Potencial de controle de espécies de Piper sobre fungos fitopatogênicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.008.0023

Palavras-chave:

Doenças de plantas, Compostos bioativos, Controle alternativo, Piperaceas

Resumo

A produção de feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris) é limitada, dentre outros fatores, pela ocorrência de doenças, destacando-se a mela do feijoeiro e o mofo cinzento, causados pelos fungos Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii, respectivamente. Extratos vegetais com potencial fungicida se destacam como um método alternativo no controle de fitopatógenos. O objetivo deste trabalho foi avaliar extratos de espécies do gênero Piper no crescimento micelial dos fungos R. solani e S. rolfsii. Foram preparados extratos aquosos e alcoólicos nas proporções de 1:10, 1:100, 1:1000 e 1:10000mg/mL, obtidos a partir de materiais secos e frescos de folhas, talos e inflorescências de P. carniconnectivum, P. hispidum, P. nigrum, P. permucronatum, P. tuberculatum e P. umbellatum, cultivadas em casa de vegetação e campo, totalizando cento e um tratamentos. A atividade antifúngica foi avaliada pelo método de difusão em poços, utilizando meio BDA. Alíquotas de 10µL dos extratos avaliados foram depositadas em cada poço, e um disco de micélio de 0,5cm de diâmetro do patógeno desafiante adicionado no centro da placa. Os halos de inibição formados foram medidos a cada 24h, no sentido longitudinal e transversal. Testes in vivo foram conduzidos em folhas destacadas e em plântulas de feijoeiro. Folhas destacadas de feijoeiro foram acondicionadas em caixas tipo Gerbox, e mudas de feijoeiro mantidas em câmara úmida. Sobre as folhas foram pulverizados os extratos avaliados, e após 24h, uma suspensão de micélio do patógeno R. solani, na concentração de 1x106 fragmentos de micélio.mL-1 também foi pulverizada, avaliando-se a cada 24h a severidade da doença. O delineamento experimental dos testes in vitro e in vivo foi o inteiramente casualizado, com três testemunhas. Dentre os extratos testados in vitro, vinte e seis demonstraram potencial inibitório no controle de R. solani na maior concentração, e doze mantiveram-se eficientes até a concentração 1:100, destacando-se os extratos obtidos das espécies P. permucronatum e P. carniconnectivum. Nos ensaios com o fungo S. rolfsii, dez extratos mostraram eficiência na inibição do patógeno, destacando-se o extrato aquoso de P. tuberculatum na maior concentração. No ensaio in vivo com folhas destacadas dez extratos apresentaram eficiência no controle da mela do feijoeiro, sendo que os extratos obtidos a partir de P. permucronatum, P. carniconnectivum e P. nigrum apresentaram efeitos de controle semelhantes ao controle fungicida, permanecendo extratos de P. permucronatum eficientes em testes in vivo com mudas de feijão em câmara úmida. Os resultados obtidos sugerem que os extratos de espécies do gênero Piper podem vir a ser utilizados futuramente como fonte de novas moléculas bioativas, visando o controle destes patógenos.

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Biografia do Autor

Jessica Silva Felix Bastos, Universidade Federal de Rondônia

Graduada em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharel, com ênfase em Botânica) pela Faculdade São Lucas( 2014). Realizou estágio (Iniciação Cientifica) na Fundação Oswaldo Cruz - Rondônia na modalidade CIEE, no laboratório de Imunologia Celular e Cultura Celular (2013 - 2014). Atuou como Educadora Ambiental na Sala Verde da Faculdade São Lucas (2014 - 2016). Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Rondônia (2018). Pós Graduada em Docência do Ensino Superior pela faculdade São Luís (2019).

Cléberson de Freitas Fernandes, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará (1995), mestrado em Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará (1998) e doutorado em Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará (2004) e pelo Institute of Phytopathology and Applied Zoology, Giessen, Alemanha, dentro do Programa DAAD/CAPES/CNPq. Pesquisador A da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa. Atua como Docente e Orientador no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - PPG-Bionorte e no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia de Recursos Naturais da Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem experiência na área de Bioquímica Vegetal e Fitopatologia, com ênfase em respostas de defesa ao ataque de patógenos, atuando principalmente nos seguintes temas: mecanismo de defesa de plantas, estresse oxidativo, proteínas vegetais de defesa, análises microscópicas e moleculares da interação planta-patógeno. Atua também na identificação e caracterização de compostos bioativos para o controle de patógenos de interesse agropecuário.

