Respostas morfoanatômicas de Bowdichia virgilioides (Fabaceae) à deriva de glifosato em agroecossistema do cerrado brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.007.0011

Palavras-chave:

Bioindicadora, Biomonitoramento, Plantas não-alvo, Sintomas morfoanatômicos

Resumo

Este estudo avaliou as respostas morfoanatômicas de Bowdichia virgilioides (Fabaceae) sob deriva de glifosato em um agroecossistema do Cerrado brasileiro. Duas coletas de folhas foram realizadas para dez indivíduos de duas áreas: área de borda (AB) e área controle (AC). Os sintomas visuais foram avaliados com índices de injúria foliar (IIF) e de severidade (IS), os anatômicos através da utilização de técnicas usuais de anatomia e os micromorfométricos por meio do software Anati Quanti. Cloroses e necroses foram encontradas. Os IIFs e ISs foram maiores para as folhas da AB e pode ser devido aos impactos que ocorrem na borda de manejo da área agrícola. Cloroplastos arredondados, plasmólise celular, hiperplasia, proliferação e colapso celular, sintomas similares aos encontrados em estudos de simulação de deriva de glifosato, foram notados. A espessura do parênquima paliçádico e, consequentemente, do mesofilo diferiram significativamente entre coletas, na AB, e entre os indivíduos da AC e da AB, na coleta de maio de 2017. Fatores como a maior incidência solar nas plantas de AB, provável ocorrência de outras pulverizações, assim como maior período de exposição e ação de contaminantes nas folhas da segunda coleta explicam essas alterações. Em campo, as avaliações visual, anatômica e morfométricas dos sintomas foliares foram sugestivas de deriva de agrotóxicos.

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Biografia do Autor

Esmeralda Pereira de Araújo, Universidade de Brasília

Doutoranda em Ciências Ambientais pela Universidade de Brasília - UnB. Mestra em Biodiversidade, Ecologia e Conservação pela Universidade Federal do Tocantins - UFT (2018). Pós-Graduada em Educação Ambiental com Ênfase em Espaços Educativos Sustentáveis (2016) e em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental (2015) pela mesma instituição. Graduada em Gestão Ambiental pela Faculdade Católica do Tocantins (2013). Pesquisa impactos ambientais dos agrotóxicos em plantas e água, e as abordagens da legislação ambiental brasileira sobre estas matrizes. 

Kellen Lagares Ferreira Silva, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Viçosa (1997) modalidade licenciatura e bacharelado, mestrado em Botânica pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e doutorado em Botânica pela Universidade Federal de Viçosa (2008). Atualmente é professora associada da Fundação Universidade Federal do Tocantins nos cursos de licenciatura e bacharelado em ciências biológicas, onde desenvolve projetos de pesquisa e extensão. É professora efetiva do curso de pós-graduação em Ciências do ambiente, com orientações de mestrado e doutorado. Atualmente é coordenadora do curso de Pós-graduação em Ciências do Ambiente. Tem experiência na área de Botânica, atuando principalmente nos seguintes temas: anatomia ecológica, respostas de plantas à agrotóxicos e análises sócio-ambientais na temática de agrotóxicos.

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Publicado

2021-07-15