Biomarcadores em ecotoxicologia: amostras biológicas como ferramentas da exposição humana ao mercúrio associada ao pescado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.011.0020

Palavras-chave:

Toxicologia, Saúde Humana, Metilmercúrio

Resumo

O mercúrio é reconhecido por suas propriedades lesivas quando em contato com o ser humano, a forma orgânica do mercúrio o metilmercúrio (MeHg) é uma neurotoxina com grande implicação no desenvolvimento do encéfalo fetal. A determinação da exposição de populações a componentes tóxicos em especial ao mercúrio, principalmente na sua forma orgânica (MeHg), é realizada por meio de biomarcadores humanos que incluem principalmente o cabelo, sangue, urina e unhas que representam as concentrações reais de mercúrio presentes no organismo. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é revisar a literatura científica acerca dos biomarcadores das populações que consomem pescado, a fim de comparar sistematicamente a exposição global de MeHg entre adultos. A revisão de literatura foi realizada por meio de busca eletrônica sistemática entre os anos de 2008 a 2018, com descritores referentes a avaliação de risco humano à exposição ao metilmercúrio (MeHg). A partir das estratégias de busca 95 artigos foram incluídos na revisão. Dos 95 estudos envolvendo os biomarcadores, 64 (67,3%) descrevem exclusivamente as concentrações de mercúrio no cabelo e 16 (16,8%) no sangue. Não foram encontrados estudos que apresentassem as concentrações de mercúrio total exclusivamente na urina, 15 (15,7%) descrevem as concentrações de mercúrio total e/ou metilmercúrio em mais de um biomarcador (cabelo, sangue e/ou urina). Todos os estudos inclusos na presente revisão apresentaram uma avaliação de risco à contaminação por mercúrio, em relação à ingestão de peixes, 88 estudos (92,6%) apresentam o consumo diário/semanal/mensal/anual ou estimado da população estudada. Embora as concentrações de mercúrio variem por área de estudo, frequência de consumo de peixe e local de residência, a maioria dos estudos demonstraram concentrações de mercúrio superiores aos limites considerados seguros pelas agências regulatórias, como a US EPA de 1,0 µg/g.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Hellen Catharine Silva Batista, Universidade do Estado de Mato Grosso

Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2013) bolsista de Iniciação científica no projeto: Incapacidades físicas por Hanseníase: avaliação no diagnóstico e pós-alta. Bolsista em projeto de extensão: "Assistência de Enfermagem aos Portadores de Feridas atendidos no Ambulatório de Feridas do município de Cáceres". Experiência em assistência de enfermagem hospitalar nas clínicas de Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI), clínica cirúrgica, clínica médica e urgência e emergência. Pós-graduada em docência do ensino superior - FAVENI (2018), e em Gestão Estratégica em Unidade de Terapia Intensiva Adulto - FAVENI (2020), mestre em ciências ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2019), atuando em áreas da ecotoxicologia com ênfase na contaminação humana e da cadeia aquática por metais pesados especificamente por mercúrio. Atualmente é enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Cáceres e na Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso.

Wilkinson Lopes Lázaro, Universidade do Estado de Mato Grosso

Graduado em Ciências Biológicas e Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Mato Grosso. Doutor em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é pesquisador do Centro de Estudos em Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia do Pantanal da Universidade do Estado de Mato grosso. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: biogeoquímica de poluentes metálicos e organo-metálicos em ambientes aquáticos, uso de traçadores em estudos de processos de produção de MeHg em áreas alagadas, limnologia, ecologia de algas perifíticas, ecologia de macrófitas aquáticas, ecologia de comunidades icticas, estatística bayesiana/popperiana, desenho amostral, programação em R e Matlab. Membro do Grupo Conceitos Ecológicos e Etnológicos Aplicados a Conservação da Água e da Biodiversidade do Pantanal. 

Áurea Regina Alves Ignácio, Universidade do Estado de Mato Grosso

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso (1990), mestrado em Neurociências pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998) e doutorado em Ciências Biológicas (biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Pós doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro na área de Ecologia Aplicada (2016). É professora Adjunta da Universidade do Estado de Mato Grosso. Tem experiência na área de Morfologia e Toxicologia Ambiental, com ênfase no Sistema Nervoso, atuando principalmente na avaliação dos efeitos da intoxicação mercurial sobre o cérebro e monitoramento dos níveis de mercúrio na bacia do Alto Paraguai, ao longo da cadeia trafica aquática, incluindo mamíferos predadores topo de cadeia e o ser humano. É membro do INCT ADAPTA II/MCTI. Exerceu o cargo de Secretária de Estado de Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso, exercício 2012. Exerceu o cargo de Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UNEMAT, gestão 2010-2014. Coordena, desde 2018, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais na UNEMAT, nível de mestrado e doutorado - PPGCA.

Downloads

Publicado

2021-12-18

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)