Uso de agrotóxicos em áreas antropizadas da Amazônia Ocidental pela agricultura familiar
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.008.0004Palabras clave:
Agrotóxico, Contaminação, Risco humano, Risco ambiental, AmazôniaResumen
A região amazônica tem sido cenário de acontecimentos que produzem consequências complexas para a biodiversidade, o ambiente e as sociedades humanas, sobretudo pelo desmatamento para a implantação da agropecuária e contaminação ambiental por resíduos decorrentes da produção, sobretudo os agrotóxicos. Em decorrência desta problemática, envolvendo a produção animal, vegetal e o ambiente, este trabalho teve por objetivo identificar as práticas adotadas com uso de agrotóxicos em áreas antropizadas pela agricultura familiar na microrregião de Cacoal (RO). Para tal, foram visitadas propriedades rurais para a coleta de dados sobre as características zootécnicas de produção, enfermidades recorrentes, adoção de práticas terapêuticas com antiparasitários e uso de defensivo agrícola. Foram visitadas 227 (1,34%) propriedades de um total de 16.856 pertencentes à microrregião de Cacoal (RO). As ectoparasitoses, como os carrapatos (92,45%) e a mosca-dos-chifres (77,36%), foram as enfermidades mais recorrentes em bovinos, no qual o controle é realizado através do uso de agrotóxicos. Foram identificadas nove bases químicas diferentes utilizadas para o controle de tais enfermidades, entre estas, as mais utilizadas eram os piretroídes, organofosforados e avermectinas. Além do que, as primeiras apresentaram alta frequência de uso, em 47,8% e 41,2% das propriedades visitadas, e estavam associadas à resistência dos carrapatos aos carrapaticidas. Quanto ao uso de agrotóxicos em cultivos, observou-se a utilização destes em 116 propriedades (59,7%), principalmente para o controle de plantas invasoras. O ácido piridinocarboxílico era o mais utilizado, seguido do ácido aniloxialcanoico e os Fenoxiácidos, sendo os dois primeiros extremamente tóxicos para o homem e animais. Além disso, o ácido piridinocarboxilico, usado em 41% das propriedades, apresenta alto potencial de periculosidade ambiental. Os resultados deste trabalho demonstram um risco associado ao uso de agrotóxicos em ambientes antropizados da floresta amazônica para a biodiversidade e alto grau de risco de intoxicação humana e/ou propagação destes, através de produtos de origem animal advindo da região.
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