Esforços conservacionistas e campanhas de conscientização para a preservação do Peixe-Boi Marinho (Trichechus manatus) ao longo do litoral nordeste do Brasil

Autores

  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental

DOI:

https://doi.org/10.6008/ESS2237-9290.2011.002.0005

Palavras-chave:

Mamíferos Aquáticos, Sirênios, Educação Ambiental, Comunidade, Igarakuê

Resumo

Em decorrência a alta pressão de caça praticada aos peixes-bois marinhos desde o período da colonização do Brasil, constatou-se a redução das populações remanescentes. Apesar da proibição de leis proibindo a caça do peixe-boi, somente no início da década 80 é que uma estratégia conservacionista em prol da referida espécie começou a ser estruturada. Desta forma, o presente trabalho relata o desenvolvimento das duas primeiras etapas do Plano Geral de Trabalho do Centro Peixe-Boi/IBAMA, com ênfase na Campanha de Conscientização. A campanha teve como abrangência a área litorânea dos estados de Sergipe até o Piauí, sendo o percurso realizado por meio de uma unidade móvel denominada “Igarakuê”, sendo esta uma Toyota Bandeirantes 4x4. Foram realizadas entrevistas com pescadores, ministradas palestras para estudantes e moradores das comunidades locais, vinculação de mensagens de áudio nas rádios e reportagens na imprensa escrita e televisionada. Durante estas ocasiões foram distribuídos cartazes, cadernos, camisetas e folders. Ao término das atividades foram percorridos aproximadamente 2.000 km de litoral, sendo visitadas 199 localidades, entrevistadas 522 pessoas e realizadas 40 palestras. Com isto foi possível estabelecer uma troca de informação entre os pesquisadores envolvidos e os pescadores artesanais, onde constatou-se o conhecimento da população local acerca da legislação existente proibindo a caça da espécie. O material utilizado cumpriu importante função educativa servindo ainda como instrumento ilustrativo. Foi constituída uma rede composta por 63 colaboradores, os quais passaram a ajudar nos eventos de encalhes envolvendo os peixes-bois marinhos. Concluiu-se que a unidade móvel “Igarakuê”cumpriu importante papel na disseminação da mensagem preservacionista do peixe-boi marinho, desencadeando um processo educativo que, com seu sucesso e continuidade, pode acarretar uma mudança comportamental das comunidades costeiras e a colaboração necessária para reverter o processo de extinção deste sirênio.

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Biografia do Autor

, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Possui graduação em Oceanologia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1987), mestrado (1997) e doutorado (2008) em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (1997). Chefe do Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio (1996-2006), Coordenador do Projeto Peixe-Boi (1996-2006), Presidente da 8a. RT Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos (Olinda/PE, 1998) e Coordenador da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos/REMANE (2000-2006). Foi membro da delegação brasileira na Comissão Internacional da Baleia desde 1997, tendo participado de 11 reuniões internacionais anuais. Analista Ambiental do ICMBio, lotado atualmente na ESEC/Tamoios em Paraty/RJ, é chefe substituto e coordena o Programa de Monitoramento da Unidade de Conservação.

, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Possui graduação em Oceanografia pela Universidade Federal do Rio Grande (1986) e mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal da Paraíba (1997). Atualmente é analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Tem experiência na área de Zoologia Aplicada, com ênfase em mamíferos aquáticos e avifauna marinha, Planejamento e Gestão de áreas protegidas.

, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Ricardo José Soavinski é graduado em oceanografia pela Universidade do Rio Grande-RS, sua atuação tem sido voltada desde 1996 a projetos de pesquisa, manejo e conservação de fauna; criação e gestão de Unidades de Conservação; projetos de desenvolvimento do ecoturismo e gestão pública. Analista Ambiental do ICMBio, coordenou e dirigiu vários setores do Ibama, autarquia vinculada ao MMA. Seu último cargo foi como Coordenador-Geral e Diretor-Substituto de Unidades Conservação de Proteção Integral. Entre as ações implementadas ao logo de sua carreira estão a implementação do Projeto Peixe-Boi Marinho, no Nordeste do Brasil, e sua posterior transformação em Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos-CMA, reconhecido nacional e internacionalmente. Soavinski atuou também na criação de 16 Unidades de Conservação Federais; apoiando a abertura para investimentos privados em parques nacionais, por meio de concessões. Atuou também na simplificação e informatização dos procedimentos para autorizações do uso da fauna e na negociação e efetiva execução de recursos internacionais para programas ambientais.

, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Gestora de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

, Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental

Possui graduação em Oceanologia pela Universidade Federal do Rio Grande (1987) , mestrado em Oceanografia Biológica pela Universidade Federal do Rio Grande (1996) e doutorado em Oceanografia Biológica pela Universidade Federal do Rio Grande (2004) . Atualmente é Técnico de nível superior do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental e Técnico do Conselho Gestor da Orla do Município de Rio Grande. Tem experiência na área de Ecologia.

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Publicado

2011-12-22

Edição

Seção

Medicina Veterinária Megafauna