Estudo das emissões de GEE da disposição de resíduos sólidos na região metropolitana do Recife

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2019.006.0015

Palavras-chave:

Políticas Públicas, Mudanças Climáticas, Potencial de Aquecimento Global, Geração de Resíduos, CO2 equivalente

Resumo

O setor de resíduos sólidos urbanos (RSU) é apontado como um dos mais poluentes e emissores de Gases de Efeito Estufa (GEE), pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, 2006), em especial pelo gás metano (CH4), que tem um potencial de aquecimento de 21 a 28 vezes maior do que o dióxido de carbono (CO2) e representa 3 a 5 % emissões globais. O objetivo geral é estimar as emissões de GEE pela disposição de RSU na Região Metropolitana do Recife (RMR), no período de 2006 a 2018, cujos objetivos específicos são caracterização dos RSU, a quantificação das emissões de GEE na RMR decorrente da disposição dos resíduos sólidos urbano e comparar as emissões em relação as determinadas em 2005 para o primeiro relatório brasileiro. Para tanto foi utilizada a seguinte metodologia, por meio de uma pesquisa exploratória, abrangendo: revisão bibliográfica, visitas técnicas e entrevistas com atores importantes na gestão de RSU na RMR, estudos de geração de CH4e emissões de COpara o setor de RSU do modelo do IPCC (2006) e levantamento de dados primários e secundários requisitados para o uso deste modelo. Tomou-se como premissa a priorização de dados oficiais da estatística nacional, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (SNIS), além de informações complementares sobre o manejo de resíduos sólidos, obtidas junto aos gestores municipais e equipes responsáveis pelas centrais de tratamento que atendem à região. A RMR tem 15 municípios, 3.216.262 km², 4.054.866 habitantes (IBGE, 2018), densidade demográfica de 1.260.738 hab./km2 e uma geração de RSU de 3.657,6 ton.dia-1. Cada município apresenta características específicas quanto à geração e composição dos resíduos. A média para a RMR é 33.04 % de matéria orgânica, 30,42% de material reciclável e 28,49% de rejeitos e outros. Em 2018, os resíduos eram dispostos em 02 aterros sanitários privados, 01 aterro público e 01 lixão. No período de 2006 a 2018, foram gerados aproximadamente 10,5 106 tCO2e. A estimativa realizada para o primeiro relatório brasileiro das emissões de CO2e em 2005 (1990 – 2005) foi de aproximadamente 8,6 milhões de tCO2e. Ao comparar os dados dos dois períodos estudados, nota-se um aumento 18,32% em relação a 2005. No entanto, a NDC Brasileira prevê uma redução  das emissões de 34% em 2025 e 45% em 2030. Cenários estão sendo construídos para o atendimento das metas assumidas pelo Brasil.

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Biografia do Autor

Ana Maria Cardoso de Freitas Gama, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Química Industrial pela UNICAP ( 1982), especialização em Engenharia de Processos Químico (1992) e Mestrado em Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais (2004) pela Universidade Federal de Pernambuco. Doutoranda do Engenharia Civil, na área de Geotecnia Ambiental (2015). Climate Change Mitigation in Developing Countries Course, University Of Cape Town (2016). Pós-Graduação em Impact Assessment For Sustainable Developmenet: Sea And Economic And Social Appraisal For Sustainable Planning Course, IDPM/ Manchester University UK, (2000). International Training Course on Project Management Estocolmo/Suécia(1996). Gerente de Captação de Recursos da Secretaria das Cidades do Estado de Pernambuco (2007-2017), Conselheira do Conselho das Cidades, Conselho de Meio Ambiente e de Recursos Hídrico/ PE, Membro do Comitê de Resíduos Sólidos/SEMAS/PE. Atualmente é Gerente de Programas e Estudos Ambientais da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação/PE. Experiência em gestão de bacias hidrográficas, gestão de resíduos sólidos, avaliação de impactos ambientais e formulação de políticas públicas.

Vanessa Cristina Bispo Costa, Instituto Federal de Pernambuco

Atualmente é 5º período no curso superior de Tecnologia em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), onde estuda desde fevereiro de 2017. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq realizando um estudo do modelo de gestão de resíduos sólidos do campus Recife - IFPE e emissões de gases de efeito estufa nos locais de disposição final.

