Proteção da biodiversidade em áreas privadas: um estudo de caso sobre trilhas clandestinas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.005.0051

Palavras-chave:

Gestão Ambiental, Conservação Ambiental, Conflito Socioambiental

Resumo

Estratégias de conservação da biodiversidade no Brasil dependem das ações e usos em áreas privadas, que reúnem parte significativa da vegetação remanescente de nossos biomas. É um desafio, no entanto, definir estratégias eficazes para a proteção da biodiversidade nessas áreas, especialmente quando estas se encontram em zonas de amortecimento de Unidades de Conservação. Neste artigo exploramos um caso que representa este cenário – a realização de trilhas clandestinas na região de Paranapiacaba, em Santo André (SP), que dão acesso irregular ao Parque Estadual da Serra do Mar (PESM). São analisadas as ações tomadas para a gestão ambiental dessa problemática, bem como a percepção ambiental de gestores e trilheiros, a partir de um estudo de caso, com entrevistas, questionário e pesquisa documental e bibliográfica. Os resultados mostram que governo municipal, gestores do parque e proprietários das áreas tem focado seus esforços apenas em medidas de sinalização e fiscalização. Não há estudos sobre a viabilidade de se regularizar esta trilha, e os visitantes não se sentem coibidos pelas ações tomadas. Este cenário atual é desfavorável para todos os atores e para a proteção da biodiversidade, uma vez que impactos ambientais têm se concretizado sobre esta área.

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Biografia do Autor

Barbara Rodrigues Riccomini, Universidade Federal de São Paulo

Cientista ambiental, mestre em Análise Ambiental Integrada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pesquisadora das múltiplas questões ambientais, buscando um olhar integrado e transdisciplinar para desenvolver trabalhos no âmbito da conservação ambiental, gestão ambiental, conflitos socioambientais, políticas públicas e sustentabilidade. No mestrado desenvolveu pesquisa no âmbito de conflitos e desafios da gestão socioambiental da região de Paranapiacaba, área integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Cinturão Verde do estado de São Paulo. Na graduação foi bolsista pela FAPESP no projeto "Análise do processo de licenciamento ambiental em uma central de tratamento e valorização ambiental de resíduos sólidos". Trabalhou como diretora de administração e recursos humanos da Sustentare Jr., a empresa júnior do curso de Ciências Ambientais. Realizou trabalhos voluntários em uso público, educação ambiental e gestão de Unidades de Conservação no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Nacional da Serra da Bocaina e Parque Nacional do Caparaó. Atua no terceiro setor, fornecendo serviços de consultoria ambiental para o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). E-mail: barbara.riccomini@outlook.com

Giovano Candiani, Universidade Federal de São Paulo

Bacharel em Ecologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Campus Rio Claro e em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário FIEO (UNIFIEO) - Osasco (SP). Especialista (pós-graduação lato sensu) em Educação Ambiental pela Faculdade de Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente pelo Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente - Governo de São Paulo. Doutor em Energia pela Universidade Federal do ABC (UFABC) - Campus Santo André (SP). Trabalhou (14 anos) como Analista Ambiental Sênior na empresa Essencis Soluções Ambientais S.A. segmento de gestão ambiental de resíduos sólidos urbanos e industriais, empreendimentos de valorização ambiental e energética de resíduos e aterros sanitários. Pós-Doutor em Gestão Ambiental pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) USP - Leste na Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor adjunto na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Campus Diadema (SP) - Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas - Departamento de Ciências Biológicas - Setor de Ciências Ambientais, atuando na área de Ciências Humanas/Gestão Ambiental. Linhas de pesquisa: gestão ambiental, gestão de resíduos sólidos urbanos, aterros sanitários, biogás e metano, licenciamento ambiental e estudos de impacto ambiental (EIA-Rima). E-mail: giovanocandiani@gmail.com; gcandiani@unifesp.com

Luciana Aparecida Farias, Universidade Federal de São Paulo

Cientista ambiental, mestre em Análise Ambiental Integrada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pesquisadora das múltiplas questões ambientais, buscando um olhar integrado e transdisciplinar para desenvolver trabalhos no âmbito da conservação ambiental, gestão ambiental, conflitos socioambientais, políticas públicas e sustentabilidade. No mestrado desenvolveu pesquisa no âmbito de conflitos e desafios da gestão socioambiental da região de Paranapiacaba, área integrante da Reserva da Possui graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1998), mestrado (2002) e doutorado (2006) em Ciências pela Universidade de São Paulo. Pós-doutorado em Educação Ambiental pelo Programa de Interunidades da USP (2015) e especialização em Psicologia Transpessoal (2017). Tem experiência na área de Química Ambiental, Educação Ambiental e Psicologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: mercúrio, meio ambiente, peixes, saúde de população e ensino de ciências. Participou em projeto de pesquisa sobre Células a Combustível, avaliando a oxidação direta de metanol e etanol. Desenvolveu pesquisa que objetiva avaliar a Percepção de Risco e Representações Sociais a respeito da Área Nuclear, Meio Ambiente e Educação Ambiental.Atualmente desenvolve pesquisa na área de Educação Socioemocional e Educação Ambiental Transpessoal. Investiga também a relação entre as práticas religiosas Umbanda e Candomblé e a Educação Ambiental, a partir da interpretação da Lei Federal 11.645/08, a qual determina a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas. Possui curso de produção de documentários na Academia Internacional de Cinema. Atualmente é professora Associada da Universidade Federal de São Paulo, campus Diadema, do Departamento de Ciências Ambientais.

Carla Grigoletto Duarte, Universidade Federal de São Paulo

Sou docente na Universidade Federal de São Paulo, com atuação em ensino, pesquisa e extensão ligada à Gestão Ambiental. Meus principais interesses de pesquisa estão focados nos temas Planejamento Ambiental (buscando explorar como a proteção ambiental deve ser considerada em diferentes planos e se os planos atuais são efetivos) e Avaliação de Impacto Ambiental (explorando formas de aprimoramento do licenciamento ambiental, incluindo o uso de novas tecnologias e potenciais inovações sociais e de políticas públicas). Atuo na Agência de Inovação Tecnológica e Social da Unifesp, coordenando ações para capacitação nos temas empreendedorismo e inovação.

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Publicado

2020-06-05

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