Bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno da serpente Bothrops moojeni e o efeito do polvilho de Jatropha elliptica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.001.0052

Palavras-chave:

Bothrops moojeni, Junção neuromuscular, Farinha de Jatropha elliptica

Resumo

Esta pesquisa avaliou o efeito do veneno de Bothrops moojeni sobre a atividade neuromuscular e verificou o potencial antiofídico do polvilho de J. elliptica, nesse modelo. O veneno foi obtido de serpentes coletadas no estado do Tocantins, o perfil proteico avaliado em eletroforese (SDS-PAGE), e a atividade sobre o nervo frênico-diafragma de camundongos determinada em 50 µg/mL de veneno. O JeP, obtido de modo artesanal, foi tamisado em peneira para análise granulométrica e concentrações de 100 e 1000 µg/mL foram testadas para verificar seu potencial antiofídico sobre ação do veneno. Foram utilizado os modelos: pré-veneno - adição do veneno e após 15 min adição da JeP; pós-veneno - adição do JeP e após 15 min a adição do veneno; e pré-incubação – por 30 min, de veneno com a JeP ou com antiveneno comercial. O veneno apresentou proteínas de 10 a 60 kDa, o qual induziu 50% de bloqueio da atividade neuromuscular em 71,5±8,9 min (T50). Os modelos pré-veneno e pós-veneno com JeP 100 µg/mL prolongaram o tempo de atividade do nervo frênico (100,9 ± 7,6 min e 97±6,1 min, respectivamente). Os resultados obtidos para 1000 µg/mL e no modelo de pré-incubação do veneno com JeP 100 (78,2±9,2); 1000 µg/mL (86,5±8,9) e com antiveneno botrópico comercial (80,2±14,1), não interferiram na atividade do veneno sobre o nervo frênico. O veneno de Bothrops moojeni induz bloqueio neuromuscular e a menor concentração do polvilho causou efeito protetor sobre a junção, antes e após a administração do veneno.

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Biografia do Autor

Sára Cósta Ferreira Rodrigues, Universidade Federal do Tocantins

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Especialista em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Florestais pela Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG), Mestre e Doutoranda em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Tem experiência na área de educação básica e superior. Atuou como tutora do curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) em Palmas (TO). Professora Efetiva de Ciências da Rede Municipal de Palmas. Possui experiência na área de pesquisa atuando principalmente nos seguintes temas: identificação botânica e fitoquímica de piperaceae, etnobotânica, avaliação da atividade antiofídica de plantas medicinais sobre o efeito do envenenamento causado por Botrhops jararacussu na junção neuromuscular e coleta de serpentes (Botrhops moojeni).

Edson Hideaki Yoshida, Universidade de Sorocaba

Possui graduação em Farmácia-Bioquímica Modalidade Análises Clínicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1989) e Mestrado e Doutorado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Sorocaba (2014 e 2019). Tem experiência na área de Farmácia, Diagnóstico Laboratorial, Farmácia Oncológica, Docência e Gestão de Qualidade, atuando principalmente nos seguintes temas: assessoria em implantação de Certificados de Qualidade, Administração laboratorial, Docência e projetos de pesquisa em Toxinologia, teste de Ames, Bioquímica e Hematologia. 

Yoko Oshima Franco, Universidade de Sorocaba

Yoko Oshima Franco possui graduação em Farmácia pela Universidade de São Paulo (1982), mestrado e doutorado em Farmacologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997 e 2001, respectivamente), pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (2004-2006) e Universidade de Salamanca (2009). É professor titular da Universidade de Sorocaba (40 horas semanais). Faz parte do corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (Mestrado e Doutorado) da Universidade de Sorocaba e foi Coordenadora do Curso de Farmácia (2010-2013). Tem experiência na área de Farmacologia e Toxicologia, com linha de pesquisa em neurofarmacologia, ênfase em Toxinologia (venenos ofídicos) e plantas medicinais. Atua também, na linha de pesquisa em Avaliação de Mutagenicidade (Salmonella/microssoma) de substâncias naturais e sintéticas ou em mistura, implantada em 2015.

Marcio Galdino dos Santos, Universidade Federal do Tocantins

Possuidor do título de mestrado em Química pela Universidade Federal de São Carlos (1994) e doutorado em Química pela Universidade Federal de São Carlos (1999). Atualmente é professor associado da Fundação Universidade Federal do Tocantins, Campus Porto Nacional, atuando no bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas e nos mestrados em Ecologia dos Ecótonos e Ciências do Ambiente. Possui experiência na área de Química, com ênfase em Química Orgânica, atuando principalmente nos seguintes temas: química de produtos naturais, etnobotânica, plantas medicinais. 

Carla Simone Seibert, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (1997), mestrado e doutorado em Ciências (Fisiologia Geral) pela Universidade de São Paulo - USP (1998 / 2005) e pós-doutorado no Laboratório de Biofísica e Bioquímica do Instituto Butantan - SP (2005 / 2007). É professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desde 2008, atuando nas modalidades de Licenciatura e Bacharelado, do Curso de Ciências Biológicas no Campus de Porto Nacional, onde trabalha com alunos nas duas áreas de formação. É professora no programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - UFT / Palmas. Desenvolve trabalhos com animais peçonhentos, ecofisiologia do envenenamento e interação socioambiental.

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Publicado

2021-01-13