Variação na proporção de óleo de coco misturado com óleo de peixe: uma análise do efeito no potencial oxidativo e na qualidade do biodiesel produzido

Resumo

Diante das constantes preocupações ambientais, sociais e econômicas, a produção do biodiesel tem se mostrado uma opção viável como fonte alternativa de energia substituta aos combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Considerando que a indústria pesqueira produz uma quantidade significativa de subprodutos, a utilização do óleo de peixe para a produção de biodiesel tem se mostrado uma alternativa viável para a diversificação da matriz energética, auxiliando na reparação do descarte ambientalmente inadequado dos resíduos gerados com o processamento do pescado. O óleo de coco é um óleo não comestível, tem o menor custo e apresenta uma estabilidade oxidativa relativamente alta, o que indica que sua mistura é interessante com óleo de peixe antes da transesterificação. A estabilidade oxidativa é o principal impedimento da utilização de óleo de resíduo da indústria pesqueira para produção de biodiesel, podendo ser justificado principalmente pela presença de insaturação em sua cadeia carbônica. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do óleo de coco, para óleo de peixe proveniente de resíduos da atividade pesqueira de uma peixaria localizada na cidade de Rio Grande/RS, na estabilidade oxidativa e também realizar testes estatísticos para verificar a melhor configuração, temperatura, blend, catalisador, na produção de biodiesel. Os resultados verificaram qual adição de óleo de coco, ao óleo de peixe foi positiva, visto que atuou como aditivo antioxidante e as análises físico-químicas realizadas mostraram que o biodiesel produzido possui boa qualidade, pois todas as amostras analisadas se enquadram nos parâmetros de qualidade estabelecidos, com exceção do índice de iodo de algumas amostras.