Aspectos ecológicos de Hypsiboas semilineatus (SPIX, 1824) (AMPHIBIA, ANURA, HYLIDAE) em fragemnto de Mata Atlântica, nordeste do Brasil

Autores

  • Elizardo Batista Ferreira Lisboa Universidade Católica de Pernambuco
  • Geraldo Jorge Barbosa de Moura Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Iris Virginia Cypriano de Melo Universidade de Pernambuco
  • Edson Victor Euclides de Andrade Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
  • Jorge Mário de Figuerêdo Júnior Universidade Católica de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.6008/ESS2179-6858.2011.001.0002

Palavras-chave:

Atividade Reprodutiva, Distribuição Espacial, Biometria, História Natural

Resumo

A Mata Atlântica destaca-se como o principal bioma brasileiro no que se refere a estudos e programas de conservação da biodiversidade, embora ainda seja alvo de inúmeras ações antrópicas que compromete a eficácia dessas medidas de proteção ambiental. Os hilídeos possuem doze modos reprodutivos, sendo onze registrados na Mata Atlântica. As variações ocorrentes nas estratégias reprodutivas dos anuros são combinações de atributos morfológicos, fisiológicos e comportamentais, adaptados a condições ambientais. O objetivo deste trabalho foi registrar a abundância, ocupação macro e microambiental, variação biométrica e aspectos reprodutivos de Hypsiboas semilineatus em corpo d’água lótico permanente na Reserva Biológica de Saltinho, remanescente de Mata Atlântica, localizado no extremo sul do Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. As observações realizadas no corpo d’água lótico ocorreram quinzenalmente através de coleta ativa, no período noturno (18h - 22h) entre outubro de 2009 e maio de 2010. Para cada indivíduo capturado foi registrado seus dados biométricos, substrato, microhabitat ocupado, distância da borda do corpo d’água e altura em relação á lâmina d´água. Durante os oito meses de amostragem foram registrados 31 indivíduos, todos adultos, com tamanho médio de 45 mm e variando entre 30 e 51 mm. Quanto à distribuição espacial foi observada ocupando preferencialmente plantas herbáceas, machos vocalizando especificamente sobre caules e secundariamente sobre folhas e os que não se encontravam em atividade de vocalização, como machos satélites e fêmeas foram visualizados exclusivamente sobre folhas. Em relação á distribuição vertical, foi registrada ocupando preferencialmente o estrato compreendido entre 40,1 e 60 cm de altura (n = 13) (p = 0,002) e em relação á distribuição horizontal preferencialmente no setor após 1 m da borda do corpo d´água (n = 24) (p = 0,001). A estrutura da vegetação influenciou significativamente a abundância e distribuição espacial de Hypsiboas semilineatus, assim como sua atividade reprodutiva, pois disponibiliza sítios a serem disputados e com isso possibilita a estruturação da população. É necessária a realização de estudos mais prolongados sobre aspectos ecológicos de Hypsiboas semilineatus, pois estes geram subsídios para a formulação de planos de gestão e manejo mais eficientes para a conservação desta espécie e dos ecossistemas onde elas vivem.

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Biografia do Autor

Elizardo Batista Ferreira Lisboa, Universidade Católica de Pernambuco

Graduando em Ciências Biológicas na Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP. Atua nas áreas de Ecologia, Limnologia, Sistemática e Zoologia Aplicada de Anfíbios anuros e "Répteis", com enfâse testudines continentais. Participa do Grupo de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos do Nordeste, GEHP - NE, UFRPE. Já desenvolveu atividades de docência na rede municipal de ensino do Recife.

Geraldo Jorge Barbosa de Moura, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Graduação em Ciências Biológicas pela UFPE (2001), Aperfeiçoamento em Farmacologia/Bioquímica para Ciências Biológicas pela UFPE (2001), Aperfeiçoamento em Gestão Ambiental pela UFF (2008), Aperfeiçoamento em Gestão dos Recursos Hídricos pelo Portal Educação (2008), Aperfeiçoamento em Anfíbios e Répteis pelo Portal Educação (2010), Especialização em Zoologia pela UFRPE (2003), Especialização em Morfologia pela UFPE (2007), Mestrado em Geociências - Geologia Sedimentar e Ambiental (Paleontologia) pela UFPE (2006) e Doutorado em Ciências Biológicas - Sistemática e Ecologia (Zoologia) pela UFPB (2010). Atualmente atua como Professor e Pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, lecionando e orientando alunos do Curso de graduação em Ciências Biológicas e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ecologia, embora já tenha integrado o corpo docente de inúmeras Instituições de Ensino Superior do Nordeste, a exemplo da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, Universidade de Pernambuco-UPE, Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata-FFPNM, Faculdade Fransinette do Recife-FAFIRE, Fundação de Ensino Superior de Olinda-FUNESO e Faculdade Maurício de Nassau-FMN, ministrando aulas na Graduação e Pós-Graduação. Tem experiência em pesquisa, atuando principalmente nas áreas de Ecologia, Zoologia, Paleontologia e Morfologia de Anfíbios e "Répteis", Paleontologia do Cretáceo da Bacia do Araripe e Etnoherpetologia. Atualmente integra os seguintes grupos de pesquisas institucionais/CNPq: "Grupo de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos do Nordeste-UFRPE", Sistemática, Ecologia e Conservação da Biodiversidade de Ecossistemas Nordestinos-UFRN , "Zoologia-UFAL" e Grupo de Pesquisas Zoológicas da UPE .

Iris Virginia Cypriano de Melo, Universidade de Pernambuco

Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente cursa Especialização em Gestão Ambiental pela Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata, Universidade de Pernambuco (FFPNM/UPE). Atua na área de Zoologia e Ecologia de répteis e anfíbios. Participa de projetos relacionados a sistemática, biogeografia e ecologia da herpetofauna, com ênfase nos lagartos do Estado de Pernambuco. Atualmente integra o Grupo de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos do Nordeste-UFAL.

Edson Victor Euclides de Andrade, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Biólogo, Analista Ambiental do IBAMA. Atua na gestão do uso da fauna para qualquer finalidade, assim como da reabilitação de animais silvetres apreendidos pelo Órgão e recepcionads pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres. Bacharel em Biologia pela UFPE, defendendo monografia relativa a Estrutura de Comunidade de larvas de anuros, assim como descrições morfométricas desses animais. Cursa Gestão Ambiental, avaliando o efeito das diferentes bordas de mata sobre a anurofauna em fragmento de Mata Atlântica, de modo a complementação e implementação de medidas previstas em plano de manejo da fauna local. Mestrando em Biologia Animal pela UFPE, desenvolvendo projeto em Biologia do Desenvolvimento de Anfíbios Anuros. Atua na área de Manejo de Fauna Silvestres para conservação, Zoologia, Ecologia e Morfologia de Anfíbios e Répteis (Herpetologia) participando de projetos relacionados a ecologia, ontogenia e metamorfose de anfíbios anuros no Estado de Pernambuco e sistemática, biogeografia e ecologia da herpetofauna em geral.

Jorge Mário de Figuerêdo Júnior, Universidade Católica de Pernambuco

Graduando em Ciências Biológicas pela UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco. Com experiência em projetos na área da zoologia, com estudos de ecologia, biogeografia, evolução, paleontologia de anfíbios e répteis. Integrante do Grupo de Estudos em Herpetologia e Paleoherpetologia de Pernambuco.

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Publicado

2011-05-22

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