Valoração econômica contingente dos recursos ambientais do ecossistema manguezal em São Caetano de Odivelas (PA)

Autores

  • Abner Vilhena de Carvalho Universidade Federal do Oeste do Pará http://orcid.org/0000-0003-3501-6611
  • Maria de Nazaré do Carmo Bastos Universidade Federal Rural da Amazônia
  • Ely Simone Cajueiro Gurgel Universidade do Estado do Pará http://orcid.org/0000-0002-9488-7532
  • Ana Yoshi Harada Universidade Federal do Paraná
  • Maria Ivete Herculano do Nascimento Universidade Federal da Paraíba
  • Maria Luiza Videira Marceliano Universidade Federal do Pará
  • Maria das Graças Santana da Silva Universidade Federal do Pará
  • Andreza de Lourdes Souza Gomes Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.006.0037

Palavras-chave:

Economia Ambiental, Valoração Econômica, Recursos Ambientais, Ecossistema, Manguezal

Resumo

A importância dos recursos ambientais e naturais para vida humana está cada vez mais evidente. O(s) ecossistema(s) dos manguezais são importantes para o equilíbrio do meio ambiente, além de ser considerado o mais rico ecossistema marinho, depois dos recifes de corais. Eles são importantes não apenas para a vida marinha e a qualidade da água do mar, mas também para inúmeros outros organismos que dependem dele no seu ciclo de vida. Além disso, o mangue, através de suas copas, sequestra dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, amenizando o efeito estufa, além de servirem como ‘barreiras naturais’ contra a erosão. Contudo, a extração descontrolada da vida marinha, como acontece nas RESEX (unidade de conservação), o uso da madeira para lenha e outros fins, o aterramento para a construção de casas de veraneio, marinas, portos, etc. e ainda a construção de fazendas marinhas, como as que criam camarão estão cada vez mais extirpando o(s) mangue(s) para, em seu lugar, criarem tanques de reprodução. Outra ameaça é a agricultura próxima ao manguezal, pois a água que cai das chuvas ‘lava’ o chão, levando agrotóxicos até o mangue. A poluição, de forma geral, é outra causa da perda de mangues no Brasil e no mundo. Diante da preocupação com a sustentabilidade deste ecossistema, a valoração econômica ambiental apresenta-se como uma ferramenta fundamental na formulação e avaliação de políticas públicas orientadas ao desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos ambientais (naturais) daquele ecossistema. A ‘criação’ do mercado hipotético envolvendo os usos e valores diretos e indiretos e os não usos de opção e existência do manguezal, respectivamente, foi concebido com a finalidade de propor a constituição de uma política visando preservar o ecossistema manguezal em sua totalidade, o qual se instituiria numa transferência de renda na forma de compensatória ambiental, para as famílias que deixariam de ter acesso aos recursos do manguezal. Esta remuneração deveria ser correspondente ao valor consultivo de usos direto e indireto e de não uso – opção e existência, mínimo obtido dos manguezais. Adicionalmente, as famílias deveriam se comprometer a preservar os manguezais, tornando-se os fiscais dos manguezais de sua localidade. O estudo comprovou que, apesar do conhecimento empírico local acerca dos serviços ecossistêmicos, a junção daquele com o conhecimento científico proporciona melhor elicitação na estimação dos valores econômicos de uso e, sobretudo, de não uso dos recursos ambientais, o que gera uma estimativa mais significante em termos do VERA.

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Biografia do Autor

Abner Vilhena de Carvalho, Universidade Federal do Oeste do Pará

Graduado em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia (FACECON) e Mestre em Economia - Área de Concentração: Desenvolvimento Econômico Regional, pelo Programa de Pós Graduação em Economia (PPGE) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutor em Ciências Ambientais - Linha de Pesquisa: Impactos Ambientais e Sociais da Mudanças do Uso da Terra na Amazônia, pelo Programa de Pós Graduação Doutorado em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) e Professor no Programa de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional (PCEDR) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Tem experiência nas áreas de Economia do Crescimento/Desenvolvimento Socioeconômico e Economia do Meio Ambiente, com ênfase em Economia do Bem-Estar Social e Desenvolvimento Regional, aplicados às análises de Políticas Públicas Sociais, Seguridade Social, Transferência de Renda, Desigualdade e Pobreza; Economia Ambiental, Economia Ecológica e Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (naturais); com uso de Indicadores e Modelos Matemáticos, Estatísticos e Econométricos.

Maria de Nazaré do Carmo Bastos, Universidade Federal Rural da Amazônia

Maria de Nazaré do Carmo Bastos graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural da Amazônia (1975), mestre em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986) e doutora em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (1996). Atualmente é pesquisadora titular do Museu Paraense Emílio Goeldi e professora do curso de mestrado da Universidade Federal Rural da Amazônia/ Museu Goeldi e do curso de doutorado da Rede de Biodiversidade e Tecnologia da Amazônia Legal (Bionorte). Tem experiência na área de ecologia, com ênfase em ecossistemas costeiros e taxonomia de fanerógamas, atuando principalmente nos seguintes temas: restinga, Amazônia, fitossociologia, florística e taxonomia.

