A valorização das plantas medicinais como alternativa à saúde: um estudo etnobotânico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.001.0037

Palavras-chave:

Etnobotânica, Plantas medicinais, Recursos Naturais, Saúde

Resumo

O Estado Santa Catarina é dotado de reconhecida biodiversidade, grande variedade de paisagens naturais: mata atlântica, litoral e cadeias de montanhas e de serras, sendo que Águas Mornas é classificada como área de imigração colonial de europeus (sec. XIX). Além disso, trata-se de uma região de rica diversidade cultural, composta por migrantes de outras regiões do Brasil, resultando em miscigenação cultural, o que atua decisivamente na utilização das plantas medicinais. Para entender o uso desses recursos naturais, suas relações existentes entre o homem e o ambiente, realizou-se um estudo etnoecológico versando os usos das plantas medicinais na medicina popular no Bairro de Santa Isabel, no Município de Águas Mornas/SC. De fato não se tem registro de nenhum levantamento de plantas medicinais entre a população do munícipio, sobre plantas medicinais, o que resulta na problemática da pesquisa; ou seja, em que nível a falta de valorização dos conhecimentos sobre plantas medicinais pode afetar a saúde da população local, que procura quase que única e exclusivamente os tratamentos da medicina convencional, lotando hospitais e unidades de saúde, muitos deles acometidos de moléstias que poderiam ser sanadas por meio do uso de ervas naturais? A coleta dos dados foi realizada em dois momentos. Primeiramente  ocorreu  a  entrevista  com  a  população, por meio de formulários semiestruturados, estabelecendo um estudo de caso, ou seja, um levantamento dos conhecimentos populares dos envolvidos na pesquisa. No segundo momento foi realizada entrevista com casal raizeiro/benzedor, utilizando também entrevistas semiestruturadas, analisado os seguintes aspectos: tempo de trabalho com plantas medicinais, tempo de residência em Santa Isabel (mínimo 8 anos), além de quais as plantas que usam. A maioria do púbico entrevistado possui entre 15 e 50 anos, caracterizando uma população jovem, de baixa renda, com uma renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Não diferente, mesmo que tenha apresentado grande parcela de pessoas jovens, o típico usuário de plantas medicinais é dominante, por mulheres idosas, com pouco ou nenhum estudo. Aprenderam suas receitas com os pais, avós e outros ancestrais. Verificou-se que os recursos naturais nativos têm-se escasseado, levando em consideração o impacto de culturas imigrantes, influenciando significativamente na tradicional cultura de uso de plantas medicinais, com a introdução de hábitos e muitas plantas exóticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tayronne de Almeida Rodrigues, Faculdade de Juazeiro do Norte

Filosofo e Pedagogo, Especialista em Docência do Ensino Superior, e Biodiversidade pela Faculdade Entre Rios do Piauí. Atualmente desenvolve pesquisas em torno do ser responsável com referência no princípio responsabilidade de Hans Jonas. Estuda as análises atuais, que se concentram na educação ambiental como saber filosófico para a construção de uma sociedade pautada no desenvolvimento sustentável. Nas ciências do meio ambiente investiga impactos ambientais recorrentes em áreas do semiárido e o estudo do saber tradicional através do uso fitoterápico das plantas medicinais por comunidades locais.

João Leandro Neto, Faculdade Entre Rios do Piauí

Filósofo. Pedagogo. Especialista em Docência do Ensino Superior e Gestão Escolar. É Professor efetivo da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Santa Verônica na Comunidade Quilombola do Sitio Arruda, Município de Araripe-CE. Estudou arte italiana com ligação na Scuola di Lingua e Cultura - Itália. Publicou trabalhos em eventos científicos, com temas relacionados a pesquisação na construção de uma educação valorizada e coletiva. Convidado a ser debatedor em mesas redondas, com temas como: filosofia no ensino médio, diálogos em torno do pensamento de Santo Agostinho de Hipona, filosofia e educação em Platão, ética e contemporaneidade. Atualmente se dedica a pesquisar sobre métodos e comodidades de relação investigativa entre a educação no ensino médio e o processo do aluno investigador na Filosofia, trazendo discussões como o negro e seu emponderamento educacional, a educação acessível, os processos educacionais, e as relações educação-docente na construção de um futuro capaz de perceber a importância do compartilhamento de função. Amante da poesia nordestina com direcionamento as condições históricas do resgate e do fortalecimento da cultura do Cariri.

Tainnã de Almeida Rodrigues Carvalho, Centro Universitário Dr. Leão Sampaio

Possui graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio e especialização em Enfermagem do Trabalho, Enfermagem Obstetrícia e Saúde da Família. Atua na ESF I de Antonina do Norte com ênfase em cobertura vacinal em crianças de 0 a 6 anos. É enfermeira plantonista do Hospital Municipal Nossa Senhora das Angústias em Tarrafas. Tem interesse nos seguintes temas: saúde da criança, saúde da mulher, gestão em saúde e uso fitoterápico de plantas medicinais.

Murilo Evangelista Barbosa, Instituto de Educação Superior Raimundo Sá

Murilo Evangelista Barbosa, brasileiro, formado em Direito pela URSA – Universidade Raimundo Sá, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, sob o número 12/506-PI, com pós-graduação nas áreas Direito Constitucional, pela Universidade Anhanguera, no estado do Paraná e em Direito Penal e Processual Penal pela URSA, no estado do Piauí, pós-graduando em Direito Sanitário pelo Hospital do Coração – HCOR, no Estado de São Paulo. Analista Processual efetivo da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Picos – PI, trabalhando de maneira particular com demandas jurídicas envolvendo o direito à Saúde. Em virtude de sua atuação jurídica sanitária, tem desenvolvido uma série de trabalhos de pesquisa científica na área da Saúde envolvendo tratamentos e prevenção de doenças e sobretudo as implicações disso nas decisões jurídicas.

Joab Cardoso Guedes, Faculdade Guaraí

Graduando em Ciências Biológicas na modalidade Licenciatura pelo Instituto Educacional Santa Catarina-Faculdade Guaraí (IESC/FAG). Possui bolsa integral do Programa Universidade para Todos (ProUni). Foi membro da Comissão Própria de Avaliação (CPA), representando o corpo discente, participando das atividades funcionais desde Março de 2016 à Abril de 2018.

Aluísio Vasconcelos de Carvalho, Faculdade Guaraí

Biólogo, especialista em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, mestre em Ciências do Ambiente e especialização em andamento em Fitoterapia. Tem experiência na área de Educação ambiental, manejo de animais silvestres, parasitologia, entomologia médica e saúde pública. Atualmente é Professor Adjunto do IESC/Faculdade Guaraí nos cursos de Ciências Biológicas, Biomedicina, Pedagogia e Zootecnia e Coordenador da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do IESC/Faculdade Guaraí.

Downloads

Publicado

2020-01-06