Caracterização da borra de café para o tratamento de efluentes de laboratórios de química

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.008.0012

Palavras-chave:

Biossorção, Biomassa, Parâmetros, Metais potencialmente tóxicos

Resumo

Os laboratórios de Química das Instituições de educação superior geram uma variedade de resíduos. Esses contêm Metais Potencialmente Tóxicos, cujos, em concentrações elevadas e na forma de cátions podem causar prejuízos ambientais. A utilização de biossorventes no processo de biossorção tem sido sugerida para satisfazer a necessidade de remover íons metálicos de águas residuais promovendo a descontaminação de efluentes. Considerando que Brasil é um dos maiores consumidores de café do mundo, gera, consequentemente, um montante de resíduos. Esses, por possuir em sua composição moléculas de celulose, hemicelulose e lignina, torna-se uma excelente candidata ao grupo de adsorventes naturais. Essa pesquisa tem como objetivo caracterizar a borra de Café Lavada, modificada com hidróxido de potássio (KOH) e ácido fosfórico (H3PO4) para uma possível aplicação no tratamento de efluentes de laboratório de química. Foi determinado o pH em H2O em KCl pelo método de Raij et., (2001), onde consistiu em pesar 5 g das biomassas lavada e modificada separadamente, colocadas em erlenmeyers de 250 ml e acrescentado 20 mL de água destilada e KCl 0,1 mol L-1 separadamente e submetidas à agitação por 40 minutos seguida de filtração. Em seguida, foram feitas as medições do pH nas amostras. A determinação do PCZ consistiu em misturar 50 mg da biomassa com 50 mL de solução aquosa sob aquecimento, seguida de filtração. Posteriormente, o pH das soluções foi ajustado a diferentes condições de pH inicial (1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11 e 12) e determinou-se o pH após 24 horas de equilíbrio (REGABULTO et al., 2004). A Espectrometria de infravermelho foi realizada no Laboratório de Espectroscopia Óptico e Fototérmica (LEOF) na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) a partir de um espectrômetro FTIR da marca Bruker, modelo Vertex 70v. Para a análise das amostras foi utilizado 2 mg na forma de pó, para que junto com o KBr formem uma pastilha de 200 mg. Os resultados mostraram que as biomassas estudadas possuem em sua superfície cargas negativas adsorvendo preferencialmente cátions. Com o FITR foi possível predizer os grupos funcionais presentes nas biomassas, os quais são fundamentais para o processo de biossorção. Os resultados obtidos mostraram que a Borra de Café Lavada e modificada com KOH e H3PO4 apresentaram características favoráveis para serem bons adsorventes naturais, sendo, portanto, necessário a realização dos experimentos com o ensaio de biossorção para avaliar a capacidade de remoção das biomassas em estudo em efluentes laboratoriais.

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Biografia do Autor

Raquel Milhomem Parente, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão

Acadêmica do curso de Química Licenciatura pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL. Bolsista PIBITI - FAPEMA.

Jorge Diniz de Oliveira, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão

Possui graduação em Química Industrial pela Universidade Federal do Maranhão UFMA (1978) e em Curso Emergencial de Licenciatura Plena Esquema I pelo Centro de Estudos Superiores de Imperatriz-CESI/UEMA (1995). Mestrado em Química Inorgânica pela Universidade Federal do Ceará (1998) e Doutorado em Química pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP-Araraquara-SP (2006) (Espectrometria Atômica com Chama (FAAS). Atualmente professor adjunto IV da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão lecionando as disciplinas Química dos Compostos de Coordenação e Química Ambiental. Atua no programa de Pós-Graduação Mestrado Agricultura e Ambiente da UEMA como professor permanente lecionando a disciplina Química Agroambiental. Têm experiência na área de Química com ênfase em Química Ambiental e Ciências Ambientais, atuando nos seguintes temas: Metais Potencialmente Tóxicos em Ecossistemas Aquático e Terrestres, Fitorremediação de Metais Potencialmente Tóxicos em Solos Antropizados, Bioindicadores de Metais Potencialmente Tóxicos e Biossorção de Metais Potencialmente Tóxicos, Especiação de Metais em Sedimentos, em Águas Superficiais, Águas Intersticiais, Solos e Frutos In Natura.

Otávio Cândido da Silva Neto, Universidade Federal do Maranhão

Doutorando em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Campus Imperatriz. Mestre em Ciência dos Materiais (UFMA). Graduado em Licenciatura Plena em Química pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Açailândia. Atualmente atuando nas áreas de síntese e caracterização de vidros, terras raras, luminescência e técnicas espectroscópicas.

Francisco Eduardo Aragão Catunda Júnior, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão

Possui graduação em Química Licenciatura Plena pela Universidade Estadual do Ceará (2003), mestrado em Ciências Naturais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (2006) e doutorado em Química pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2011). Atualmente é professor adjunto III da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão e orientador do mestrado em Agricultura e Ambiente da UEMA. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Química de Produtos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: Óleos essenciais, Óleos fixos, Plantas medicinais, etc.

Publicado

2023-01-08