicação de lodo de esgoto em plantio de eucalipto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.005.0026

Palavras-chave:

Biossólido, Eucalyptus Grandis, Produção de Madeira, Economia Florestal

Resumo

O lodo de esgoto (LE) aplicado em solos de florestas plantadas, com base no critério do nitrogênio, pode aumentar a produção de madeira sem causar danos ao ambiente florestal. Entretanto, ainda é necessário analisar a viabilidade econômica dessa prática que pode ser um fator limitante para a reciclagem deste resíduo. Assim, o objetivo do trabalho foi realizar a avaliação econômica do uso de LE (0; 7,7; 15,4 e 23,1 Mg ha-1) sem e com complementação de fertilizante mineral nitrogenado e fosfatado em comparação a adubação convencional de um povoamento de Eucalyptus grandis aos 7,9 anos após o seu plantio através do método de VPLA (Valor Presente Líquido Anualizado), TIR (Taxa Interna de Retorno) e IBC (Índice Benefício/Custo). Foram consideradas taxas de desconto de 6 e 12% a.a. e três cenários nos quais o produtor florestal assume por 100, 50 e 0% dos custos de transporte do lodo. Verificou-se maior produção de madeira no tratamento com 15,4 Mg ha-1 de LE, o qual obteve 338 m3 ha-1. Porém, a adubação mineral convencional representou a opção com melhor viabilidade econômica em todas as situações analisadas, exceto para o cenário no qual o produtor florestal estaria isento do transporte do LE. Notou-se que a variação nas taxas de juros propostas proporcionou maiores acréscimos de VPLA que a alteração de cenários (redução do custo de transporte). Portanto, conclui-se que este produtor florestal apenas se motivaria em aplicar o lodo de esgoto em relação à prática já usual se o custo de transporte deste resíduo não fosse arcado por ele. É importante considerar também que o fator de risco associado ao mercado de LE para aplicação agrícola, o qual não é estruturado e coordenado, pode interferir na tomada de decisão deste produtor.

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Biografia do Autor

Lúcia Pittol Firme de Moraes, Universidade de São Paulo

Engenheira Agrônoma pela Faculdade Federal de Viçosa (2002). Mestrado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP, bolsista CAPES (2005). Doutorado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP, bolsista CNPq (2009). Pós-doutorado em Nutrição Mineral e de Plantas no Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP, bolsista CNPq-DTI (2011). Coordenadora de experimentos e relatórios de pesquisa para a Verde Fertilizantes S/A (2013). Colaboradora na execução de projetos agronômicos e relatórios de monitoramento de fertirrigação de efluentes agroindustriais em solos agrícolas para a Biossolo Agricultura & Ambiente Ltda (2014). Desde 2015, associada à Biossolo Serviços Agronômicos e Ambientais Ltda e coordenadora de projetos agronômicos e relatórios de monitoramento de fertirrigação de efluentes de agroindústrias em solos agrícolas e de projetos de reaproveitamento de lodo de esgoto como fertilizante orgânico. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Nutrição Mineral de Plantas, Fertilidade do Solo e Adubação e Reciclagem de Resíduos na Agricultura.

Gregori da Encarnação Ferrão, Universidade Federal do Maranhão

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (2003), mestrado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas pela Escola Superior de Agricultura ´Luiz de Queiroz´/USP (2006) e doutorado pelo Programa de Pós Graduação em Ciências no Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP (2013). Atuou como Coordenador do Curso de Agronomia da UFMA no mandato de 2016 a 2018. Atualmente é Professor Adjunto III lotado na Coordenação do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Solos e Fisiologia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: Nutrição Mineral de Plantas, Fotossíntese, Gases do efeito estufa, Plantio Direto, Produção de mudas e Cultura de tecidos.

Luiz Carlos de Faria, Universidade Federal de São Carlos

Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Ciências Florestais e Doutor em Recursos Florestais pela ESALQ/USP. Atualmente é professor associado da Universidade Federal de São Carlos junto ao Departamento de Ciências Ambientais, Centro de Ciências e Tecnologias para Sustentabilidade. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Economia Florestal, atuando principalmente nos seguintes temas: arborização urbana, gestão ambiental, avaliação econômica, legislação ambiental. 

Cássio Hamilton Abreu Júnior, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1989), mestrado em Ciências (Energia Nuclear na Agricultura) pela Universidade de São Paulo (1993), doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade de São Paulo (1999) e livre-docência pela Universidade de São Paulo (2011). Atualmente é Professor Associado da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo, Nutrição de Plantas e Manejo (adubação) Florestal, atuando principalmente com os seguintes temas: eucalipto, cana-de-açúcar, lodo de esgoto, composto orgânico, composto de lixo, metais pesados, nitrogênio e fósforo.

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Publicado

2018-09-24

Edição

Seção

Planejamento, Gestão e Políticas Públicas Ambientais

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