Análise de previsões subsazonais de vazão para uma bacia hidrográfica do Bioma Cerrado, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.002.0022

Palavras-chave:

Previsão hidrológica, Previsão subsazonal de vazão, Bacia de larga escala

Resumo

Diversas bacias hidrográficas da região central do Brasil, onde predomina o bioma Cerrado, registraram períodos severos de secas em anos recentes, coincidindo com uma forte expansão da agricultura irrigada. Este cenário, cria condições para conflitos pelo uso da água, impactando em setores como a geração hidrelétrica de energia, navegação e até mesmo o abastecimento das populações. Antecipar as condições hidrológicas futuras é uma das estratégias que podem ser adotadas para a gestão dos recursos hídricos dessas bacias, a fim de melhor alocar as vazões entre os diferentes usos. Neste sentido, o presente estudo teve por objetivo a análise das previsões de vazão por conjunto no horizonte subsazonal para a bacia do rio Paracatu, localizada no bioma Cerrado, região central do Brasil. Essa bacia possui a irrigação como principal forma de utilização da água. Foi realizado o ajuste do Modelo de Grandes Bacias (MGB-IPH), que posteriormente assimilou previsões subsazonais por conjunto do modelo atmosférico Eta, para gerar as previsões de vazão. As previsões foram realizadas para antecedências de até 60 dias, com um conjunto de 20 membros. Analisaram-se os resultados comparando-se as previsões na forma determinística e probabilística. Os resultados da previsão probabilística se mostraram melhores quando comparados com os resultados da previsão determinística. Os melhores resultados foram obtidos para início do período chuvoso (janeiro, fevereiro, abril). Para o início do período de estiagem (setembro e outubro), as previsões não geraram bons resultados, tendendo a superestimar as vazões nos anos testados. Concluiu-se que as previsões subsazonais possuem potencial para aplicação na gestão de recursos hídricos em bacias da região central do Brasil, mas para períodos específicos em que os modelos atmosféricos possuem melhor desempenho na previsão da precipitação.

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Biografia do Autor

Gabriel de Oliveira Machado, Universidade Federal de Itajubá

Doutorando em Engenharia Agrícola (Linha de pesquisa: Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos) pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, pesquisador do Centro de Referência em Recursos Hídricos - CRRH na UFV. Mestre em Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2021) e Engenheiro Ambiental (2018) pela Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI. Áreas de interesse e atuação: Hidrologia, Geotecnologias, Geoprocessamento, Gestão de Recursos Hídricos, Conservação de Solo e Água, Engenharia de Segurança do Trabalho, Climatologia e Bioenergia.

Benedito Cláudio da Silva, Universidade Federal de Itajubá

Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005), mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Itajubá (2000) e graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI (1996). Atualmente é professor Adjunto na UNIFEI, onde ministra disciplinas e desenvolve pesquisas e projetos de extensão na área de Recursos Hídricos. Atua como professor nos cursos de graduação em Engenharia Hídrica, Engenharia Ambiental e Engenharia Civil, além de ser docente e orientador nos cursos de pós-graduação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos (MEMARH) e Mestrado Profissional em Engenharia Hídrica (MPEH). Participa como pesquisador e coordenador em projetos de pesquisa financiados pelos principais órgão de fomento do país, como CNPq, CAPES, FINEP e FAPEMIG. Tem atuado em projetos de pesquisa e extensão tecnológica em parceria com empresas privadas e instituições públicas do setor elétrico, como AES, ENERGISA e MME. Também atua em projetos nas áreas de recursos hídricos ligados a comitês e agências hidrográficas de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. As principais áreas de atuação são: monitoramento e modelagem hidrológica, previsão de vazões, drenagem urbana, mudanças climáticas e hidrologia aplicada a geração hidrelétrica de energia.

Sin Chan Chou, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Bacharel em Meteorologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e PhD em Meteorologia pela Universidade de Reading, Grã Bretanha. É pesquisadora titular nível III da Divisão de Modelagem Numérica do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Sua especialidade é Modelagem Numérica da Atmosfera,  atuando principalmente no desenvolvimento do Modelo Eta para previsão de tempo, clima e mudanças climáticas. Desenvolve pesquisa em: parametrização de nuvens cumulus profundas, avaliação de desempenho de previsões, modelagem climática regional, geração de cenários de mudanças climáticas sobre América do Sul. É docente permanente em dois programas de pós-graduação em meteorologia, no INPE e na UFRJ. Coordena projetos de pesquisa em modelagem regional e aplicações. Contribuiu como autora (lead author) do capítulo 9 do Grupo de Trabalho 1 (Working Group 1) do quinto relatório de avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Contribuiu como co-coordenadora do Capítulo 8 do grupo de trabalho 1 do primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças climáticas (PBMC) em 2011. Coordenou a geração de cenários regionalizados de mudanças climáticas no Brasil para apoiar a Terceira Comunicação Nacional a UNFCCC e projeto Brasil 2040. Participou na elaboração do Relatório sobre Impacto, vulnerabilidade e adaptação das cidades costeiras brasileiras às mudanças climáticas editado pelo PBMC em 2017. Chefiou a Divisão de Operações do CPTEC em 2001-2002. Coordenou o Programa de Pós Graduação em Meteorologia do INPE em 2020-2021. Chefiou a Divisão de Modelagem Numérica do Sistema Terrestre do INPE em 2020-2021. 

Nicole Costa Resende Ferreira , Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Engenheira Agrícola formada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Durante a graduação desenvolveu trabalhos relacionados às Mudanças Climáticas, utilizando dados de previsão de tempo e clima e aplicando-os em pesquisas nas áreas de agricultura e hidrologia. No programa de Pós Graduação (Mestrado) em Meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), se dedicou analisar a influência das condições do solo e de parâmetros hidrológicos na previsão de extremos climáticos. Prestou serviços de consultoria a diversos projetos relacionados a modelagem climática. No Programa de Pós-Graduação (PhD) em Engenharia de Sistemas Agrícolas da Universidade de São Paulo (Esalq / USP), avaliou modelos climáticos globais e utilizou suas saídas para avaliar o efeito da mudança climática na contaminação das águas subterrâneas. Participou de projetos em colaboração com o Departamento de Engenharia Agrícola e Biológica da Universidade de Illinois em Urbana Champaign (UIUC), Illinois (EUA). Tem experiência e interesse nas áreas de Agrometeorologia e Modelagem Atmosférica e Hidrológica. 

Publicado

2022-07-02

Edição

Seção

Planejamento, Gestão e Políticas Públicas Ambientais