Adoecimento psíquico nas organizações: explorando dimensões estruturais dos estudos e possibilidades interventivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2021.003.0028

Palavras-chave:

Saúde Mental, Trabalho, Doença, Organizações Sem Fins Lucrativos

Resumo

A saúde mental dos trabalhadores, assim como o adoecimento psíquico relacionado ao trabalho são questões que vêm ganhando a atenção e a preocupação da sociedade e de pesquisadores em busca de possibilidades de intervenção. Portanto, devido à variedade de abordagens metodológicas e teóricas nesse campo de estudo, são necessárias sistematizações de dados dessa área do conhecimento. Neste sentido, o presente estudo objetivou evidenciar as formas de adoecimento psíquico associadas ao trabalho mais frequentemente identificadas nos estudos nacionais recentes (2013-2017), enfatizando as características estruturais dos tipos de estudo e as propostas de intervenção apresentadas nas pesquisas. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática com publicações em português sobre o tema nas bases de dados SciELO, LILACS, Index Psicologia e periódicos da CAPES, resultando na inclusão de 109 artigos. A organização estrutural das inter-relações de características dos estudos que exploram o adoecimento psíquico associado ao trabalho revelou uma tendência dos estudos empíricos a explorarem amostras sem patologia e dos teóricos a apresentarem o adoecimento psíquico, mas de forma inespecífica, o que dificulta tanto a observação de fatores de risco específicos associados ao desenvolvimento de determinados transtornos quanto à elaboração de ações de prevenção e tratamento precoce. Os resultados descritivos apontaram o Transtorno Mental e do Comportamento e a Síndrome de Burnout enquanto mais frequentes, estando associados às condições de trabalho pautadas pela pressão, cobranças e pelo estresse. As propostas de solução frente ao adoecimento mental apresentadas se centraram na prevenção e na promoção à saúde, assim como em perspectivas voltadas às terapêuticas medicamentosas e psicoterápicas. Verificou-se, entretanto, que não foram apresentadas propostas interventivas específicas para a prevenção ou para o enfrentamento dos transtornos. Portanto, este estudo visa estimular a produção de novas e mais sistemáticas pesquisas sobre o adoecimento mental decorrente das condições de trabalho, especialmente sobre os Transtornos Mentais e Comportamentais e a síndrome de Burnout, em prol de uma melhor atuação em políticas públicas para a saúde do trabalhador.

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Biografia do Autor

Alanny Nunes de Santana, Universidade Federal de Pernambuco

Doutoranda em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestra em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, 2020). Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Estratego (2021). Psicóloga formada pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG, 2017). Aperfeiçoamento em Psicologia Hospitalar e da Saúde pelo Centro Treinamento e Consultoria em Psicologia Hospitalar (CTCPH, 2016). Foi Professora temporária do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limoeiro (FACAL) e da pós-graduação lato sensu em Neuropsicologia da UniFBV. Foi bolsista do programa Jovens Talentos para a Ciência financiado pela CAPES (2014). Atualmente participa enquanto pesquisadora do Laboratório de Neuropsicologia Cognitiva e Inovação Tecnológica - Cognitive Lab (UFCG). Interesses de pesquisa: avaliação neuropsicológica, cognição, funções executivas, desenvolvimento cognitivo, aprendizagem e avaliação psicológica. Avaliadora Ad hoc de artigos científicos nas mesmas temáticas.

Antonio Roazzi, Universidade Federal de Pernambuco

Doutor (D. Phil.) em Psicologia do Desenvolvimento Cognitivo pela University of Oxford obtido em 1988 sob a orientação do Prof. Peter E. Bryant (superviser) e Prof. Donald Broadbent (Adviser). Possui também título de ?Dottore? em Psicologia Aplicada pela Universitá degli Studi di Roma "La Sapienza". Fez pós-doutorado na University of London, University of Oxford, Istituto di Scienze e Tecnologie della Cognizione, ISTC (Roma, Itália), e Universitá degli Studi di Roma "La Sapienza". Foi membro de Comitês de Avaliação da CAPES, ENEM e FACEPE. Membro Titular (2000-2002) e Coordenador do Comitê de Assessoramento de Psicologia e Serviço Social do CNPq (CA-PS, 2011-2012). Tendo como base a Facet Theory e suas abordagens multidimensionais visa explorar métodos e técnicas de produção de conhecimento que lhes permitam gerar um saber útil para a previsão e/ou controle de fenômenos complexos. Ultimamente atua principalmente nos seguintes temas: avaliação psicológica, autoconsciência e estados ampliados de consciência, psicologia do desenvolvimento sociocognitivo, aprendizagem, lógica mental, teoria da mente, percepção de risco, gestão de pessoas, apego, violência urbana e o componente ambiental ressaltando os processos cognitivos, sociais e imagéticos de seus habitantes, entre outros. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (2002-2004) e da Facet Theory Association (2011-2013). É professor Titular do Dep. de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco e pesquisador Nível 1A do CNPq.

Aline Lima Nunes, Universidade Federal de Campina Grande

Doutora em Psicologia pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)

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Publicado

2021-06-29