Estudo de baixa visibilidade no aeroporto de Porto Alegre: Simulação numérica com o modelo PAFOG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2019.006.0011

Palavras-chave:

Visibilidade, Nevoeiro de Radiação, Modelo PAFOG

Resumo

A elaboração deste trabalho foi motivada pela carência de um método eficaz de previsão de visibilidade no aeroporto Salgado Filho (Porto Alegre, RS). Os objetivos principais são: 1) simular, usando o modelo PAFOG, os eventos de visibilidade baixa causados por nevoeiros de radiação no aeroporto de Porto Alegre nos anos 2008 e 2009 e 2) avaliar os resultados das simulações inicializadas com diferentes fontes de dados. Perfis verticais de radiossondagem e de dados de previsão (CFSR-2) do modelo CFSR foram utilizados para as inicializações do modelo. Nas inicializações foram utilizados dados de superfície com as duas fontes. Variáveis na camada limite (CL) foram calculadas com dados do modelo CFSR (análise CFSR-1 e CFSR-2). Os dados de altitude foram obtidos de radiossonda e CFSR-2 (resolução 0,5°). Foram selecionados todos (13) casos de nevoeiros de radiação nas horas de observação de radiossondagem. Foram analisadas as condições físicas da baixa troposfera: 1) analise sinótica e de meso escala com produtos de reanálise do NCEP e CFSR-1 com 2,5° e satélite GOES-12; 2) dinâmica acima da CL com CFSR-1 e CFSR-2 com 0,5°, e 3) perfil vertical de umidade relativa (UR) com radiossondagem e produtos do CFSR-2 com 0,5°. Foram feitas 25 inicializações com perfis de radiossondagem e 48 com perfis do CFRS-2 com antecedência de até 22h. Nos horários das inicializações as análises sinótica, dinâmica e de perfil de UR mostraram condições favoráveis ao uso do PAFOG. Em algumas situações foram detectados erros da extrapolação do ponto de orvalho com os perfis do CFSR-2. A influência das extremidades de Sistemas Frontais (SF) em algumas inicializações gerou vento geostrófico superior ao limite suportado pelo modelo PAFOG. Com perfis do CFSR-2 o PAFOG acertou visibilidade de nevoeiro em 36 simulações e não acertou em 12 (em 10 devido aos erros na extrapolação de UR e em 2 devido a influência de SF). Com o CFSR-2 as melhores simulações foram inicializadas às 1200UTC do dia anterior ao evento e às 0000UTC do dia do evento. Com perfis de radiossonda o PAFOG acertou visibilidade de nevoeiro em 22 simulações e não em 3. Os resultados mostraram um grande potencial do uso do PAFOG para a previsão de nevoeiros no aeroporto Salgado Filho, porém, também mostraram necessidade para adaptar o modelo às condições climáticas da região.

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Biografia do Autor

João Maria de Sousa Afonso, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Possui Graduação (2014) e Mestrado (2016) em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Pós Graduação em Meio Ambiente e Organizações Empresariais e Sociais (2015) pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Atualmente frequenta o Doutorado em Meteorologia no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia, atuando principalmente em Meteorologia Sinótica e Física. 

Natalia Fedorova, Universidade Federal de Alagoas

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal de Moscou(1971), mestrado em meteorologia pela Universidade Federal de Moscou(1973) e doutorado em Meteorologia pelo Centro Hidrometeorológico da Rússia(1980). Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas, Revisor de periódico da Revista Brasileira de Meteorologia (Impresso), Revisor de periódico da Floresta (UFPR. Impresso), Revisor de periódico da Bragantia (São Paulo, SP. Impresso), Revisor de periódico da Atmospheric Science Letters, Revisor de periódico da Atmospheric Research (Print), Membro de corpo editorial da PURE AND APPLIED GEOPHYSICS e Revisor de periódico da Aerosol and Air Quality Research. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia. Atuando principalmente nos seguintes temas:Meteorologia Sinotica, Previsao de Tempo, Dados de Satelite. 

Vladimir Levit, Universidade Federal de Alagoas

possui graduação em Física - Urais Universidade Federal da Russia (1969), mestrado em Física teórica - Urais Universidade Federal da Russia (1971) e doutorado em Física do Estado Sólido pelo Instituto de Física dos Metais de Academia dos Ciencias da Rússia (1981). Muitos anos trabalho no Centro principal da Energia Nuclear da Rússia ?Instituto Kurchatov? em Moscou com interese principal na área de radiation embrittlement. Atualmente é professor associado do Instituto das Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas. Atividade na área de Física da Atmosfera para problemas meteorológicos dos fenômenos adversos.

Lianet Hernández Pardo, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Possui graduação em Meteorología pelo Instituto Superior de Tecnologías y Ciencias Aplicadas, Cuba (2013), e mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Brasil (2016). Tem experiência em sensoriamento remoto da atmosfera, principalmente no tratamento digital de imagens e na classificação automática de nuvens, e em modelagem numérica do tempo, com ênfase nas parametrizações de microfísica de nuvens.

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Publicado

2019-11-05

Edição

Seção

Meteorologia, Climatologia e Mudanças Climáticas