Análise multicritérios como ferramenta de identificação de áreas aptas à expansão da dendeicultura na Bacia Hidrográfica do Rio Acará, PA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.008.0046

Palavras-chave:

Geoprocessamento, AHP, Amazônia, Tomada de decisão

Resumo

A incorporação da dendeicultura em território amazônico fez parte da idealização do crescimento econômico nacional vinculado à Amazônia, fomentada por programas e planos de desenvolvimento de cunho estatal e federal. A Bacia Hidrográfica do Rio Acará (BHRA) representa, atualmente, um importante papel na economia estadual referente à produção e exportação do óleo de palma, onde a cada ano que passa há um aumento das áreas destinadas à colheita do dendê na bacia. As geotecnologias, aliadas às bases de dados de sensoriamento remoto e processadas em Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), atuam como instrumento auxiliador no monitoramento, investigação e prevenção das modificações ambientais. O Processo de Análise Hierárquico (AHP) consiste em uma metodologia direcionada para aperfeiçoar processos de tomada de decisão quando há multicritérios a serem avaliados, gerando um modelo validado que quantifica e hierarquiza a importância de cada critério a partir de pesos estipulados. Dessa forma, objetivou-se identificar e quantificar as áreas aptas a incorporar a expansão da dendeicultura na BHRA, por intermédio da metodologia AHP, e comparar os resultados com o Zoneamento Agroecológico para a cultura da palma de óleo (ZAE-palma de óleo) da EMBRAPA. O Modelo Digital de Elevação (MDE) foi utilizado para a delimitação da bacia hidrográfica e extração da rede de drenagem e declividade. A classificação supervisionada de uso e ocupação do solo do ano de 2020 foi realizada a partir de cenas do satélite Sentinel-2. Todos os procedimentos relacionados ao geoprocessamento foram executados no software Qgis 3.16.6. Com o objetivo de identificar as áreas aptas à expansão da dendeicultura, estipularam-se os critérios que influenciam na sua determinação, sendo: declividade, distância das estradas, distância da hidrografia, uso e ocupação do solo, pedologia e geologia. As áreas com excelente aptidão ocuparam uma área de 523,91 km², representando 3,87% do total da área que corresponde a BHRA. Essa classe corresponde às condições ideais para a expansão da dendeicultura. As áreas classificadas com boa aptidão apresentaram área de 3.157,62 km², representando 23,33% da BHRA. As áreas classificadas como “sem aptidão” ocuparam a maior área na BHRA, com 6.889,02 km², representando 50,90%. A metodologia AHP demontrou-se mais eficiente e precisa na identificação das áreas aptas à expansão da dendeicultura em comparação ao ZAE-palma de óleo, apesar da utilização de diferentes critérios. A combinação da metodologia AHP com a aplicação de técnicas de geoprocessamento demonstrou-se extremamente útil na identificação de áreas aptas à expansão da dendeicultura na BHRA.

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Biografia do Autor

Albertino Monteiro Neto, Universidade Federal Rural da Amazônia

Graduado em Engenharia Ambiental & Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2021). Foi bolsista PIBIC-CNPq pelo Laboratório de Modelagem Hidroclimático da Amazônia (2018 - 2019), desenvolvendo atividades na temática de modelagem ambiental. Foi bolsista PIBIC-UFRA pelo Centro de Tecnologia Agropecuária (2020) desenvolvendo atividades relacionadas à qualidade da água, uso e ocupação do solo, geoprocessamento e sensoriamento remoto. Atualmente é mestrando no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Pará.

Ivan Carlos da Costa Barbosa, Universidade Federal Rural da Amazônia

Possui o título de graduação em Licenciatura Plena em Ciências com Habilitação em Química pela Universidade Federal do Pará (2005 - 2009), Belém- Pará e o título de Mestrado em Química: área de concentração em Química Analítica pela mesma instituição (2009 - 2011). Possui o título de especialista em Metodologia do Ensino de Biologia e Química (Uniter), especialista em Educação a Distância: Gestão e Tutoria (Uniasselvi) e especialista em Ludopedagogia (Uniasselvi). Já atuou como professor-tutor à distância no curso à distância de METALURGIA pela Escola Técnica Aberta do Brasil (E-TEC BRASIL) e Instituto Federal do Pará (IFPA) entre os anos de 2010 e 2013. Também atuou como professor AD-4 - Química pela Secretária Estadual de Educação do Estado do Pará entre 06/2011 a 11/2012. Atualmente, trabalha como professor efetivo (Adjunto II) - Área: Química - pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Campus Belém) de 11/2012 até a presente dada. Doutorado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará (04/2017 até 12/2020).

