Caracterização mineralógica de argilas moles presentes nos arredores da reserva natural de Guaratiba: zona oeste do município do Rio de Janeiro

Resumo

A expansão desordenada dos grandes centros, bem como a falta de estudos mais aprofundados, acarretaram na crescente ocupação de áreas irregulares, assim como acontece hoje nas ultimas áreas de manguezais da reserva natural de Guaratiba. A argila mole, muito presente na costa brasileira, sempre proporciona um desafio, quanto à análise do seu comportamento, pois áreas próximas e com presença de espessuras consideráveis de argila mole, podem apresentar comportamentos geomecânicos distintos. Com a finalidade de constribuir para melhor compreensão do comportamento das arligas moles, bem como aprofundar os estudos nessas áreas de preservação, tão importantes para a manutenção do bioma local, o presente estudo aprofunda o conhecimento sobre a mineralogia dos solos da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Foram realizados ensaios de difração de raio-x nas profundidades entre 4m e 6m, das  nove amostras analisadas, bem como ensaios de fluorescência de raios – x, com a finalidade de complementação da caracterização mineralógica da região em estudo. Todos os ensaios realizados, respeitaram o bioma local, visando a sua preservação. Uma variedade grande de argilominerais, bem como minerais não argilosos, quartzo, feldspato e poligorsquite, foram encontrados nas amostras. Do grupo dos argilominerais identificados, as Illitas, Caulinitas e Vermiculitas foram os argilominerais mais presente nas amostras, sendo a Illita o argilomineral que mais contribue para o comportamento do solo, pois apresenta mais que 25% do material constituinte do solo. A presença de argilominerais de baixa atividade, como Illita, Clorita, Caulinita e Mica, propicia o desenvolvimento de alta sensibilidade ao amolgamento, pois estão sujeitos à redução do limite de liquidez e da resistência amolgada sob alterações químicas no ambiente, como lixiviação e ação de agentes dispersantes.