Manejo pesqueiro na calha do Rio Iça (AM) como ferramenta de sustentabilidade íctica e social
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.006.0022Palabras clave:
Pesca sustentável, Pirarucu e tambaqui, Alto-SolimõesResumen
O manejo pesqueiro desenvolvido na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá foi adotado em Santo Antônio do Iça como inciativa da Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura da Secretaria de Estado de Produção Rural do estado do Amazonas, para estimular a vocação produtiva do município na explotação de recursos pesqueiros e aproveitar sua posição estratégica na região de tríplice fronteira entre Peru, Colômbia e Brasil, onde o comércio de pescado é marcante. Os dados do monitoramento da pesca e comercialização foram coletados nos anos de 2012, 2013 e 2014. Nas análises, foram empregadas técnicas de estatística descritiva, proposição de modelos para descrever a relação peso-comprimento do pirarucu (Arapaima gigas) e tambaqui (Colossoma macropomum), regressão linear simples para descrever o aumento no quantitativo de pirarucu a cada ano, a determinação do faturamento a partir do produto entre quantidade (kg) e preço (R$) de comercialização para cada espécie e a renda gerada a partir da divisão do faturamento entre os pescadores envolvidos no manejo. Foram georreferenciadas 25 comunidades e 142 lagos com potencial para o manejo; porém, só foram utilizados nove em decorrência de fatores ambientais e logísticos que limitaram as capturas. O aumento no quantitativo e na densidade do pirarucu foi observado em todos os ambientes monitorados, assim como do comprimento médio total e peso médio total dos indivíduos capturados. O estudo dos estádios gonadais do pirarucu permitiu observar que os indivíduos maiores e mais pesados tendem a estar nas três últimas fases dos estádios gonadais durante o período de despesca. As capturas de pirarucu totalizaram 50.336kg em 2012, 34.657kg em 2013 e 46.800kg em 2014; e de tambaqui, 1.882kg em 2013 e 2.542kg em 2014. No ano de 2014 foram produzidos 390kg de aruanã (Osteoglossum bicirrhosum), 119kg de surubim (Pseudoplatystoma spp.), 4.008kg de pirapitinga (Piaractus brachypomus) e 9.450kg de jaraqui (Semaprochilodus spp.). A comercialização da produção nos três anos de manejo resultou em um faturamento total estimado em R$607.667,50, beneficiando 85 pescadores e 763 familiares. Esses resultados demonstram a eficiência do manejo na conservação do recurso pesqueiro.
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