Contaminação do solo e da água por fósforo em função de atividade suinícola em bacia hidrográfica de Santa Catarina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.005.0021

Palavras-chave:

Eutrofização, Qualidade da água, Qualidade do solo, Índice de Estado Trófico

Resumo

A atividade suinícola vem apresentando-se como altamente poluidora devido ao volume de dejetos gerado, usualmente aplicados em áreas agricultáveis e que podem contaminar o solo e mananciais hídrico, especialmente com o fósforo (P). Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é avaliar a contaminação da água e do solo por fósforo, influenciado pela atividade suinícola, na bacia hidrográfica Rio Coruja/Bonito, em Braço do Norte/SC. O presente estudo foi desenvolvido em quatro propriedades suinícolas e no Rio Coruja, no período de Julho/2015 a Junho/2016. Foram coletadas amostras de água (Jul/2015, Out/2015, Dez/2015, Mar/2016 e Jun/2016) e de solo (Dez/2015). Nas amostras de água foram determinados os teores de P dissolvido (Pd), P particulado (Pp), P total (Pt) e Índice de Estado Trófico (IET), aplicando-se os valores limítrofes conforme a Resolução CONAMA nº357/2005. Nas amostras de solo foram determinados os teores de P extraído por Mehlich-1 e de argila, a partir dos quais foi calculado o Limite Crítico Ambiental de Fósforo (LCA-P). Os teores de Pt na água apresentaram-se acima do limite estabelecido pela legislação vigente, com potencial para causar a eutrofização e reduzir a qualidade da água em todos os pontos avaliados. Associado a isso, a aplicação de dejetos suínos no solo em áreas agricultáveis contribui com aporte de material particulado, bem como o solo como fonte de P aos corpos hídricos. Dessa forma, em áreas que recebem aplicações de dejetos de suínos, recomenda-se o uso de medidas mitigatórias que reduzam as transferências de água e sedimentos para os mananciais hídricos, como a adoção de sistemas conservacionistas de manejo do solo, reduzindo, também, o transporte de P e outros elementos potencialmente contaminantes.

 

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Biografia do Autor

Eliana Aparecida Cadoná, Universidade Federal de Pelotas

Graduação em Ciências Biológicas - Licenciatura e Bacharelado pela UNIJUÍ. Especialista em Segurança Alimentar e Agroecologia pela UERGS, em Gestão Educacional pela UFSM e em Metodologia do Ensino de Biologia e Química pela UNINTER. Mestre em Agroecossistemas pela UFSC. Doutora em Manejo e Conservação do Solo e da Água na UFPel. Professora do Ensino Fundamental na SEDUC/RS. 

Paula Beatriz Sete, Universidade Federal de Santa Catarina

Técnica em Agropecuária pelo Colégio Agrícola de Camboriú - UFSC (2003), Graduada em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2011), Mestre (2013) e Doutora em Agroecossistemas pela UFSC (2019). 

Jucinei José Comin, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1987), mestrado em Ciência do Solo (bolsista da Capes e do CNPq) pela Universidade Federal do Paraná (1992), doutorado em Agronomia (bolsista da Capes) - École Nationale Supérieure Agronomique de Rennes, França (1996) e pós-doutorado (bolsista da Capes) em Física do Solo no AgroSup Dijon, França (2012). É professor Titular do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Agronomia, atuando no desenvolvimento de técnicas de manejo de solo, especialmente em plantio direto sem o uso de agrotóxicos e o uso de plantas de cobertura para o controle de plantas espontâneas; uso de dejetos animais no manejo da fertilidade do solo; avaliação participativa da qualidade do solo; desenvolvimento participativo de técnicas de manejo agroecológico; levantamento e validação de características do solo ligadas a sua qualidade; avaliação do acúmulo de metais no solo; determinação de formas de fósforo no solo; e caracterização de substâncias húmicas no solo. Realiza trabalhos de pesquisas e extensão em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Suínos e Aves), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Uva e Vinho), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e o Institut National Supérieur des Sciences Agronomiques, de l'Alimentation et de l?Environnement (AgrosupDijon), França. Atua como professor das disciplinas Manejo e Conservação dos Solos do Curso de Graduação em Agronomia; Manejo do Solo do Curso de Graduação em Zootecnia; Agroecologia; e Capacidade Produtiva do Solo do Programa de Pós-Graduação em Agrecossistemas. É orientador no mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Agrecossistemas (PGA-UFSC).

