Seletividade de redes de emalhar determina a comunidade de peixes em meandros abandonados conectados no Pantanal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2019.005.0026

Palavras-chave:

Planícies Inundáveis Tropicais, Ictiologia, Métodos de Amostragem

Resumo

O Pantanal é conhecido pela amplitude na dinâmica das águas, com estações de cheia e seca bem acentuadas. A expansão e retração da água refletem na conectividade hídrica entre rios e baías, tornando os ambientes semelhantes e causando características distintas na qualidade da água. Para capturar peixes nesses ambientes, as redes de emalhar são usadas. Esses dispositivos passivos permitem a captura de uma determinada categoria de comprimento de acordo com o tamanho das malhas, evitando a captura de peixes muito pequenos ou muito grandes, caracterizando sua seletividade. O presente estudo tem como objetivo caracterizar a ictiofauna de um sistema de meandros abandonados, bem como estabelecer sua relação com as alterações sazonais, limnológicas e estruturais dos peixes, buscando entender as características de distribuição espacial e temporal da comunidade. Três pontos de dois lagos laterais foram amostrados usando um conjunto de redes de emalhar com 2, 3, 4 e 5 cm entrenós, alocados em colunas paralelas a cada 10 metros nos lagos. As amostras foram realizadas durante o dia e a noite, onde as redes foram deixadas na água por 6 horas. Concomitantemente à amostragem de peixes, as variáveis ​​limnológicas foram obtidas utilizando um equipamento de campo portátil e um disco de Secchi. Os resultados mostraram que as variáveis ​​limnológicas mudam de acordo com as estações hídricas. Essas mudanças associadas à conectividade entre o rio e os lagos apresentaram um aumento nos índices de diversidade considerando a entrada de água no sistema, enquanto os lagos desconectados permaneceram praticamente os mesmos durante todo o ano. Essa discrepância pode ser causada pela seletividade das redes de emalhar utilizadas no estudo, onde os peixes podem usar a área inundada durante as águas altas, reduzindo a capacidade de captura pelos dispositivos. No Pantanal, a conectividade associada à seletividade das redes de emalhar determina a comunidade de peixes.

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Biografia do Autor

Claumir Cesar Muniz, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT (1996), especialização em Educação Ambiental para Conservação do Pantanal, também pela Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT (2001), mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Federal de Mato Grosso (2005) e Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos UFSCar (2010). Pós Doutorado em Ecologia Aquática e Biologia Animal pela Radboud University, Netherlands. Professor Adjunto da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT e pesquisador do Centro de Pesquisa em Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia do Pantanal - CELBE_UNEMAT nas seguintes áreas: ictiofauna, limnologia e conservação da biodiversidade. Atualmente exerce a função de Diretor de Gestão de Pesquisa junto a Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação na UNEMAT. Faz parte do Corpo docente no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA-UNEMAT) e Mestrado Profissional em Rede em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (PROFAGUA).

Ernandes Sobreira Oliveira Junior, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciencias Biologicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2007). É mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Federal de Mato Grosso (2010). É doutor pela Radboud University / Nijmegen - Holanda (2018) avaliando o efeito de modificadores ecossistêmicos nos fluxos dos gases do efeito estufa. Tem experiência na área de Ecologia e Limnologia, atuando principalmente nos seguintes temas:Gases do Efeito estufa, Pantanal, Ambientes aquáticos e Conservação da Biodiversidade. 

Ana Paula Dalbem Barbosa, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura) pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2017), com ênfase em Ictiologia. Mestre em Ciências Ambientais pelo Programa de Pós Graduação da Universidade do Estado de Mato Grosso (2017 a 2019) desenvolvendo pesquisas junto ao Projeto Erosão da Biodiversidade na área da Ictiologia na Bacia do Alto Paraguai.

Alberto Carvalho Peret, Universidade Federal de São Carlos

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973), Mestre em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1980) e Doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1987). Atualmente é prof. credenciado nos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Acre, Universidade Estadual de Mato Grosso. É prof. adjunto IV da Universidade Federal de São Carlos Revisor de artigos para as revistas:- Neotropical Ichthyology, - Iheringia. Série Zoologia (0073-4721), - Brazilian Review of Biology - Brazilian Archives of Biology and Technology, Acta Cientiarum e Elsevier. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ictiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: ictiologia, ecologia, piscicultura, dinamica de populações e pesca. Atuou como consultor em assuntos relativos a populações de peixes para a Companhia Energética de São Paulo (CESP); Sondotécnica - Engenharia junto a assuntos relativos a Ictiologia na represa de Manso; Polícia Ambiental de São Paulo na elaboração de laudos tecnicos de apreensões de pescas ilegais e sugestões de ações mitigadoras; Endesa junto a assuntos relativos a caracterização biológica da represa de Cachoeira Dourada. Orientou Dissertaçòes e Teses em Piscicultura, Dinâmica de Pouplações de Peixes, Limnologia; Fundação CEBRAC para assuntos relativos a Hidrovia Araguia- Tocantins 

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Publicado

2019-10-12

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