Alterações na estrutura das comunidades de aves em 10 anos, no Corredor Ecológico do rio Paraguai, área úmida Pantanal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.003.0011

Palavras-chave:

Avifauna, Ciconiiformes, Conservação, Mycteria Americana, Ninhais

Resumo

Estudos com comunidades de aves relacionadas com características hidrogeomorfológicas de rios tropicais associados às planícies de inundação são de suma importância para identificar mudanças espaço temporais de curta e de longa duração. Nesta perspectiva, esta pesquisa tem o objetivo de avaliar a estrutura da comunidade de aves do rio Paraguai, por meio dos descritores riqueza, abundância e índice de diversidade e equabilidade em um em intervalo de 10 anos, 2008/9-2018/19 considerando os períodos do ciclo hidrológicos, enchente, cheia, vazante e estiagem e macrohabitats amostrados. O estudo foi desenvolvido abordando a conectivadade hidrológica do rio Paraguai, nas dimensões longitudinal e lateral. A área de estudo compreendeu três setores funcionais do rio Paraguai, meandrico, retilíneo e de transição, com início no perímetro urbano do município de Cáceres-MT, até a Fazenda Descalvados, com percurso de 134 km de rio, com 13 pontos amostrais no total. Cada setor funcional do rio, teve um ponto amostral e 10 baias parentais, com diferentes graus de conectividade lateral, foram amostradas. A pesquisa analisou e comparou dois ciclos hidrológicos anuais de amostragem, o primeiro entre junho de 2008 e março de 2009, e a segundo, entre agosto de 2018 a abril de 2019. O protocolo para ambas amostragens consistiu em quatro campanhas correspondendo aos períodos hidrológicos de estiagem, enchente, cheia e vazante. Os resultados apontaram para uma distinção na estrutura da comunidade entre os dois ciclos 2008/2009 - 2018/2019 apresentando diferença na abundância relativa e na composição das espécies nos sítios amostrais. A principal mudança registrada entre os dois ciclos (2008/2009 e 2018/2019) foi o desaparecimento de três ninhais - habitat de alimentação e reprodução de aves coloniais, identificadas  no primeiro e sem registo no segundo ciclo. Ressalta-se a dominância de Mycteria americana, espécie sensível às alterações ambientais, no ninhal observado no primeiro ciclo de estudos. A ausência de ninhais em 2018/2019 aliada à dominância de Pitangus sulphuratus, espécie generalista, pode indicar alterações antrópicas ocorridas ao longo do rio Paraguai neste intervalo de tempo. Espera-se que os resultados desta comparação, possam subsidiar ou influenciar tomadas de decisões efetivas para a conservação da biodiversidade de aves e do próprio rio Paraguai e do Pantanal.

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Biografia do Autor

Rafaella Ferreira Neres de Queiroz, Universidade do Estado de Mato Grosso

Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2009). Mestre em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola (PPGASP) pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2014). Doutoranda em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso.

Breno Dias Vitorino, Universidade do Estado de Mato Grosso

Biólogo, atualmente doutorando em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Possui mestrado em Ciências Ambientais (UNEMAT) e especialização em Conservação de flora e fauna em estudos ambientais (FASF / UNISA). Atua na linha de pesquisa de uso sustentável e conservação da Biodiversidade do Pantanal, Cerrado e Amazônia, com ênfase em ornitologia e interações ecológicas. 

Angélica Vilas Boas da Frota, Universidade do Estado de Mato Grosso

Doutoranda em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso, desenvolve estudos relacionados a ecologia e conservação de aves silvestres, especialmente nos ecossistemas de áreas úmidas. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de Cuiabá (2012) e mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2017). Atua na linha de pesquisa de uso sustentável e conservação da Biodiversidade do Pantanal, Cerrado e Amazônia. Participa do grupo de pesquisa Conceitos Ecológicos e Etnoecológicos aplicados a conservação da água e da biodiversidade do Pantanal.

Carolina Joana da Silva, Universidade do Estado de Mato Grosso

Professora Adjunta da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, desde 2000. Possui graduação em Licenciatura e História Natural pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT (1974), mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA (1979) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR (1990), sob orientação de Dr. Francisco Assis Esteves. Pós Doc em Limnologia de Áreas Úmidas Tropicais, no Grupo de Ecologia Tropical do Instituto Max Planck de Limnologia, Plom, Alemanha (1999), sob a supervisão de Dr. Wolfgang J. Junk. Participa como orientadora dos Programas de Pós Graduação: mestradoe doutorado em Ciências Ambientais da UNEMAT e do Doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal, PPGBionorte, da Rede Bionorte. Tem experiência em Ecologia de Áreas Úmidas Pantanal, onde desenvolveu a carreira cientifica no ensino de graduação, pós graduação; orientação e publicação nas seguintes áreas: Limnologia, Biodiversidade, Etnobiologia, Etnoecologia e Etnobotânica. Participa da Rede Pesquisa e Pós Graduação- Rede Bionorte e da Rede Clima - Sub rede Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional, coordenada pelo CDS, da UnB. Desenvolve pesquisas e orienta nos Biomas Pantanal e na Amazônia (Conexão Amazônia - Pantanal). Pesquisadora visitante do Howard T. Odum Center of Wetlands, Universidade da Florida, Gainesville, Florida, USA (2015-2016). Pesquisador produtividade CNPq Nível 2

Solange Kimie Ikeda Castrillon, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (1995), mestrado em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2000) e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos em Ciências, enfoque em Ecologia e Recursos Naturais (2010). Professora adjunta da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Cáceres. Possui experiência área de Ecologia e Educação atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Ambiental, Restauração Ecológica e Agroecologia, Comunidades Vegetais de Áreas Úmidas, Políticas Públicas Ambientais e Recursos Hídricos. Credenciada no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais em nível de mestrado e doutorado e no Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (UNEMAT). Participa do Instituto de Pesquisa e Educação Ambiental, Gaia, como colaboradora, dialogando com temas relacionados as políticas ambientais e processos de mobilização social ligados a conservação da biodiversidade e sociedades sustentáveis. Faz parte do grupo de pesquisa Conceitos Ecológicos e Etnoecológicos Aplicados a Conservação da Água e da Biodiversidade do Pantanal e do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA).

Josué Ribeiro da Silva Nunes, Universidade do Estado de Mato Grosso

Graduado em Ciências Biológicas (UFMT 2000), mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (UFMT 2003) e doutor em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCar 2010). Professor Ajunto UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso desde 2006, orientador de mestrado no programa ProfBio e de mestrado e doutorado no Programa de Ciências Ambientais. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Aves, Limnologia e Etnobiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, ensino, Pantanal, limnologia, avifauna, turismo e etnoconhecimento. É membro dos grupos de pesquisa: Rede de pesquisa de biodiversidade nos Biomas Cerrado, floresta Amazônica e Pantanal do estado de mato grosso e Conceitos Ecológicos e Etnoecologicos aplicados e Conservação da água e da biodiversidade do Pantanal. Atualmente desempenha a função de Superintendente da Escola de Governo na SEPLAG (Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Mato Grosso).

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Publicado

2021-01-13

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