Contribuições para o desenvolvimento nos municípios do Tocantins: com ou sem usinas hidrelétricas?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.002.0053

Palavras-chave:

Desenvolvimento local, Indicadores, Empreendimentos hidrelétricos, Implicações socioambientais

Resumo

Comumente a implementação de projetos desenvolvimentistas são propagados como uma forma de promover o desenvolvimento local e a melhoria da qualidade de vida da população da região, com promessas de alavancamento de índices que elevam o patamar de desenvolvimento dos municípios envolvidos no projeto. Rotineiramente, a ideia desses projetos é formulada e discutida entre os membros governamentais e empresariais, e seguem uma tendência global de desenvolvimento. Sobretudo, no Tocantins, estado do norte brasileiro, com pouco mais de 30 anos de emancipação, essas obras foram intensificadas com a justificativa da inserção da região no patamar de desenvolvimento almejado para o País, contribuindo com a infraestrutura necessária e multimodal, para atender as demandas nacionais, com a premissa do desenvolvimento local. Esses planos de desenvolvimento buscam implementar desde rodovias, ferrovias, hidrovias, como também as Usinas Hidrelétricas de Energia (UHE), priorizadas principalmente nas duas últimas décadas. Assim, fazendo um recorte entre esses projetos desenvolvimentistas, as Usinas Hidrelétricas de Energia (UHE’s) foram em maior número dentro dos limites do estado do Tocantins, sendo que no período de 20 anos, foram construídas quatro UHE’s: Lajeado, Peixe Angical, São Salvador e Estreito, com planejamento para a instalação de mais quatro usinas (Ipueiras, Tupiratins, Serra Quebrada e Marabá). Diante deste cenário, buscou-se realizar uma análise contextualizada de indicadores econômicos, sociais e ambientais urbanos num período de 10 anos (2000-2010), em três municípios já impactados e que novamente serão impactados pela UHE de Ipueiras, buscando contribuir com o debate da viabilidade socioambiental da implementação ou não dessa UHE. Para tanto, utilizou-se a metodologia de análise documental de dados secundários onde foram escolhidos indicadores que retratam aspectos econômicos, sociais e ambientais urbanos para os anos de 2000 e 2010, com o objetivo de discutir se a implementação de UHE contribuiu ou não com o desenvolvimento local do município que sedia ou é implicado por tal empreendimento. Os resultados demonstraram que a implementação das UHE´s não foram o fator determinante para a melhoria dos indicadores e apontam que as promessas de desenvolvimento para os municípios não foram alcançadas a partir desse empreendimento.

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Biografia do Autor

Derval Gomes Ribeiro Neto, Universidade Federal do Tocantins

Possui formação em Ciências Biológicas (Bacharel e Licenciatura) pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), mestrado em Ciências do Ambiente pela referida instituição, onde desenvolve pesquisas com animais peçonhentos com foco em estudos toxinológicos dos principais grupos de animais peçonhentos causadores de acidentes (aranhas, escorpiões, arraias e serpentes) realiza análises técnicas como, histoquímica, hematologia e eletroforese, bem como a manipulação e cuidado com animais de laboratório (biotérios com camundongos), além disso, foram associados às pesquisas, técnicas em microscopia (óptica, eletrônica de varredura e de transmissão), onde confeccionou laminários histológicos permanentes e stubs para a microscopia eletrônica. Durante a graduação foi bolsista capes de iniciação científica, foi monitor das disciplinas de Citologia e Fisiologia I e II, onde participou de projetos de extensão acadêmica como PADU e PADI, no qual, ministrou aulas de química para alunos do 3º ano do ensino médio, bem como aulas de reforço de Citologia para alunos ingressantes no curso de Ciências Biológicas. Além disso, estagiou no laboratório Fisiopatologia do Instituto Butantan e no laboratório de Genética e Bioquímica da UFT, onde ainda desenvolve pesquisas em parceria. 

Patrícia Siqueira de Melo Rodrigues, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Fundação Universidade Federal do Tocantins (2000). Especialização em Farmacologia pela Universidade de Lavras - MG (2003). Mestre em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (2016). Doutoranda pela Universidade Federal do Tocantins (2019). Atualmente é professora de Biologia e Química do Ensino Médio pela Secretaria da Educação do Estado do Tocantins. 

Ádila Maria Taveira de Lima, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins. Possui formação em Administração de Empresas e mestrado em Ciências do Ambiente. Desenvolve pesquisa na área de governança, impactos econômicos, sociais e ambientais em barragens hidrelétricas. Participou, em 2017, do Programa Geral de Cooperação Internacional, na Universidade da Flórida - EUA, por meio de bolsa de doutorado sanduíche da CAPES. Atuou também como professora do Ensino à distancia na área de Gestão Social e Ambiental, e atualmente se dedica às disciplinas de administração geral, gestão social e responsabilidade ambiental. É pesquisadora e colaboradora da Rede de Barragens Amazônicas (RBA/ADN/RIRA) e servidora da Universidade Federal do Tocantins - UFT.

Carla Simone Seibert, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (1997), mestrado e doutorado em Ciências (Fisiologia Geral) pela Universidade de São Paulo - USP (1998 / 2005) e pós-doutorado no Laboratório de Biofísica e Bioquímica do Instituto Butantan - SP (2005 / 2007). É professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desde 2008, atuando nas modalidades de Licenciatura e Bacharelado, do Curso de Ciências Biológicas no Campus de Porto Nacional, onde trabalha com alunos nas duas áreas de formação. É professora no programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - UFT / Palmas. Desenvolve trabalhos com animais peçonhentos, ecofisiologia do envenenamento e interação socioambiental. 

Lucimara Albieri de Oliveira, Universidade Federal do Tocantins

Arquiteta e Urbanista, Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo - USP (2016). Atualmente é Professora Adjunta III no Curso de Arquitetura e Urbanismo e no Curso de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, ambos da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Coordena o Grupo de Estudos em Desenvolvimento Urbano e Regional (GEDUR) e o Laboratório de Arquitetura e Urbanismo (LAU/UFT). Compõe o corpo técnico do Instituto de Atenção às Cidades (IAC/UFT) no eixo de planejamento urbano. Faz parte da Rede Nacional de Pesquisadores no Projeto Temático QUAPÁ-SEL da FAUUSP. É representante da região norte da Rede de Professores Universitários pelas Ruas Completas da WRI Brasil. Atua principalmente nos seguintes temas: planejamento urbano, projeto de urbanismo, verticalização, centros urbanos, mobilidade urbana, espaços públicos, sistema de espaços livres, apropriações do espaço público. 

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Publicado

2021-01-20

Edição

Seção

Planejamento, Gestão e Políticas Públicas Ambientais