Complexos convectivos de mesoescala sobre o Nordeste do Brasil e fenômenos adversos associados

Resumo

A previsão dos Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM) tem extrema importância para a população da região Nordeste do Brasil (NEB), pois provocam vários fenômenos adversos como precipitações intensas e trovoadas, consequentemente causando enchentes, alagamentos e deslizamento de terra, trazendo perdas sociais e econômicas. O principal objetivo do presente estudo é analisar a formação dos CCM e seus fenômenos adversos associados para o período entre 2013 e 2015. A identificação dos casos foi feita através da análise de imagens do satélite GOES-13 no canal infravermelho realçado. Dados de reanálise II do National Centers for Environmental Prediction (NCEP) foram utilizados para análise sinótica através dos campos de linhas de corrente com o auxílio do software GrADS. O estudo termodinâmico foi feito através da plotagem de perfis verticais simulados da atmosfera, com a análise baseada nos índices de instabilidade LI e CAPE+. Imagens do satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM) e dados do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) foram utilizados para a detecção de trovoadas. O registro de precipitação foi coletado das estações automáticas e convencionais da rede de postos pluviométricos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Durante o período de estudo foram identificados 16 casos de CCM, com registro de trovoada associada em 6 eventos. Quatro diferentes padrões sinóticos foram associados à formação dos CCM: Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN), Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), Perturbações Ondulatórias dos Alísios (POAs) e um caso associado à um centro de baixa pressão, classificado como Circulação Ciclônica. Nos casos de CCM com trovoadas os valores do CAPE+ dos Perfis simulados permitiram classificar a atmosfera como moderadamente instável, enquanto o valor do índice LI representou possibilidade de trovoadas moderadas a trovoadas severas.