Avaliação da primeira década (1994-2004) das reintroduções de peixes-bois marinhos (Trichechus manatus) no nordeste do Brasil

Autores

  • Régis Pinto de Lima Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • José Zanon de Oliveira Passavante Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.6008/ESS2237-9290.2013.001.0003

Palavras-chave:

Peixe-boi-marinho, Reintrodução, Trichechus manatus, Radiotelemetria

Resumo

Treze peixes-boi em cativeiro foram liberados com radiotransmissores em três diferentes áreas na costa do nordeste brasileiro como parte do programa de reintrodução do peixe-boi no Brasil, entre outubro de 1994 e dezembro de 2004. Todos os indivíduos foram monitorados localmente com transmissores VHF e quatro também monitorados via satélite por diferentes períodos. Os animais foram monitorados a partir de Praia do Forte, Bahia (12.538º S/38.474ºW) até Macau, Rio Grande do Norte (5.084ºS/36, 682ºW) em seis estados do litoral do Nordeste ao longo de 1200 km. Este trabalho objetivou avaliar os processos de readaptação dos peixes-bois, no intuito de pesquisadores na tomada de decisões futuras. Foram escolhidas duas áreas de soltura, praias com águas rasas, presença de algas marinhas, recifes e proximidade de pequenos rios, e outro localizado em um grande estuário, com menor presença de algas marinhas. O tempo de cativeiro não foi considerado nesta avaliação, mas pode ser um fator importante no sucesso do programa de reintrodução de peixes-bois. Cinco peixes-boi ocuparam áreas de vida com locais de alta fidelidade, onde passaram um tempo significativo. Dois peixes-boi foram recapturados logo após a soltura, os quais percorreram deslocamentos de longas distâncias, incluindo os movimentos marítimos em águas profundas. Seis peixes-boi foram rastreados durante um curto prazo. Embora os peixes-boi tivessem poucos anos, quando reintroduzidos eles encontraram condições naturais para a sobrevivência, incluindo o comportamento reprodutivo. Os sítios de fidelidade escolhidos pelos peixes-boi liberados em termos de características ambientais foram muito semelhantes. Área de ocorrência descontínua têm sido utilizada por alguns peixes-boi liberados, o primeiro peixe-boi fêmea reintroduzido teve um filhote durante o período de estudo. Recomendamos continuidade deste programa de reintrodução do peixe-boi, para proteger este três áreas liberadas, desenvolver estudos em sítios de fidelidade e uma nova área de liberação na costa do Ceará.

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Biografia do Autor

Régis Pinto de Lima, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Possui graduação em Oceanologia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1987), mestrado (1997) e doutorado (2008) em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (1997). Chefe do Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio (1996-2006), Coordenador do Projeto Peixe-Boi (1996-2006), Presidente da 8a. RT Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos (Olinda/PE, 1998) e Coordenador da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos/REMANE (2000-2006). Foi membro da delegação brasileira na Comissão Internacional da Baleia desde 1997, tendo participado de 11 reuniões internacionais anuais. Analista Ambiental do ICMBio, lotado atualmente na Estação Ecológica Tamoios em Paraty/RJ como chefe desta Unidade de Conservação marinha desde 2009.

José Zanon de Oliveira Passavante, Universidade Federal de Pernambuco

Nascido na cidade de Timbaúba, Pernambuco, Brasil; formado em História Natural pela Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP em 1971; em 1975, ingressou no corpo docente do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE, através de Concurso Público para o cargo de Professor Auxiliar de Ensino. Atualmente exerce a função de Professor Associado IV. Bolsista do CNPq - Nível PQ2; Coordenador Setorial de Extensão do Centro de Tecnologia e Geociências - CTG da UFPE; Editor Chefe da Revista Tropical Oceanography; membro do Conselho Departamental do CTG; Líder dos Grupos de Pesquisa Plâncton Marinho e Ecossistema Manguezal do CNPq/UFPE; Membro do Grupo de Periódicos em Ciências do Mar - GT-PECIMar da Comissão Interministerial de Recursos do Mar - CIRM; Editor Chefe da Revista Tropical Oceanography (on-line) da UFPE; Membro da Comissão Científica da Série Extensão na UFPE. Fez cursos de Aperfeiçoamento em Oceanografia na UFPE (1975) e de Aplicação de Radioisótopos em Biologia Marinha, no Instituto de Energia Atômica - IEA, São Paulo (1972); Doutorado em Oceanografia no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo - IO-USP (1977-1981), Presidente da Sociedade Brasileira de Plâncton; Supervisor da Secção de Plâncton. Ministra aulas nos Cursos da UFPE nos níveis de: graduação é regente das disciplinas: Oceanografia Geral; no curso de Ciências Biológicas (Bacharelado); Ecologia de Sistemas Marinhos no curso de Ciências Biológicas, (Modalidade Ciências Ambientais); a nível de Pós-Graduação - Lato Sensu (Especialização em Oceanografia) rege as disciplinas Introdução a Oceanografia e Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) atua no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia regendo a disciplina Produção Fitoplanctônica Marinha. Foi Presidente e/ou Secretário de eventos Internacionais e nacionais. Coordena curso de Extensão da UFPE, desempenhando atividade voluntária em comunidades de áreas de vulnerabilidade socioambientais; cujas temáticas principais são: Inclusão Socioambiental; Ecologia de Ambientes Marinhos e Inclusão Digital, já tendo sido ministrado 40 cursos para comunidades cujo público alvo são crianças do ensino fundamental; pescadores; professores estaduais; militares; acadêmicos etc, é consultor da publicação da Série Extensão da UFPE e do Boletim Técnico Científico do CEPENE/IBAMA. Sua produção bibliográfica consta de 60 artigos publicados na íntegra, 155 apresentados em eventos e 5 livros; 7 capítulos de livros. Participou de 213 bancas examinadoras de conclusões de cursos; Orientou 33 monografias de conclusão de cursos de graduação e especialização; 51(36 orientações e 15 co-orientações) dissertações de mestrado e 5 teses de doutorados, cujos orientandos tinham formação básica em Arquitetura, Ciências Biológicas e Ambientais, Engenharia Civil e Sanitária, Engenharia de Pesca, História Natural e Filosofia. Atualmente orienta 1 doutorando. Tem várias pesquisas em andamento. Sua área de atuação é a determinação da produção e biomassa primária e ecologia de ambientes aquáticos; ex-estagiário da Secção de Plâncton do Departamento de Oceanografia da UFPE; (1969 a 1971); ex-vice coordenador do Mestrado em Oceanografia Biológica (1986-1992); ex-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (1993-1999); ex-coordenador da Base de Piscicultura da UFPE; ex-coordenador dos XII, XIII e XX, XXI cursos de Especialização em Oceanografia.

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Publicado

2014-02-25

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