Raiva bovina na mesorregião nordeste do estado do Pará: uma abordagem agroambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.001.0012

Palavras-chave:

Vírus, Morcego, Pecuário, Desmatamento, Amazônia

Resumo

A raiva é uma zoonose de curso geralmente fatal que acomete tanto animais quanto seres humanos, causada por um vírus Lyssavirus. A doença causa consideráveis perdas econômicas tanto ao agronegócio quanto ao setor público, além de sério problema de Saúde Pública. O principal transmissor da raiva para bovinos e humanos é o morcego hematófago Desmodus rotundus. A epidemiologia da raiva está diretamente relacionada à questão ambiental, a exemplo do desmatamento e da introdução de animais domésticos. O estudo foi na mesorregião Nordeste do Pará por ser proporcionalmente a mais desmatada e considerada área de principal foco da raiva bovina e foi conduzido de modo a analisar a evolução da ocorrência e distribuição espacial e temporal da raiva bovina por 13 anos, em dois períodos distintos, verificando-se a existência de tendência, difusão, ciclicidade e sazonalidade, além de relacionar os casos com desmatamento e pecuária. Os dados secundários foram obtidos de fontes oficiais: Agência de Defesa Agropecuária (casos de raiva bovina), IBGE (pecuária bovina) e INPE/PRODES (desmatamento). Para análise estatística foram utilizados os programas Microsoft Excel® 2013 e BioEstat 5.3. Os resultados demonstraram tendências diferentes de ocorrência da raiva nos períodos analisados, além de grande difusão da doença entre as microrregiões, exceto a microrregião Salgado que se apresentou como área silenciosa. As microrregiões Bragantina e Guamá se destacaram pelo elevado número de casos positivos e grande difusão entre seus municípios, respectivamente. A raiva apresentou maior correlação com o desmatamento do que com a atividade pecuária. A sazonalidade da doença não pode ser comprovada, porém é mais comum no período mais chuvoso. Sugere-se ciclicidade em áreas específicas da mesorregião Nordeste.  O intenso desmatamento e a presença do vírus rábico nesta área demonstram quanto o desiquilíbrio ambiental tende a impactar negativamente na ocorrência de doenças como a raiva nesta área da Amazônia brasileira.

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Biografia do Autor

Lucila Pereira da Silva, Universidade do Estado do Pará

Possui graduação em Médica Veterinária pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (1998) e especialização em Ecologia e Higiene do Pescado. Atualmente é Fiscal Estadual Agropecuário da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Pará. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em diagnóstico laboratorial de raiva animal, bem como Defesa Sanitária Animal.

Altem Nascimento Pontes, Universidade do Estado do Pará

Licenciado em Física pela Universidade Federal do Pará (1991); Bacharel em Física pela Universidade Federal do Pará (1994); Mestre em Geofísica pela Universidade Federal do Pará (1995) e Doutor em Ciências, na modalidade Física, pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal do Pará e Professor Adjunto IV da Universidade do Estado do Pará. Sua linha de pesquisa é Estudos e Pesquisas Interdisciplinares que envolvam Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação, Cultura, Saúde e/ou Meio Ambiente. Outra linha de pesquisa de interesse é a Modelagem Ambiental e Ecológica de Ecossistemas Amazônicos.

Cléa Nazaré Carneiro Bichara, Universidade do Estado do Pará

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (1985), mestrado (2001) e doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários pela Universidade Federal do Pará (2009). Residência em Clínica Médica (HSE, 1988), Especialização em Saúde Pública (UNAERP/1990), Medicina Tropical (UFPA/1987), Saúde Coletiva (UEPA/2009) e Processos Educacionais em Saúde (Hospital Sírio Libanes/2013). È professora adjunta da Universidade do Estado do Pará, na Disciplina Doenças Infecciosas e Parasitárias. Professora nível 3 do Curso de Medicina da Faculdade da Amazônia/FAMAZ. Professora permanente dos programas de pós-graduação em Doenças Tropicais/NMTUFPA, Ciências Ambientais CCNT/UEPA e Educação e Saúde na Amazônia CCBS/UEPA. Pesquisadora do Núcleo de Medicina Tropical/UFPA. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase a toxoplasmose, esquistossomose mansônica, doenças infecciosas na gravidez, educação em saúde com metodologias ativas. Membro da Academia de Medicina do Pará, do Comitê Clinico de Parasitologia da Sociedade Brasileira de Infectologia, da Rede Brasileira de Toxoplasmose, da Rede Paraense de Parasitologia, da Associação Médica Brasileira, da Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-PA. É Diretora de Ensino e Pesquisa da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. 

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Publicado

2020-09-15

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