Estudo do desenvolvimento urbano da bacia hidrográfica do Rio Ponte Grande, em Lages/SC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.001.0029

Palavras-chave:

Ocupação do solo, Bacia hidrográfica, Vulnerabilidade, Planejamento urbano, Desenvolvimento sustentável

Resumo

A crescente urbanização e industrialização das cidades, aliada a uma visão econômica e favorável a minorias, fez com que diversas pessoas se dirigissem para áreas periféricas, com infraestrutura precária. Realizar estudos e monitoramento quanto a ocupação do solo faz com que o planejamento urbano seja regrado, com enfoque na preservação e na qualidade de vida da população. O presente estudo objetivou-se analisar o uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Ponte Grande, área urbana do município de Lages, em Santa Catarina, utilizando-se de imagens de satélite TM-Landsat 5 e 8, ao longo dos últimos 35 anos. O acesso às imagens foi possível acessando-se o catálogo do Serviço Geológico dos Estados Unidos e o processamento das mesmas foi executado no software ENVI® 4.7. Para a identificação das Áreas de Preservação Permanente (APP’s) utilizou-se o software ArcGis® 10.1, com integração de dados para a geração dos mapas. As classes identificadas para realizar a confecção do mapa e posterior estudo foram: floresta nativa, reflorestamento, campo, área urbana, corpos d’água, solo exposto e agricultura. Após análise da ocupação, realizou-se o diagnóstico populacional, utilizando dados do IBGE correspondentes à renda e ao número de pessoas por setor censitário. O software ArcGis® 10.1 foi usado, com a ferramenta ‘‘selecionar por localização’’, para realizar a intersecção dos dados entre a bacia hidrográfica e os setores, e após inclusão das edificações. Verificou-se, a crescente substituição das classes campo por reflorestamento com fim comercial e expansão urbana, que ocupa o maior percentual de classe, com 41,73% em 2019. A classe correspondente a reflorestamento teve um crescimento expressivo, perpassando de 0,18% em 1984 para 5,32% em 2019. Com relação as APP’s, essas foram sendo ocupadas e deterioradas, tendo pequenas parcelas resguardadas, localizadas em áreas com alta declividade e em áreas de cabeceiras. Muitas edificações são precárias, sem o mínimo do que é preceituado constitucionalmente e esse fato está inteiramente ligado ao fato de a renda per capta da população residente na área de estudo estar entre ¼ e 2 salários mínimos. Além da precariedade das edificações e do acesso à infraestrutura urbana, observa-se que 1313 edificações estão situadas em área de muito alto risco a eventos hídricos de inundação. Com a análise dos resultados fica evidente a necessidade de planejamento urbano em áreas periféricas, para que exista consciência ambiental, uso sustentável da terra e melhoria na qualidade de vida da população.

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Biografia do Autor

Mayara Rafaeli Lemos, Universidade do Estado de Santa Catarina

Possui graduação em Direito pela Universidade do Planalto Catarinense (2015). Mestre em Ciências Ambientais pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2020). Empresária do ramo da moda, sendo co-fundadora de uma marca. Atualmente presta assessoria jurídica parlamentar na Câmara de Vereadores de Lages/ SC. Por quatro anos foi gerente da Defesa Civil - Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Lages. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em direito administrativo, ambiental e desenvolvimento territorial.

Valter Antonio Becegato, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutor em Geologia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (2005). Atualmente é professor Associado da Universidade do Estado de Santa Catarina. Chefe de Gabinete da Reitoria da UDESC em 2012. Chefe do Departamento do curso de Engenharia ambiental entre 2009 a 2011 e 2013 a 2015. Tem experiência na área Ambiental, com ênfase em Geologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudo de impacto ambiental (EIA/Rima), RAS; RAP; PRAD; Licenciamento ambiental; geofísica aplicada ao meio ambiente (Tomografia elétrica 2D; Radar de penetração-GPR e Gamaespectrometria). Trabalhou na Itaipu Binacional de 1979 a 1983 no Departamento Jurídico - Setor de desapropriação na elaboração; conferência; desmembramento e unificação de laudos de avaliação de 8.500 propriedades rurais e urbanas do lado brasileiro para formação do reservatório da usina.Vice coordenador da Pós-graduação em Ciências Ambientais da UDESC entre 2014 a 2017.

Vitor Rodolfo Becegato, Universidade do Estado de Santa Catarina

Mestre em Ciências Ambientais e graduado em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV - UDESC). Graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).

Daniely Neckel Rosini, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutoranda em Ciência do Solo (CAV-UDESC). Mestre em Ciências Ambientais (2020). Coordenadora estadual da Olimpíada Brasileira de Biologia do Butantan. Possui graduação em Ciências Biológicas (2015) e pós-graduação em Gestão e Educação Ambiental (2016). Atualmente é professora de ciências da Prefeitura Municipal de Lages. Atua principalmente nos seguintes temas: legislação ambiental, meio ambiente, metais pesados, microbiologia, educação, recursos hídricos e resíduos sólidos. 

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Publicado

2020-09-15

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