Alessandra Barbosa Lee Firmo, Instituto Federal de Pernambuco

Possui graduação em Química Industrial pela UNICAP ( 1982), especialização em Engenharia de Processos Químico (1992) e Mestrado em Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais (2004) pela Universidade Federal de Pernambuco. Doutoranda do Engenharia Civil, na área de Geotecnia Ambiental (2015). Climate Change Mitigation in Developing Countries Course, University Of Cape Town (2016). Pós-Graduação em Impact Assessment For Sustainable Developmenet: Sea And Economic And Social Appraisal For Sustainable Planning Course, IDPM/ Manchester University UK, (2000). International Training Course on Project Management Estocolmo/Suécia(1996). Gerente de Captação de Recursos da Secretaria das Cidades do Estado de Pernambuco (2007-2017), Conselheira do Conselho das Cidades, Conselho de Meio Ambiente e de Recursos Hídrico/ PE, Membro do Comitê de Resíduos Sólidos/SEMAS/PE. Atualmente é Gerente de Programas e Estudos Ambientais da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação/PE. Experiência em gestão de bacias hidrográficas, gestão de resíduos sólidos, avaliação de impactos ambientais e formulação de políticas públicas.

José Fernando Thomé Jucá, Universidade Federal de Pernambuco

Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Engenharia Civil/Geotecnia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Doutor pela Universidad Politécnica de Madrid e Pós Doutor pela Universidade de São Paulo (2011). Professor titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Pesquisador do CNPq, com bolsa de produtividade 1B desde 2005. Em 1994 criou o Grupo de Pesquisa em Geotecnia Ambiental (GRS/UFPE), onde coordena vários projetos de pesquisa financiados por agências de fomento, dentre eles Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (PRONEX), P&D CHESF/ANEEL, BNDES e FINEP, nas áreas de Geotecnia Ambiental, Bioenergia e Tecnologias para Tratamento de Resíduos Sólidos. Atualmente coordena a Rede de Pesquisa Biogás para estudos do Aproveitamento Energético do Biogás em Aterros de Resíduos Sólidos, financiada pela FINEP; desenvolve o projeto Geotecnia Ambiental Aplicada a Aterros de Resíduos Sólidos financiado pelo CNPq e participa do projeto Cidades Sustentáveis por Meio do Planejamento e Tecnologias Inovadoras, executado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE-DF). Nos últimos 10 anos publicou 34 artigos em periódicos especializados e 123 trabalhos completos em congressos nacionais e internacionais. Possui 5 livros publicados, 6 livros organizados e 10 capítulos de livros publicados. A partir da criação do Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco, em 1995, orientou 46 dissertações de mestrado, e a partir da implantação do doutorado (em 2000) orientou 21 teses. É membro da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), das sociedades internacionais: International Society of Soil Mechanics and Geotechnical Engineering (ISSMGE) e International Solid Waste Association (ISWA). Pertence ao Comitê Editorial do Journal of Geological Resource and Engineering (USA), da Revista Portuguesa Geotecnia e da Revista Resíduos da Espanha, além de ser consultor de vários periódicos. No período de 1995 a 1998 foi Presidente do Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco (ITEP) e de 2005 a 2010 foi Diretor do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Em 2009 recebeu o Título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico da Academia Brasileira de Ciências por suas contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento científico do Brasil. Em 2011 foi membro do Comitê do XXV Prêmio Jovem Cientista (CNPq/Fundação Roberto Marinho) cujo tema foi ?Cidades Sustentáveis?. Entre 2012 e 2014 coordenou o projeto ?Alternativas tecnológicas para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, com base na experiência da Europa, Estados Unidos e Japão?, financiado pelo BNDES. Em 2015 é o ganhador do Prêmio Fundação Bunge em Saneamento Básico (Resíduos Sólidos Urbanos) e em 2018 é o ganhador do Prêmio Terzaghi da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS). Em 2019 foi escolhido para ministrar a 15o Palestra Milton Vargas da ABMS.

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Publicado

2019-11-05

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