A sustentabilidade ambiental no teletrabalho desenvolvido na comarca de Pesqueira, PE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2023.003.0007

Palavras-chave:

Sustentabilidade organizacional, Teletrabalho, Responsabilidade ambiental socioeconômica

Resumo

A realidade ambiental de hoje é que há uma desenfreada destruição dos recursos naturais e um dos fatores insustentáveis pode ser a atividade laboral, se esta não for realizada de forma sustentável. O trabalho remoto atualmente é uma modalidade bem presente nos setores público e privado. E essa questão foi fortalecida ainda mais durante a pandemia do Covid-19, quando houve um aumento desse tipo de atividade devido ao isolamento social. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no Fórum da Comarca de Pesqueira/PE, foi um dos órgãos públicos que ampliou o teletrabalho, culminando em muitos ganhos sociais, ambientais e econômicos. Observa-se, pois, a relevância desse estudo, haja vista que a Academia pode cooperar no sentido de ampliar o olhar em torno da sustentabilidade ambiental referente ao trabalho remoto nos órgãos públicos. Diante disso, esse estudo teve como objetivo analisar os impactos trazidos ao meio ambiente com a implantação do trabalho remoto sob a ótica responsabilidade social, ambiental e econômica (triple bottom line), propondo indicadores que possam avaliar os benefícios desse modelo de trabalho para o meio ambiente, dentro do Fórum de Pesqueira/PE. Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica em estudos acadêmicos recentes e a pesquisa documental em documentos do Tribunal de Justiça de Pernambuco e outras legislações pertinentes à temática. A pesquisa foi caracterizada também como estudo de caso, diante do recorte a ela atribuído. Como procedimento utilizou-se um levantamento de dados através da Diretoria de Infraestrutura do Tribunal de Justiça (Diriest) entre os anos de 2019-2022 e uma entrevista semiestruturada com os funcionários do TJPE no Fórum de Pesqueira referente ao teletrabalho e suas relações com a sustentabilidade ambiental. Foi constatado na pesquisa que os servidores do Fórum da Comarca de Pesqueira conseguem perceber claramente a questão dos benefícios ambientais referentes ao teletrabalho, o que promove efetivos ganhos sustentáveis à organização. Quanto aos insumos utilizados pelo Fórum de Pesqueira, foi constatada uma significativa redução de papel devido ao trabalho remoto nos anos posteriores à pandemia do Covid-19, o que amplia a sustentabilidade laboral no que concerne à redução dos processos industriais e retirada de recursos naturais. Quanto ao uso de materiais de polietileno, o Fórum de Pesqueira conseguiu também uma diminuição acentuada, colaborando com a menor retirada de matéria-prima, diminuição da poluição ambiental e desobstrução dos aterros sanitários. Sobre a geração de energia elétrica, foi constatado uma elevação dos gastos nos anos pesquisados, ao passo que se sugere o uso da energia fotovoltaica para geração da sustentabilidade no local. Houve também um aumento da conta de água, demonstrando que é preciso implementar uma economia dos recursos hídricos no ambiente de trabalho. Além disso, houve um aumento das postagens no Fórum de Pesqueira, ao passo que é necessário adotar uma política de sustentabilidade nessa área. No entanto, quanto aos quesitos – água, energia e postagens, faz-se necessário um estudo mais amplo e correlativo, haja vista que foram levantados os custos, e não as quantidades. Conclui-se, pois, que o Fórum de Pesqueira conseguiu avançar na sustentabilidade em relação ao trabalho remoto, o que, para além das vantagens sociais e econômicas, demonstrou também garantir a qualidade ambiental no ambiente laboral.

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Biografia do Autor

Eduardo Antonio Maia Lins, Instituto Federal de Pernambuco

O pesquisador possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de Pernambuco (2000). Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade de Pernambuco (2012), tendo obtido os títulos de Mestre (2003) e Doutor (2011) nos anos anteriores pela Universidade Federal de Pernambuco onde se especializou em Geotecnia Ambiental. Concluiu o curso superior em Gestão Ambiental pelo SENAC/SP, além de tornar-se especialista em Segurança do Trabalho pela Estácio de Sá (RJ), ambos em 2022. Atuou como consultor do Ministério das Cidades em 2006 para estudos de biogás e obtenção de crédito de carbono. Atualmente é Professor do Instituto Federal de Pernambuco (Campus Recife), onde coordena o Grupo de Poluição e Contaminação Ambiental do IFPE. Também leciona na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) no departamento de Engenharia Ambiental, Química, Ciências Biológicas e Civil, onde também é coordenador do Curso de Especialização "Gestão e Controle de Áreas Contaminadas por Resíduos Sólidos". Professor permanente do Mestrado do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) na área de gestão de resíduos sólidos e contaminação ambiental, tendo concluído curso "Municipal Solid Waste Management in Developing Countries" pela École Polytechnique Fédérale de Lausanne da França. Perito Ambiental na área de Contaminação e Remediação de áreas contaminadas por resíduos sólidos.

Andrea Poliana Carvalho Freire, Universidade de Pernambuco

Possui graduação em Biologia pela Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde (1995). Atualmente é técnico judiciário - TJPE - Fórum de Pesqueira (PE). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito.

Daniele de Castro Pessoa de Melo, Instituto de Tecnologia de Pernambuco

Possui Pós-doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2014); Doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2012); Mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2008) e Graduação em Engenharia Química pela Universidade Católica de Pernambuco (2005). Diretora administrativa-financeira da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade. Conselheira Titular do Instituto Federal de Pernambuco. Vice-presidente - Arranjo Produtivo Local Metalmecânica. Coordenadora e Pesquisadora do Mestrado em Tecnologia Ambiental do Instituto de Tecnologia de Pernambuco- ITEP e Professora das disciplinas de seminários I e II do ITEP. Professora do programa de pós-graduação da Universidade Católica de Pernambuco. Participou de mais de 30 visitas de Autorização, Reconhecimento, Renovação de Reconhecimento de Curso e Recredenciamento de Instituição de Ensino Superior. Tem experiência na área de Engenharia e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: qualidade, meio ambiente e melhorias de gestão. 

Wanderson Sousa dos Santos, Instituto de Tecnologia de Pernambuco

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande (2006) , mestrado em Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande (2008) e doutor em Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande (2019). Coordenador técnico do Laboratório de Meteorologia no Núcleo de Gestão Territorial Sustentável do Instituto de Tecnologia de Pernambuco. Professor e Pesquisador no Mestrado Profissional em Tecnologia Ambiental do Instituto de Tecnologia de Pernambuco. Tem experiência na análise de dados nas áreas de meteorologia, hidrologia e recursos naturais, com ênfase em modelagem hidrometeorológica. Atuando principalmente nos seguintes temas: modelagem matemática, geoinformação, estatística, mudanças climáticas, qualidade do ar e tecnologias ambientais. 

 

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Publicado

2023-09-30

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

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