Conhecimento tradicional de pescadores de arraias de água doce da região Amazônica
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.002.0015Palavras-chave:
Etnoictiologia, Arraias, Ãgua Doce, Pescadores, AmazôniaResumo
A Etnociência surge como uma importante ferramenta integradora do conhecimento acadêmico e do conhecimento dos pescadores. O objetivo do presente estudo é realizar uma análise do perfil socioeconômico e do conhecimento tradicional sobre as arraias de água doce em relatos de pescadores no município de Barcelos, Amazonas. Foram entrevistados 54 pescadores que foram afetados por acidentes com arraias. Observou-se que 89,0% são do sexo masculino, demonstrando a manutenção das atividades de pesca que são passadas pelas famílias de crianças e jovens. A proporção de casos ocorreu com pescador com mais de 50 anos (62,2%). Há uma predominância do uso de puçá e rapiché que é um tipo de pesca ativa na qual não causa nenhum dano aos animais. Um total de 2,0% não identificou as cinco espécies presentes no rio Negro. Entre os sintomas apontados pelos pescadores após o acidente, foram citados dor, edema e, algumas vezes, necrose. É possível auxiliar os pescadores de águas doce sobre como se sucedeu os acidentes, as localidades e os mecanimos de atuação dos venenos, bem como a forma com que os pescadores utilizaram para minimizar os efeitos dos ferimentos. As informações geradas aqui podem servir de base para que os ribeirinhos ao ser acidentados por arraias de água doce tenham uma forma de mitigar ou até mesmo de eliminar a dor causada pelo veneno presente nos ferrões desses animais tão temido pelos povos ribeirinhos da Amazônia.
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