José Roberto Vieira Junior, Universidade Federal de Rondônia

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF (2001) e doutorado em Agronomia (Fitopatologia) pela Universidade Federal de Viçosa (2005). Em 2006, atuou como pesquisador-Bolsista de Desenvolvimento Científico Regional, na Universidade Estadual do Norte Fluminense- UENF. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitopatologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Controle biológico e alternativo de doenças de plantas, epidemiologia e controle de doenças de plantas, microbiologia agrícola. Atualmente, é pesquisador na área de fitopatologia, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, no Centro de Pesquisas Agroflorestais de Rondônia e, desde a fundação em 2013, é membro do programa de pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Rondônia.

Aline Souza Fonseca, Universidade Federal de Rondônia

Possui graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado); Mestrado em Ciências Ambientais e Pós graduação em Docência do Ensino Superior; Atualmente é doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pelo Programa Bionorte; Atua no Laboratório de Fitopatologia - Embrapa -RO, trabalhando com Atividade Bioquímica, Molecular e Citológica de plantas quanto à resistência a patógenos, também atua com microrganismos e com extratos vegetais sobre fungos, nematoides e bactérias de plantas e solos. Tem experiência na área da educação. É componente do grupo de pesquisa em Biotecnologia Vegetal da Embrapa Rondônia.

Tamiris Chaves Freire, Universidade Federal de Rondônia

Possui graduação em Agronomia pelas Faculdades Integradas Aparício Carvalho (2013). Bolsista no laboratório de fitopatologia desde 2012. Mestra em ciências ambientais pela UNIR/EMBRAPA (2015). Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela REDE Bionorte. Tem experiência na área de fitopatologia, atuando principalmente com: Rhizoctonia solani; Phaseolus vulgaris; Coffea canephora; Nematoides-das-galhas e Hemileia vastatrix. Participação em projetos de pesquisa: Prospecção e validação de substâncias bioativas como estratégia de controle para fitopatógenos (2013 - 2016). Bolsista FUNAPE no projeto "Novas estratégias químicas no controle de Meloidogyne em cafeeiro" (2016). Habilitada em emissão de CFO/CFOC.

Simone Carvalho Sangi, Universidade Federal de Rondônia

Possui graduação (Bacharelado e Licenciatura) em Ciências Biológicas pela Faculdade São Lucas (2014).Bolsista no laboratório de fitopatologia desde 2013. Mestra em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Rondônia UNIR/EMBRAPA (2018). Atualmente é doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia pela REDE Bionorte. Tem experiência na área de Fitopatologia- Embrapa -RO, trabalhando com extratos vegetais no controle de fungos, nematoides e bactérias. Integrante (Estagiária) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA RO).

Liliani Ogrodowczyk, Universidade Federal de Rondônia

Graduada em Farmácia pelas Faculdades Integradas Aparício Carvalho - FIMCA, estado de Rondônia. Com experiência na área farmacêutica, com ênfase em Farmácia. Mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais - PGCA - UNIR/Rolim de Moura - Rondônia, desde 2017. Atuante no Laboratório de Fitopatologia - Embrapa - RO, trabalhando com ensaios Bioquímicos para testes de Resistência em Clones de Café Canéfora, uso de extratos de plantas, controle de fitopatógenos, microbiologia vegetal, etc..

Karen Cristina Chaves Oliveira, Faculdades Integradas Aparício Carvalho

Possui graduação em Agronomia pelas Faculdades Integradas Aparício Carvalho - FIMCA (2018). Bolsista do Consórcio brasileiro de pesquisa e desenvolvimento do café- FUNAPE (2016), realizou atividades como Avaliação da resistência de clones de cafeeiro (Coffea canephora) à duas doenças de parte aérea da cultura. Realizou o projeto da FAPERO (2017) Atividade antifúngica de extratos de Piper alatabacum no controle de fitopatógenos. Realizou atividades no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Rondônia.

Rodrigo Barros Rocha, Universidade Federal de Viçosa

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Viçosa (2002), mestrado e doutorado em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal de Viçosa (2007). É pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desde Abril de 2007, lotado na Embrapa Rondônia (Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia). Está vinculado como docente permanente do Programa de Pós-graduação da rede Bionorte, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Universidade Federal de Rondônia (PGDRA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos da Universidade Federal do Amazonas (PGCCTRA). Também exerce atividades como professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Rondônia (PGCA). Tem focado seu trabalho no melhoramento genético de plantas perenes, tendo experiência nas áreas de: estatística experimental, métodos de seleção e marcadores moleculares.

Fábio da Silva Barbieri, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1999), mestrado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2001) e doutorado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2005). Atualmente é pesquisador A da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Rondônia atuando na área de Sanidade Animal. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Sanidade Animal - Parasitologia Veterinária, atuando principalmente nos seguintes temas: taxonomia de larvas do gênero Amblyomma, bioensaios para detecção de populações de parasitos resistentes aos pesticidas e avaliação do potencial de novas moléculas para o controle de endo e ectoparasites.

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Publicado

2019-05-14

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