Geotecnologias e qualidade da água: estudos em reservatórios de abastecimento público
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.007.0055Palavras-chave:
Geotecnologias, Abastecimento de água, Uso e ocupação do solo, Ecologia da paisagemResumo
O uso e a ocupação do solo das bacias de contribuição dos reservatórios, além de outras atividades antrópicas, influenciam na qualidade das águas superficiais. Considerando-se os impactos causados pelas alterações da paisagem na qualidade da água, o conhecimento da dinâmica das mudanças de uso do solo nas bacias hidrográficas dos reservatórios de abastecimento público de regiões metropolitanas tornou-se uma atividade vital na gestão dos recursos hídricos. Tendo em vista a importância do gerenciamento do uso e ocupação do solo na qualidade da água, este artigo busca demonstrar como as geotecnologias podem contribuir na análise dos impactos das alterações no uso e ocupação do solo na qualidade da água em reservatórios de abastecimento público. A metodologia proposta envolve desde a caracterização e quantificação das classes de cobertura e uso do solo em diferentes épocas e sua correlação com os indicadores relativos à qualidade da água. O estudo ocorreu nos três reservatórios que compõem o sistema Paraopeba (Vargem das Flores, Serra Azul e Rio Manso), que é responsável por grande parte do abastecimento da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG. Foram utilizados dados oficiais e de acesso público. A metodologia recorre a análises multitemporais da dinâmica das classes de uso e ocupação do solo e métricas da paisagem no entorno dos reservatórios. O processamento e a análise dos dados foram realizados nos softwares gratuitos QGIS 3.8 e Fragstats 4.2. Os resultados demonstram que as alterações no uso e ocupação do solo refletem na qualidade da água em reservatórios de abastecimento público de região metropolitana. Foi produzido um diagnóstico dos impactos das alterações superficiais da paisagem na qualidade da água. Os mapas classificados da Plataforma MapBiomas são satisfatórios no que diz respeito à qualidade temática (índice Kappa), demonstrando a viabilidade de sua utilização em análises ambientais. Os resultados alcançados, somados a outras informações, certamente permitiriam aos órgãos públicos (executivo e o ministério público) tomar decisões mais assertivas no que dizem respeito à gestão e fiscalização dos recursos hídricos. A pesquisa desenvolvida é original e como a metodologia proposta se valeu apenas de ferramentas gratuitas e dados públicos de órgãos oficiais, acreditamos que essa medida pode contribuir para a replicabilidade do trabalho.
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