Ayslla Mendonça dos Santos, Universidade Federal Rural da Amazônia

Graduanda em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis na Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Belém-PA (2018). Foi voluntária PIVIC pelo Centro de Tecnologia Agropecuária (2019-2020), desenvolvendo atividades relacionadas à qualidade da água e caracterização físico-química de águas subterrâneas. Foi bolsista PIBIC-CNPq pelo Centro de Tecnologia Agropecuária (2020-2021), desenvolvendo atividades na temática de recursos hídricos e saneamento. 

Paula Maria de Melo Menezes, Universidade Federal Rural da Amazônia

Graduanda em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Belém/PA. Já esteve lotada na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará - SEMAS, vinculada ao Centro Integrado de Monitoramento Ambiental - CIMAM, analisando os recursos florestais e detectando suas alterações. Participou da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) da Ferrovia Paraense S.A (FEPASA), projeto vinculado ao Instituto Ciberespacial - ICIBE/UFRA em parceria com a Terra Meio Ambiente e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia - SEDEME. Foi PIBIC/CNPq do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG na área de Ecologia de Ecossistemas e Botânica. Foi PIBIC/FAPESPA do Centro de Tecnologia Agropecuária - CTA/UFRA na área de Ciências Ambientais e do Solo. Atualmente é PIBIC/CNPq do CTA/UFRA na área de Geotecnologias aplicadas aos Recursos Hídricos, também está lotada no Terminal Petroquímico de Miramar da Companhia Docas do Pará - CDP pela Gerência de Relação Porto-Cidade e Meio Ambiente - GERPMA.

Luciane Gomes Fiel, Universidade Federal do Pará

Mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Pará (PPGCA/UFPA). Engenharia Ambiental e de Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (2016-2021). Foi Bolsista PIBIC/UFRA (2018-2019)/ PIBIC/CNPq (2019-2020) e PIVIC/UFRA (2020-2021) no Laboratório de Microbiologia do Solo, atuando no Projeto "Alternativa de sustentabilidade de solos no contexto da agricultura familiar na Amazônia Oriental". Atuou na Companhia de Saneamento do Pará COSANPA (2016-2018), com análise fisico-química da qualidade água. Tem formação técnica profissional em Mineração pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA (2011-2015).

Marina Costa de Sousa, Universidade Federal do Pará

Engenheira Ambiental e de Energias Renováveis, pela Universidade Federal Rural da Amazônia(2021). Mestrado em andamento pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Pará( PPGCA/UFPA). Atuando no Laboratório de Modelagem Hidroclimática da Amazônia-LabHCAM, principalmente nos seguintes temas: Geoprocessamento e climatologia. Atuou na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, na Diretoria de Fiscalização Ambiental, desenvolvendo atividades de Fiscalização de Atividades Poluidoras e Degradadoras, dando apoio ao Grupo de Trabalho de vistorias e fiscalização ambiental ao Aterro Sanitário de Marituba. Possui graduação em Secretariado Executivo pela Universidade da Amazônia (2018).

Lucas Mota Batista, Universidade Federal do Pará

Graduação em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA/2021). Cursa Mestrado Acadêmico no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Pará (UFPA/2021) e Especialização em Tecnologias Sociais de Saneamento, Saúde e Ambiente na Amazônia do Instituto Federal do Pará (IFPA/ 2021). Atualmente é diretor presidente da Executiva Nacional dos Estudantes de Engenharia Ambiental (ENEEA) e atua principalmente nos seguintes temas: água potável, sustentabilidade, qualidade de vida, comunidades rurais amazônicas e tecnologias sociais. 

Rodrigo Richard de Lima Rodrigues, Universidade Federal Rural da Amazônia

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2019). Tem experiência na área de Geotecnologias, com ênfase em Ciências Ambientais e Ciências Florestais , atuando principalmente nos seguintes temas: analise ambiental do meio ambiente, sensoriamento remoto e conservação dos recursos naturais. 

Luiz Gonzaga da Silva Costa, Universidade Federal Rural da Amazônia

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia (1977 - antiga Faculdade de Ciências agrárias do Pará), mestrado em Ecologia pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2012). Atualmente é professor associado da Universidade Federal Rural da Amazônia. Coordenador de projetos: A inclusão social através da geração de trabalho, renda e alimento em comunidades rurais, Município de Mocajuba, Pará, Brasil; Programa de recuperação ambiental e conservação da microbacia do rio Peixe-Boi, Pará, Brasil; Desenvolvimento local e integrado: a socioeconomia, proteção e reabilitação ambiental da microbacia do rio Guamá, Pará, Brasil; Desenvolvimento local: a geração de trabalho, renda e alimentos em comunidades do vale do Acará, Pará, Brasil. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Silvicultura, atuando principalmente nos seguintes temas: ecologia florestal, ecologia aplicada e desenvolvimento local. 

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Publicado

2021-08-22

Edição

Seção

Tecnologia, Modelagem e Geoprocessamento

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