Aderência de barras de polímero reforçado com fibra de vidro através de traspasse em vigas submetidas à flexão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.008.0010

Palavras-chave:

Aderência, GFRP, Traspasse, Poliolefina, Fibras

Resumo

Barras em polímero reforçado com fibra de vidro, GFRP, possuem grande resistência à tração, superiores ao aço convencional de armaduras passivas e não são suscetíveis à corrosão. A utilização desses materiais em estruturas submetidas à alta agressividade ambiental, como em regiões de respingo de maré, pode reduzir o custo global da construção ao longo de sua vida útil, diminuindo os custos associados a reparos causados por corrosão dos reforços metálicos. Contudo, esses materiais possuem, além de comportamento anisotrópico, baixa aderência ao concreto e esse fator é determinante no dimensionamento desse material para uso como reforço estrutural. Nesse estudo, foram moldadas quatro vigas com concreto autoadensável, sendo duas vigas com fibras de poliolefina e duas sem fibras. Foram utilizados dois diferentes comprimentos de traspasse, vinte e cinco e quarenta diâmetros, utilizando barras em GFRP de fabricação nacional. A metodologia de ensaio foi o traspasse do reforço longitudinal em GFRP no terço médio das vigas, região de momento constante, de modo a avaliar a tensão de aderência na interface entre barras em GFRP e concreto. A maioria dos trabalhos para avaliação de aderência utiliza ensaios de arrancamento, os quais não correspondem ao real estado de tensões no entorno das barras em elementos submetidos à flexão. Portanto, neste trabalho, além da avaliação da tensão de aderência nas barras em GFRP nacional, utilizando uma metodologia de ensaio nunca publicada no país, buscou-se verificar a contribuição de fibras de poliolefina à aderência em concreto autoadensável para o uso de barras em GFRP. Essa solução de barras em GFRP e concreto reforçado com fibras de poliolefina representa um avanço em termos de durabilidade, já que nenhum dos materiais está submetido à corrosão metálica, diferentemente dos reforços tradicionais metálicos. Foi verificado que maiores comprimentos de traspasse reduzem a tensão de aderência, como reportado em diversos trabalhos de referência, aumentando a carga última das vigas, o uso de fibras de poliolefina aumentou a tensão máxima de aderência em até 57% e a carga última em até 12,87%. A contribuição das fibras de poliolefina é mais relevante para menores comprimentos de aderência. O padrão de ruptura é compatível com ruptura do traspasse.

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Biografia do Autor

Jorge Luiz Alves Junior, Instituto Militar de Engenharia

Mestre em Infraestrutura de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), Graduado em Engenharia Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), Especialista em Docência no Ensino Superior (SENAC-SP), Engenharia Diagnóstica: patologia, desempenho e perícias na construção civil (INBEC-Rio) e Transporte Ferroviário de Carga (IME), Atua como perito da Justiça Federal e Estadual, professor horista no Curso de Formação de Cadetes do CBMERJ (disciplinas ligadas à engenharia civil) e Engenheiro Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/Petrópolis - Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Possui experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Fiscalização de Obras: perícia, patologia, concreto, recuperação e reforço.

Fábio Grisolia de Ávila, Instituto Militar de Engenharia

Possui graduação em Engenharia de Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia(2002), mestrado em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia(2008) e doutorado em Engenharia de Defesa pelo Instituto Militar de Engenharia(2018). Atualmente é Professor Nomeado do Instituto Militar de Engenharia. Tem experiência na área de Engenharia Civil. Atuando principalmente nos seguintes temas:VIga-parede, Reforço. 

Ana Maria Abreu Jorge Teixeira, Instituto Militar de Engenharia

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), Mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e Doutorado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Professora nos cursos de graduação e pós-graduação do Instituto Militar de Engenharia (2005 a 2019). Integrante do Comitê de Avaliadores 2019 da Revista da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Estruturas, atuando principalmente nos seguintes temas: estruturas de materiais compósitos, estruturas de concreto, reparo e reforço de estruturas, estruturas de madeira, projeto de pontes e análise experimental de estruturas. Possui Curso de Direção para Engenheiros Militares (2020). Chefe da Comissão Regional de Obras da 9a Região Militar (11/01/2021 a 19/12/2022). Estagiária do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra (2023).

Publicado

2023-01-08

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