Arcângelo Loss, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2005) e Mestrado (2008), Doutorado (2011) e Pós-Doutorado (2012) em Agronomia (Ciência do Solo) pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq-1D. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Gênese, Morfologia, Classificação, Fertilidade, Química e Manejo de Solos e de culturas agrícolas. Atualmente é Professor Associado de Gênese, Morfologia e Classificação de Solos da Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Florianópolis; e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Agroecossistemas desde 2017 (PGA-UFSC). É editor associado de periódicos nacionais e internacionais, bem como revisor de vários periódicos nacionais e internacionais. Já publicou mais de 170 artigos em revistas científicas nacionais e internacionais. Os termos mais frequentes em sua contextualização científica são: indicação geográfica, aquaponia, carbono orgânico total do solo, gases de efeito estufa, carbono orgânico particulado, carbono das substâncias húmicas, agregação do solo, integração lavoura-pecuária, dejetos de suínos, agregados biogênicos, agregados fisiogênicos, sistema plantio direto agroecológico de hortaliças (SPDH), erva-mate, aptidão das terras, vinhos de altitude. 

Cláudio Roberto Fonsêca Sousa Soares, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (1997), Mestrado (1999) e Doutorado (2004) em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Lavras. Foi bolsista PRODOC e PNPD no período de 2005 a 2010 no Departamento de Ciência do Solo da UFLA. Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Recursos Vegetais da UFSC (Conceito 6 na CAPES). Tem experiência na área de Agronomia e Ciências Ambientais, com ênfase em Microbiologia do Solo, atuando principalmente nos seguintes temas: Micorrizas, Fixação Biológica de Nitrogênio, Poluição Química do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas. 

Eduardo Lorensi de Souza, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Coordenador do Curso de Agronomia na Uergs em Três Passos. Atuou como Coordenador Executivo da Pós-Graduação em Manejo Sustentável do Solo da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Atua como Professor Adjunto nos Cursos de Agronomia e de Gestão Ambiental da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) na unidade em Três Passos/RS e na Uergs Unidade em Cachoeira do Sul/RS. É Professor e orientador no Curso de Especialização em Segurança Alimentar e Agroecologia; no Curso de Especialização em Gestão e Sustentabilidade Ambiental e no Curso de Especialização em Manejo Sustentável do Solo. Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2006), Mestrado em Ciência do Solo pela UFSM (2009), licenciatura pelo Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para Educação Profissional e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Maria (2012), Doutorado em Ciência do Solo pela UFSM (2013) e Pós-doutorado no programa de Pós-graduação em Ciência do Solo (2014). Trabalhou como Extensionista Rural de Nível Superior na empresa ASCAR-Emater-RS (2014). Tem experiência nas áreas de agronomia, ciência do solo, manejo e conservação do solo e da água, microbiologia e biologia do Solo, Agroecologia, emissões de gases de efeito estufa e mudanças climáticas, arroz irrigado, agricultura de baixo carbono; sistema de plantio direto; sucessão e rotação de culturas em sistemas forrageiros; biotransformações do C e N no solo e uso de adubação alternativa na agricultura. 

Cledimar Rogério Lourenzi, Universidade Federal de Santa Catarina

Graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Ciência do Solo pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS) da UFSM. Doutor em Ciência do Solo pelo PPGCS da UFSM. Atuou como professor Substituto no Departamento de Solos da UFSM, onde ministrou aulas da disciplina de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas para os cursos de Agronomia, Engenharia Florestal e Zootecnia. Atua na área de Agronomia, com ênfase em Química e Fertilidade do Solo, especialmente com estudos relacionados a utilização de fontes orgânicas de nutrientes, avaliando o potencial fertilizante e contaminante dessas fontes. Atualmente é Professor Adjunto, na área de Química e Fertilidade do Solo, do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), atuando nos cursos de graduação em Agronomia e Zootecnia, e no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas.

Rafael Ricardo Cantu, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1997), mestrado em Agronomia - Produção Vegetal pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008) e doutorado em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (2014). Tem experiência na área de Agronomia desde 1998. É pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. Atua na área da Ciência do Solo, com foco na transformação de resíduos orgânicos e minerais em fertilizantes e sua avaliação agronômica.

Publicado

2022-07-02

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

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