Atributos químicos de solo rizosférico sob vegetação da caatinga no semiárido Brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.009.0001

Palavras-chave:

Rizosfera, Fertilidade do solo, Nutrientes, Espécies nativas

Resumo

A rizosfera é uma porção ativa do solo onde as reações biogeoquímicas atuantes podem influenciar uma série de processos em nível de ecossistema. O entendimento químico do solo rizosférico de espécies nativas da Caatinga pode contribuir para o debate atual sobre uso da terra, desertificação e revegetação de áreas degradadas no semiárido brasileiro. O objetivo da pesquisa foi avaliar os atributos químicos do solo na rizosfera de algumas espécies de ampla ocorrência do bioma Caatinga no Semiárido Brasileiro. Para tanto, em novembro de 2020, foi realizada a coleta de solo rizosférico de 27 unidades amostrais em uma área preservada da Caatinga no município de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Foram avaliados: acidez ativa (pHH2O), acidez potencial (H+Al), condutividade elétrica (CE), teores disponíveis de P, K e Na, teores trocáveis de Ca e Mg, enxofre total (ST), carbono total (CT), nitrogênio total (NT), carbono orgânico total (COT), estoque de carbono no solo (ECOT), relação C/N e matéria orgânica do solo (MOS). Os macronutrientes, COT, NT e ECOT foram significativamente mais elevados na rizosfera da amburana e joão mole. Forte correlação positiva entre Ca2+, Mg2+, P e COT indica considerável contribuição da MOS na retenção desses elementos. A rizosfera do angico, catingueira, joão mole e aroeira apresenta elevada sodicidade a qual está relacionada ao intemperismo mineral. A relação C/N indica provável equilíbrio entre mineralização e imobilização de N no angico, aroeira, joão mole e amburana, enquanto que a imobilização de N predomina na catingueira, marmeleiro e pereiro. Assim, conclui-se que as espécies de plantas Caatinga possuem características que afetam os atributos químicos da sua rizosfera. A fertilidade do solo de áreas em recuperação depende fortemente da ciclagem de nutrientes, sendo que as espécies que fornecem maior aporte de material orgânico ao solo têm sua rizosfera com atributos químicos de solos mais favoráveis ao desenvolvimento das plantas.

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Biografia do Autor

Letícia Moro, Instituto Nacional do Semiárido

Bacharelado em Engenharia Florestal (2010 - UDESC), Especialização em Educação Profissional e Tecnológica (2019 - IFSC), MBA em Gestão de Projetos (2021 - Esalq/USP), Mestrado em Manejo do Solo (2013 - UDESC), Doutorado em Ciência do Solo (2017 - UDESC), Pós-Doutorado em Ciência do Solo (2019 - UFSM). 

Rodrigo Santana Macedo, Instituto Nacional do Semiárido

Pós-Doutorado e Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP. Possui Mestrado em Agronomia Tropical (2009) e graduação em Ciências Naturais (2005) pela Universidade Federal do Amazonas. Atualmente tem desenvolvido pesquisas relacionando o efeito da desertificação nos atributos físicos, químicos e mineralógicos de solos da região semiárida brasileira. Tem experiência na área de Ciência do Solo, com ênfase em Gênese, Morfologia e Classificação, atuando principalmente nos seguintes temas: caracterização mineralógica, geoquímica e micromorfológica de solos, indicadores de qualidade de solos de agroecossistemas familiares e efeitos da aplicação da água de reuso nos atributos dos solos 

Érica Olandini Lambais, Instituto Nacional do Semiárido

Possui graduação em Ciências - Habilitação em Biologia pela Universidade Metodista de Piracicaba (2006), e Especialização em Bioecologia e Conservação pela Universidade Metodista de Piracicaba (2010). Trabalhou por 7 anos como Técnica de Laboratório de Microbiologia e Parasitologia na Universidade Metodista de Piracicaba. Entre 2010 e 2014 lecionou Ciências para alunos do Ensino Fundamental em uma escola particular da rede de ensino Objetivo. Atualmente é pesquisadora PCI do Instituto Nacional do Semiárido, trabalhando com Levantamento de indicadores biológicos em solos do Semiárido Brasileiro. Tem experiência na área de Microbiologia, com ênfase em Microbiologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: esporos, fungos micorrízicos arbusculares, microbiologia ambiental, microbiologia e respiração microbiana. 

