Avaliação da qualidade da água superficial em uma microbacia periurbana do município de Santarém, PA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.002.0011

Palavras-chave:

Sazonalidade, Monitoramento, CONAMA 357/05, IQA

Resumo

As águas superficiais quase que raramente estão livres de poluições e contaminações, mesmo que com pouca interação antrópica. São ambientes mais susceptíveis, devido a sua própria condição. A ocupação desordenada em torno de cursos d’água geram impactos negativos significativos nos ecossistemas aquáticos. Nesse pressuposto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a qualidade da água da microbacia hidrográfica do Juá, situada em áreas periurbanas do município de Santarém no oeste do Pará. Foram selecionados seis pontos amostrais divididos ao longo da microbacia, considerando o curso principal e seus afluentes. As campanhas foram realizadas em diferentes períodos do ano, no regime chuvoso (fevereiro/2020 e janeiro/2021) e regime menos chuvoso (novembro/2020 e setembro/2021), possibilitando visualizar a influência das variações sazonais na qualidade do corpo hídrico. Foi calculado o Índice de Qualidade da Água – IQA desenvolvido pela CETESB, e confrontados com os padrões estabelecidos pela Resolução do CONAMA 357/2005 para águas de classe II. A aplicação do IQA mostrou que a maior parte dos pontos monitorados encontra-se classificados como REGULAR, no entanto vale destacar que os pontos P4 e P5 se comportaram como RUIM. Ao comparar a sazonalidade das estações observa-se que o período mais seco apresentou melhores índices, isso é explicado pelo fato de que há maior carreamento de poluentes para dentro dos corpos d’água no período mais chuvoso. Confrontando com o CONAMA 357/2005 alguns valores de oxigênio dissolvido (OD), pH, fósforo (P), turbidez e coliformes termotolerantes apresentam-se em desconformidade com a legislação com concentrações 60 vezes acima do permitido, no caso dos coliformes. As concentrações ácidas de pH são consideradas naturais na região, devido a interação aquático-floresta que é resultante da presença de substâncias húmicas e fúlvicas advindas da decomposição de matéria orgânica da mata ciliar. Além disso, a CONAMA 357/2005, bem como o IQA, não considera as diferenças naturais dos processos ecológicos do ecossistema aquático amazônico, que é diferente das demais regiões do país. Dessa forma é evidente a necessidade do monitoramento das microbacias urbanas amazônicas, que sofrem com rápida queda na qualidade da água, e na adaptação dos padrões de qualidade que levem em consideração as características ecorregionais das águas superficiais da região. 

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Biografia do Autor

Louisiane Farias Batista, Universidade Federal do Oeste do Pará

Atualmente acadêmica na Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental no Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas - ICTA. Graduada em Gestão Ambiental pela Universidade Paulista - UNIP e Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas pela Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA. Técnica em Meio Ambiente pela Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará - EETEPA Santarém. Experiencia em estágio voluntário na empresa Tapajós Soluções Ambientais, atuando na área de Ciências Ambientais com ênfase nas seguintes temáticas: licenciamento ambiental, análises físico-química e bacteriológica da água/efluente, solo, monitoramento da qualidade do ar, ruído, vibração e meteorológico. Bolsista de Iniciação Científica. Experiência em projetos com atuação, principalmente, nos seguintes temas: reutilização, reciclagem, educação ambiental, resíduos sólidos, qualidade da água e solo. 

Christiane do Nascimento Monte, Universidade Federal do Oeste do Pará

Possui graduação em Geografia (bacharelado) pela Universidade Federal Fluminense (2011). Mestrado em Geociências (Geoquímica) pela Universidade Federal Fluminense (2014) e Doutorado em Geociências pela Universidade Federal Fluminense (2018). Atualmente é docente Adjunta da Universidade Federal do Oeste do Pará no curso de Geologia, no qual ministra disciplinas, como geologia ambiental e urbana, e no Programa de Pós Graduação em Saneamento e Tecnologia Hídrica (Ufopa).Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geoquímica ambiental e Geologia Urbana, atuando, principalmente, nos seguintes temas: ressupensão, biogeoquímica,dragagem, biodisponibilidade, ecotoxicologia terrestre, qualidade da água e sedimentos, e hidrogeoquímica, com artigos e trabalhos de conclusão de curso na área.

Edinelson Saldanha Correa, Universidade da Amazônia

Graduado em Engenharia Ambiental, Licenciado em Química, Licenciatura em Geografia, Licenciatura em Matemática, tecnólogo em Análise e desenvolvimento de sistema, mestre em Engenharia Química e Doutor em Ciências Ambientais. Atualmente extensionista rural na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (EMATER-PA), onde tem utilizado as ferramentas de geoprocessamento e SIG, para elaboração de Planos de Desenvolvimento de Assentamento (PDA), licenciamento ambiental e diagnósticos socioambiental. Diretor Técnico na Tapajós Soluções Ambientais, onde são desenvolvidos trabalhos na área ambiental com ênfase em Análise de Traços de substâncias potencialmente poluidoras em água, solo, sedimento e ar, responsável técnico pelas análises quantitativas realizadas no laboratório. Atuou como Professor titular na Universidade da Amazônia (UNAMA), trabalhando com disciplinas na área de ciências ambientais, tais como, licenciamento ambiental, recursos hídricos, ministra disciplinas na área de química tais como, química inorgânica básica, química orgânica e química analítica quantitativa. Possui ainda experiências nas áreas: difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura (MEV), sensoriamento remoto, Assistência Técnica Social e Ambiental (ATES), análises de água, solo, sedimentos de fundo e simulação ambiental com modelo de SWAT. 

Thiago Shinaigger Rocha do Nascimento, Universidade Federal do Oeste do Pará

Acadêmico na Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA, no curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas com progressão para o curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, no Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas - ICTA. Graduando na Faculdade Educacional da Lapa curso de graduação em licenciatura em matemática. Representante discente no conselho superior do Instituto em Ciências e tecnologia das Águas - ICTA, e no colegiado do curso Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas. Vinculado a projetos voltados para análises Físico, Química e microbiológica da água, com ênfases em áreas degradas. Estagiário na empresa Tapajós Soluções Ambientais, atuando nas áreas de analises de solo, ar e água.

Igor Costa, Universidade Federal do Oeste do Pará

Bacharel em Ciências da Terra pela Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA; Secretariado Executivo, na modalidade integrada ao ensino médio, pelo Instituto Federal do Amapá - IFAP; Bolsista PET, Programa de Educação Tutorial, desde 2018, na Universidade Federal do Oeste do Pará, além de colaborador no Laboratório Tapajós Soluções Ambientais, desde 2019;

Publicado

2022-07-02

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