Uso de geotecnologias para o mapeamento das áreas de apicum em uma região ocupada pela atividade salineira

Resumo

O Código Florestal brasileiro possibilita a regularização das salinas instaladas em áreas de apicuns, devendo essa ocupação ser comprovada pelo empreendedor. Todavia, isso nem sempre é possível por métodos tradicionais, devido às alterações provocadas pelo empreendimento, fazendo-se necessário o uso do geoprocessamento combinado ao sensoriamento remoto. Assim, objetivou-se mapear a distribuição das áreas de apicuns na planície de inundação do estuário do Rio Apodi-Mossoró, explorado pela atividade salineira, anteriormente à sua ocupação. Para tanto, determinou-se as características fitofisionômicas da área analisada por meio de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Para o processamento dos dados, as imagens obtidas foram submetidas ao processo de correção geométrica e recortadas conforme à planície de inundação do estuário avaliado. Após o recorte, procedeu-se a composição colorida de imagem e as bandas escolhidas foram usadas para diferenciar os tipos de uso de solo na área analisada. Por fim, foram elaborados os mapas temáticos com os resultados obtidos. Constatou-se que o apicum ocupava quase 47% da área de estudo, seguido pelas salinas (42,81%) e vegetação de mangue (2,27%), respectivamente. As principais áreas ocupadas por vegetação arbórea de mangue estavam concentradas na região correspondente ao estuário baixo. Na região do médio estuário, observou-se a presença do mangue arbóreo, com uma faixa mais estreita, sendo prontamente substituída pelo apicum, enquanto no alto estuário, a vegetação de mangue aparecia apenas de maneira fragmentada. Dessa forma, pode-se inferir que as salinas instaladas nessa região podem requerer sua regularização ambiental, devendo para isso, assegurar a preservação das áreas ocupadas pela vegetação de mangue.