George Rodrigues Lambais, Instituto Nacional do Semiárido

Possui Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Metodista de Piracicaba (2009), Mestrado em Ciências (Fisiologia e Bioquímica de Plantas) pela ESALQ/USP (2011) e Doutorado em Ciências (Química na Agricultura e no Ambiente) pelo CENA/USP (2015). Entre 2014 e 2015 foi bolsista de intercâmbio (doutorado sanduíche) no Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (CIRAD), Montpellier, França. Foi pesquisador do Programa de Capacitação Institucional do CNPq, entre 2016 e 2021, conduzindo pesquisas na área de Reúso de Águas na Agricultura do Semiárido Brasileiro e Coordenador do Laboratório de Microbiologia Ambiental, no Núcleo de Recursos Hídricos do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI). Atualmente é pesquisador de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do CNPq no INSA/MCTI, atuando com projeto relacionado a implementação de mecanismos de homologação de créditos de carbono em propriedades rurais no semiárido brasileiro. Tem experiência nas áreas de Ecofisiologia Vegetal e Microbiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: dinâmica e arquitetura radicular, ciclagem de nutrientes, ecologia microbiana do solo, micorrizas, atividade microbiana do solo, monitoramento ambiental e segurança alimentar.

Alexandre Pereira de Bakker, Instituto Nacional do Semiárido

ALEXANDRE PEREIRA DE BAKKER É PESQUISADOR TITULAR III DA CARREIRA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, É GRADUADO EM ENGENHARIA FLORESTAL PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, TENDO TAMBÉM CURSADO AGRONOMIA. EM 1986 TRABALHO NA THEMAG ENGENHARIA LTDA COMO ENGENHEIRO JUNIOR. NO ANO DE 1988 ENTROU PARA O INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA, INPA, LOTADO NO NÚCLEO DE PESQUISAS DO CARE, NPA. DURANTE ESTE TEMPO REALIZOU VARIOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO, SENDO UM DELES EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS NA UNIVERSIDADE DA FLORIDA. DE 1991 ATÉ 1994 REALIZOU CURSO DE MESTRADO EM SOLOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, UFC. EM 1999 FOI PARA O JAPÃO PARA REALIZAR CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SOLOS FLORESTAIS DURANTE 5 MESES, COMO BOLSITA DA AGENCIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DO JAPÃO, JICA. EM NOVEMBRO DE 200O REGRESSA AO JAPÃO, NOVAMENTE COMO BOLSITA DA JICA, DESTA VEZ PARA REALIZAÇÃO DE CURSO DE DOUTORADO EM SOLOS, CONCLUIDO QUE FOI EM JANEIRO DE 1994 COM A DEVIDA PUBLICAÇÃO DE 3 TRABALHOS EM REVISTAS INTERNACIONAIS; REQUISITO DO PROGRAMA DE DOUTORAMENTO DA UNIVERSIDADE DE KAGOSHIMA. EM 2006 É REMOVIDO PARA O RÉCEM CRIADO INSTITUTO NACIONAL DO SEMIÁRIDO, INSA, ONDE CRIOU O PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL, PCI, DAQUELA UNIDADE, INTITULADO: "PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS VOLTADAS PARA A GESTÃO AMBIENTAL NO SEMI-ÁRIDO",COM 12 BOLSISTAS. PARTICIPOU AINDA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO INSA, O QUAL RESULTOU EM SEU PRIMEIRO PLANO DIRETOR. EM 2006 ATENDENDO A CONVITE, FOI REDISTRIBUÍDO PARA O CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO CENTRO OESTE CRCN-CO, DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR (CNEN). ATUA HOJE NA ÁREA DE SOLOS DESENVOLVENDO TRABALHOS EM MINERALOGIA E MICROMORFOLOGIA DE ARGILOMINERAIS E ÓXIDOS, EM CONVÊNIO COM FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS DE GOIÁS. PARTICIPA DE BANCAS DE MESTRADO E DOUTORADO NA ESCOLA DE AGRONOMIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, UFG, E É PALESTRANTE OFICIAL DO CENTRO REGIONAL DE CIENCIAS NUCLEARES DO CENTRO OESTE ONDE TRABALHA. EM JANEIRO DE 2012 REGRESSA AO INSTITUTO NACIONAL DO SEMIÁRIDO, INSA, ONDE CRIA O LABORATÓRIO DE DIFRATOMETRIA DE RAIOS-X COMO PARTE DO NÚCLEO DE BIOGEOQUÍMICA DO INSTITUTO.

 

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Publicado

2021-10-20

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