A remoção de resíduos de clareiras mantém a regeneração natural e a qualidade do solo

Resumo

A colheita em florestas nativas gera resíduos, que podem trazer renda extra com a produção de carvão vegetal e fabricação de pequenos objetos de madeira. Neste estudo, foram avaliados os efeitos da remoção de resíduos sobre a regeneração natural e os atributos físicos e químicos do solo em clareiras criadas pela exploração madeireira de impacto reduzido. Foi montado um experimento com 123 clareiras (369 parcelas) escolhidas aleatoriamente em diferentes áreas de colheita, com e sem remoção de resíduos. Os tratamentos foram: clareiras de exploração de seis anos sem remoção de resíduos (GAP6); clareiras de exploração de quatro anos com dois anos de remoção de resíduos (GAP4-R2); clareiras de exploração de dois anos sem remoção de resíduos (GAP2); e clareiras de exploração de dois anos com resíduo removido < um mês (GAP2-R0). O tratamento controle incluiu 32 repetições (96 parcelas), escolhidas aleatoriamente sob o dossel de uma floresta primária não explorada (FOR). A densidade de indivíduos e espécies arbóreas e o ambiente dentro da clareira foram comparados em relação à remoção de resíduos. As amostras de solo foram feitas em 0-20 cm e 20-40 cm dentro das mesmas unidades amostrais de vegetação. FOR apresentou maior densidade de mudas, indivíduos ≥ 3 m de altura (0,12 ± 0,03 ind. m^-2) e espécies (0,09 ± 0,03 spp. m^-2). Densidade de mudas, indivíduos < 3 m de altura em GAP6 (2,11±1,16 ind. m^-2) e GAP4-R2 (2,28 ± 1,29 ind. m^-2) e espécies em GAP2 (1,57 ± 0,59 spp. m^-2) foram maiores do que FOR. A remoção de resíduos das clareiras aumentou a densidade de mudas e diminuiu a densidade de mudas de espécies arbóreas. As clareiras com e sem remoção de resíduos apresentaram melhor qualidade do solo do que FOR.