Quintais agroflorestais em uma comunidade rural no vale do Rio Araguari, Amazônia Oriental
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.003.0005Palavras-chave:
Sistema agroflorestal, Agricultura familiar, Segurança alimentarResumo
O objetivo deste trabalho foi caracterizar os quintais agroflorestais (QAF) do ponto de vista agroecológico, estrutural e florístico na comunidade de São Tomé, município de Ferreira Gomes, Amapá. No trabalho de campo utilizou-se o método etnográfico com as técnicas de observação participante, entrevistas formais e informais. Além disso, foi realizado um inventário das plantas que compõem os quintais, levantando-se o número de espécies existentes, tipos de usos e estrutura dos QAF. As propriedades investigadas apresentaram tamanhos variados, bem como o número de espécies e espécimes. Animais domésticos são criados para principalmente complementar alimentação. Foram registrados nos quintais um total de 97 espécies vegetais, incluídas em 44 famílias e 80 gêneros. As famílias com maior número de espécies foram: Rutaceae, Fabaceae, Arecaceae, Malvaceae e Myrtaceae. Com relação às categorias de uso, a maioria das espécies é de uso múltiplo, com destaque para as de uso alimentar (58 espécies) e medicinal (31 espécies). As espécies mais frequentes de uso alimentar foram: Cocos nucifera L., Mangifera indica L., Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum, Musa cavendishii, Bactris gasipaes Kunth. E as espécies de uso medicinal mais frequentes foram: Carapa guianensis Aubl., Carica papaya L., Vernonia condensata Baker, Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson, Ruta graveolens L. O manejo dos QAF é simples e de baixo custo, uma vez que envolve práticas tradicionais de cultivo de plantas e a principal finalidade dos quintais na comunidade São Tomé é de promover a complementação alimentar das unidades familiares e de venda de sua produção excedente na feira.
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