Análises fisiológicas e morfoanatômicas de cenostigma macrophyllum tul. (fabaceae) submetida a diferentes concentrações de glifosato
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.005.0017Palabras clave:
Agrotóxicos, Cerrado, Herbicidas, Caneleiro, FotossínteseResumen
Objetivou-se identificar os efeitos do glifosato em Cenostigma macrophyllum, a fim de indicar possíveis características bioindicadoras da presença do do herbicida em plantas. O estudo foi realizado em casa de vegetação. O experimento consistiu em 7 tratamentos, com 4 repetição cada, incluindo 6 diferentes doses do herbicida: 25, 50, 100, 200, 400, 800g i.a. ha-1 e o controle. As avaliações foram realizadas no folíolo da extremidade da folha da região mediana de cada planta. Foram determinados os valores de fotossíntese (A), trocas gasosas (E), transpiração (gs) e relação entre a concentração interna (Ci) e externa (Ca) de CO2 (Ci/Ca). A mesma área foi utilizada para avaliação de fluorescência da clorofila a. Foi determinada a fluorescência inicial (F0), fluorescência máxima (Fm), rendimento quântico potencial (Fv/Fm), rendimento quântico efetivo (ΔF/Fm’), dissipação não fotoquímica (NPQ) e taxa aparente de transporte de elétrons (ETR). As folhas avaliadas foram coletadas para avaliação da concentração de pigmentos cloroplastídicos, avaliação da permeabilidade de membranas e análises morfoanatômicas. Houve redução nos valores de A, gs e E e aumento de Ci/Ca, indicando acúmulo de CO2 na cavidade subestomática. O glifosato não provocou danos significativos nos parâmetros de fluorescência da clorofila a, na degradação da membrana, bem como no conteúdo de pigmentos cloroplastídicos. Análises anatômicas indicaram alterações na intensidade de emissão de autofluorescência da clorofila a. Houve redução na espessura da epiderme adaxial, nos parênquimas paliçádico e esponjoso e redução na epiderme abaxial, diferindo significativamente do controle já na primeira dose observada. Os folíolos apresentaram clorose e necrose, além do brotamento de folhas retorcidas na maior dose. A redução de gs e consequente redução de E e A, podem indicar ação do herbicida nas células guarda, provocando o fechamento dos estômatos, no entanto o aumento na relação Ci/Ca indicam que esses danos não ocorreram somente nos estômatos, provavelmente houve uma diminuição da difusão de CO2 no mesofilo ou até mesmo danos ou diminuição da quantidade da enzima Rubisco, responsável pela fixação do CO2 no Ciclo de Calvin. A redução dos tecidos foliares pode ter contribuído com a deficiência de difusão de CO2 no mesofilo. As respostas morfoanatômicas evidenciaram danos à clorofila, podendo ser utilizado como um alerta inicial de possíveis danos futuros. Os parâmetros avaliados em que foi possível perceber o efeito do herbicida, indicados em caso de biomonitoramento com a espécie estudada, foram: trocas gasosas, emissão de autofluorescência da clorofila e análises morfoanatômicas.
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