Efeito do fenômeno ‘decoada’ na qualidade da água do rio Paraguai, Pantanal Norte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.005.0055

Palavras-chave:

Oxigênio Dissolvido, Períodos Hidrológicos, Planície de Inundação

Resumo

No Pantanal, destaca-se a ocorrência de um fenômeno natural denominado regionalmente como 'decoada', que ocorre durante o início da fase hidrológica de enchente. Caracterizado pela alteração da qualidade da água dos rios, em suas áreas de planície de inundação e em suas lagoas marginais, podendo ocorrer expressivas mortandades de peixes, dependendo da magnitude das alterações. Para tanto, ao longo de um ciclo hidrológico (julho/2018 a junho/2019), foram monitorados mensalmente, em 6 pontos de amostragem, a precipitação, batimetria e qualidade da água, com o objetivo de determinar, o momento, duração e intensidade da decoada, e seus efeitos na qualidade da água no rio Paraguai, Pantanal Norte, próximo a cidade Cáceres/MT. A concentração de oxigênio dissolvido (OD) foi utilizada como indicador, em que OD < 3.0 mg/L durante a época de inundação foi considerado indicativo de ocorrência potencial do evento. De acordo com os registros, verificou-se períodos hidrológicos distintos, onde a enchente e cheia apresentaram valores de OD inferiores a estiagem e vazante, havendo uma mudança drástica de outubro/2018 (OD = 6.37 ± 0.17 mg/L) para novembro/2018 (OD = 2.78 ± 0.05 mg/L), registrando, portanto em todos os pontos, decoada considerada de intensidade nível baixo. Os valores de OD, permaneceram abaixo de 5 mg/L, limite máximo permitido pela Resolução CONAMA 357/2005 para rios classe II, de novembro/2018 até abril de 2019 para todos os pontos de amostragem, registrando o seu valor mínimo em março/2019 na baía, com OD = 1.84 mg/L, considerada uma decoada de nível médio. A análise de componentes principais (PCA), comprovaram a diferença dos resultados de decoada encontrados no rio e na baía, que se apresentou com maior intensidade e duração na baía. Os parâmetros que influenciaram a decoada, segundo a PCA, foram pH, temperatura, precipitação, turbidez e OD.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mauri Queiroz de Menezes Junior, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Engenharia Sanitaria e Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso (2016) e mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2020). Atualmente é coordenador de saneamento - Consórcio intermunicipal Nascentes do Pantanal e professor universitário da Faculdade do Pantanal. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em Instalações Hidráulico-Sanitárias 

Ernandes Sobreira Oliveira Junior, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciencias Biologicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2007). É mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade pela Universidade Federal de Mato Grosso (2010). É doutor pela Radboud University / Nijmegen - Holanda (2018) avaliando o efeito de modificadores ecossistêmicos nos fluxos dos gases do efeito estufa. Tem experiência na área de Ecologia e Limnologia, atuando principalmente nos seguintes temas:Gases do Efeito estufa, Pantanal, Ambientes aquáticos e Conservação da Biodiversidade.

Célia Alves de Souza, Universidade do Estado de Mato Grosso

Licenciada e Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1993), mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutora em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Realizou Pós-Doutorado no Departamento de Solos na Universidade Federal de Viçosa (2006) e no Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (2017). Professora Adjunta no Departamento de Geografia na Universidade do Estado de Mato Grosso (1994-2018) Atua na área de hidrogeografia, geomorfologia fluvial, gestão de bacias hidrográficas e geografia física. Professora e orientadora no Mestrado Ciências Ambientais - UNEMAT (2006 -2018). Foi Coordenadora Operacional do Dinter em Geografia entre UNEMAT/UFF (2010-2014). Coordenou a Rede ASA - Rede de estudos sociais, ambientais e de tecnologias para o sistema produtivo na região sudoeste de Mato Grosso CNPq/CAPES/FAPEMAT (2010-2016). Compõem a equipe de professores e orientadores do Programa e Pós Graduação em Geografia/UNEMAT. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Geografia UNEMAT (2015-2018). Atua no Mestrado Profissional em Recursos Hídricos (2018). Conselheira do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (2018). Bolsista de Produtividade do CNPq Nível 2

Downloads

Publicado

2020-06-05

Edição

Seção

Planejamento, Gestão e Políticas Públicas Ambientais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>