Ilha de calor urbana: diagnóstico como ferramenta de gestão ambiental urbana para a cidade de Santarém (PA)

Autores

  • Leidiane Leão de Oliveira Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Clodoaldo de Sousa Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Naurinete de Jesus da Costa Barreto Universidade Federal do Rio Grande do Norte http://orcid.org/0000-0001-5167-6228
  • Gedinara Paiva dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARA
  • Rodolfo Maduro Almeida Universidade Federal do Oeste do Pará http://orcid.org/0000-0003-4564-825X

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.006.0038

Palavras-chave:

Clima Urbano, Amazônia, Ilhas de Calor

Resumo

Estudos sobre o clima urbano nem sempre estão presentes nos instrumentos legais de planejamento, limitando-se, muitas vezes, à climatologia regional. É o caso do Plano Diretor e de arborização de Santarém, que não leva em consideração dados meteorológicos. A hipótese central deste trabalho é que, com a expansão da malha urbana na região Santarém-Curuá-Una e Santarém-Alter do Chão, o gradiente de temperatura entre a área urbanizada e seus entornos tendem a aumentar, provocando a formação/intensificação de Ilhas de Calor Urbana e impactos no conforto ambiental da população. O objetivo desta pesquisa foi analisar as variações microclimáticas na escala espaço-temporal e a identificação de Ilhas de Calor Urbana – ICU, usando dados de superfície, em Santarém (PA). Esta cidade é a terceira maior do estado, tanto em dimensões territoriais, quanto em população. A temperatura e a umidade do ar foram medidas ao longo de dois transectos, utilizando-se de termo-higrômetro digital, totalizando 31 pontos de coleta. As medições foram efetuadas nos dias 28 e 29 de janeiro de 2016, entre 9h e 21h. O estudo concluiu que Santarém apresenta elevadas temperaturas ao longo do dia e diferenças significativas de temperatura entre locais com diferentes concentrações de construções e pavimentação, ficando comprovada a formação de Ilhas de Calor. Também podemos destacar que o padrão de variação espacial de temperatura do ar e de umidade relativa evidencia que a cidade de Santarém já configura variação termo-higrométrica de centros urbanos, mesmo tendo proximidade com rios, igarapés e florestas. Na região de Santarém-Alter do Chão, a temperatura da área rural foi menor quando comparada à urbana, o que resulta em formação de Ilha de Calor Urbana, com intensidade forte e muito forte em todos os horários analisados. Isso implica em uma maior atenção de políticas públicas voltadas para esta área, visto que na Minuta do Projeto de Lei de Revisão do Plano Diretor de Santarém (2017) esta área é de expansão urbana. Recomenda-se que sejam desenvolvidas políticas públicas de arborização e que as licenças para novos loteamentos e ordenamentos insiram áreas verdes em seus projetos, assim como políticas voltadas à manutenção e à remediação das áreas de proteção permanente ao longo dos igarapés e dos lagos inseridos nesta área. Há grandes chances de que a intensidade da Ilha de Calor Urbana aumente e impacte negativamente o conforto ambiental da população.

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Biografia do Autor

Leidiane Leão de Oliveira, Universidade Federal do Oeste do Pará

Professora Adjunto IV da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA, campus Santarém-PA, no Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas - ICTA, curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas. Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal do Pará (2004), mestrado em Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande (2007) e doutorado em Biodiversidade Tropical pela Universidade Federal do Amapá (2012). Tem experiência na área de Geociências, podendo atuar nas seguintes áreas: Hidrologia, Hidrologia Florestal, Conservação de Bacias Hidrográficas, Ecologia de Ecossistemas, Impactos climáticos e antrópicos sobre bacias hidrográficas e sobre disponibilidade hídrica, Gestão de recursos hídricos, Recursos hídricos, Meteorologia Ambiental, Climatologia, Hidrometeorologia, Variabilidade Climática.

Clodoaldo de Sousa, Universidade Federal do Oeste do Pará

Dois anos de experiência como técnico em manutenção de computadores e softwares, Dois anos de experiência como instrutor do curso de manutenção em computadores, Configuração de Softwares e Distribuição de Redes. Atualmente atuando como Técnico em TI.

Naurinete de Jesus da Costa Barreto, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal do Pará (2005). Mestrado em Meteorologia e Processos da Superfície da Terra na Universidade Federal de Alagoas (2009). Doutorado em Ciências Climáticas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2015). Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Geofísica e Geodinâmica na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2016). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em: Meteorologia e Climatologia, atuando principalmente nos seguintes temas: variabilidade climática, Influência da TSM no Clima e Oscilação Decadal do Pacífico, Mudanças Climáticas, Variabilidade Intrassazonal.

Gedinara Paiva dos Santos, UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARA

Possui graduação em Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologias das Águas pela Universidade Federal do Oeste do Pará (2018). Cursando Bacharelado em Gestão Ambiental na Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA. Tem experiência na área de Ciências Ambientais, com ênfase em Ciências Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: degradação ambiental, igarapés urbanos, qualidade das águas e Santarém (PA).

Rodolfo Maduro Almeida, Universidade Federal do Oeste do Pará

Graduado em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Federal do Pará- Campus de Santarém, com Mestrado e Doutorado em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atualmente está como Docente lotado no Instituto de Ciências da Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará. É membro do corpo docente do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física - Pólo da Universidade Federal do Oeste do Pará e do Mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Sociedade da Universidade Federal do Oeste do Pará. Desenvolve atividades de pesquisa e extensão ligados às linhas temáticas de geotecnologias aplicadas ao monitoramento da relação entre homem e meio ambiente, métodos quantitativos em ciências sociais, modelagem ambiental, educação ambiental e tecnologias aplicadas ao ensino de física e de matemática. 

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Publicado

2018-07-03

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