Ely Simone Cajueiro Gurgel, Universidade do Estado do Pará

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (1995), mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Amazonas (2000) e doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2009). Atualmente é professor prog. pós-grad. ciências ambientais da Universidade do Estado do Pará, chefe da coordenação de botânica - Museu Paraense Emílio Goeldi, pesquisadora - Museu Paraense Emílio Goeldi, membro nato do conselho da cobot - Museu Paraense Emílio Goeldi e coordenadora do ppgbot - Museu Paraense Emílio Goeldi. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Anatomia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: amazônia, manejo florestal, morfologia polínica, amazônia brasileira e morfologia da semente. 

Ana Yoshi Harada, Universidade Federal do Paraná

Possui graduação em Licenciatura Plena Em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (1975), mestrado em Ciências Biológicas (Entomologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1982) e doutorado em Ciências Biológicas (Entomologia) pela Universidade Federal do Paraná (1988). Atualmente é pesquisador titular - Museu Paraense Emílio Goeldi, Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Entomologia, atuando principalmente nos seguintes temas: amazonia, Formicidae, Taxonomia, sistemática, ecologia, zoologia e diversidade.

Maria Ivete Herculano do Nascimento, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em História Licenciatura pela Universidade Federal do Pará (1976) e Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Paraíba (1993). É Pesquisador Assistente II- Museu Paraense Emílio Goeldi. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Rural, atuando principalmente nos seguintes temas: pesca artesanal, comunidade de pescadores, tempo, meio ambiente e manguezal.

Maria Luiza Videira Marceliano, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (1974), especialização em Sistemática Zoológica pela Universidade Federal do Pará (1984), mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (1990) e doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade de São Paulo (1996). Recebeu o título de MUSEÓLOGO, concedido pelo COREM/COFEM, pela destacada atuação como Curadora de acervo científico. Pesquisadora Titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) / Museu Paraense Emílio Goeldi. Professora do Curso de Pós-Graduação em Zoologia UFPA/MPEG. Recebeu diploma de MÉRITO, pelos 30 anos de serviços prestados ao Museu Paraense Emílio Goeldi.Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Ornitologia, atuando principalmente nos seguintes temas: anatomia, sistemática, evolução, ecologia e conservação de aves neotropicais. 

Maria das Graças Santana da Silva, Universidade Federal do Pará

Graduada em Geografia, Bach e Lic pela Universidade Federal do Pará (1983). Especialista em Teoria Antropologica pela UFPA (1987), Museológa e Tecnologista Senior da Coordenação de Ciencias Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi. Pesquisador do laboratório/infraestrutura do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos da Instituição Museu Paraense Emílio Goeldi/CNPq. Tem experiência na área de Antropologia Social com ênfase organização social de populações haliêuticas da Amazônia, através de pesquisas antropológicas realizadas no âmbito do Projeto de Pesquisa RENAS, bem como em Etnologia Indigena, onde realizou pesquisas sobre os Brinquedos Indígenas, Instrumentos Musicais Indígenas, participou de curadorias de exposições etnográficas regional, nacional ( ECO 92, no Rio de Janeiro) e internacional (EXPO 92 em Sevilha Espanha) Foi responsável pelo Acervo Etnográfico ( indígena, africano e de população regional) acondicionado na Reserva Técnica Curt Nimuendaju do Muesu Goeldi. Participou do Projeto Consevação e Educação Ambiental (projeto Guma) financiado pela Jica/Japão. Além dessas atividades foi consultorado SEBRAE sobre artesanato na Amazônia. Experiência em Educação Ambiental, onde em 1997, como voluntária fundou junto com pescadores o Grupo Ambiental de Fortalezinha (GAF)) município de Maracanã/Pa, onde foi coordenadoora até 2007,trabalhando com a Educação Ambiental. Atualmente exerce a função de secretária do Grupo. Participa das Programações do Museu ministrando Oficinas focando a cultura indígena; Cursos voltados para Museologia, Educação e Sustentabilidade, focando a cultura indígena e tombamentos de embarcações artesanais no Brasil e na Amazônia. Ministrou Atividade Curricular Transportes e Museus, para alunos de Museologia da Faculdade de Artes Visuais de Universidade Federal do Pará, Partticipa do Projeto Museu de Portas Abertas, organizando e ministrando palestras sobre a pesquisa antropológica e as atividades do Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos LAMAq como por exemplo: Seminário Internacional Múltiplos Olhares de Zonas Costeiras de Países de Língua Portuguesa, com a participação de pesquisadores da Universidade Aberta de Portugal e Universidade de Lurio, de Moçambique

Andreza de Lourdes Souza Gomes, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (2000), especialização em toxicologia pela Universidade Federal do Pará (2005), mestrado UFPA/MPEG (2008) e Doutorado em zoologia (2013). Tem experiência na área de Zoologia,ecologia, com ênfase em Ornitologia, atuando principalmente nas seguintes áreas ecologia de comunidades, inventários de fauna, ecotoxicologia e frugivoria.

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Publicado

2018-07-03

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