Qualidade de água em áreas influenciadas por uma estação de tratamento de esgoto na Amazônia

Resumo

A Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, localizada na região Amazônica, no Estado do Pará, foi construída para incrementar o sistema de saneamento da região, a qual utiliza o corpo hídrico para lançar seu efluente tratado. Portanto, a avaliação de influência do lançamento de efluente da ETE-Mapirí sobre a qualidade de água do corpo hídrico, se torna essencial para determinação das concentrações dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos do corpo receptor, comparando-os com a Resolução 357/05 do CONAMA. Para tal, foram realizadas três campanhas, duas no período da seca e uma no período da cheia, sendo selecionado quatro pontos amostrais, P1(nascente), P2(Desembocadura), P3(Lago do Papucu) e P4(Foz), estabelecendo o P2 como montante e P3 jusante em relação ao ponto de lançamento de efluente. Adicionalmente, para cada ponto usou-se formulários com preenchimento de registro com código de identificação própria. Em seguida, as amostras foram coletadas em frascos de vidro e plástico quimicamente inertes com uma perfeita vedação e armazenadas em um isopor com gelo para refrigera-las, seguindo as orientações do Guia Nacional de Coleta e preservação de amostra. Ademais, após as coletas, as amostras foram encaminhadas para um laboratório o qual utiliza a metodologia do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, foram realizadas as análises dos parâmetros de oxigênio dissolvido, condutividade, sólidos dissolvidos totais, temperatura, cor, alumínio, cloro residual, ferro, manganês, sulfato, sulfeto, zinco, nitrato nitrito, nitrogênio amoniacal, fenóis fluoreto, coliformes total e E.Coli. Continuamente, após as análises, comparou-se as concentrações de todos os pontos com a Resolução 357/05 do CONAMA, o ponto P1 foi utilizado como background, pois é o mais próximo à nascente. Em comparação com a Resolução 357/05, os pontos P2, P3 e P4 apresentaram concentrações de cor, oxigênio dissolvido, ferro, alumínio, manganês, cloro residual, fenóis e sulfeto em desconformidade com a Resolução. Conclui-se que a ETE Mapirí não influência nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos do corpo receptor, pois mesmo que as concentrações nos pontos P2, P4 e P5 estejam acima da Resolução 357/05, quando se compara os valores da Montante(P2) e Jusante(P3), os valores à montante são superiores, ou seja, existe uma influência maior no corpo hídrico antes do lançamento de efluente, o qual tem interferência antrópica, como o lançamento de esgoto in natura.