Relações empreendedoras no mercado do produtor de Juazeiro-BA, sob a perspectiva de Bourdieu
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2022.003.0005Palabras clave:
Empreendedorismo, Mobilização de capitais, Vale do São FranciscoResumen
O setor de fruticultura da região do semiárido movimentou, no ano de 2018, cerca de US $400 milhões em exportações. A agricultura irrigada tem contribuído para o desenvolvimento da região do Vale do São Francisco no nordeste do Brasil. Ela gera emprego, qualidade de vida e incentiva os agricultores a produzirem de forma mais eficiente, com qualidade e sem alterações no solo (CBHSF, 2018). O município de Juazeiro – BA destaca-se como um dos principais centros de produção e exportação de frutas do país. Todas as culturas são provenientes de áreas irrigadas, sendo as mais importantes manga e uva (Mangífera Indica e Vitis Vinifera). Entre tantos investimentos públicos e privados, existe o Mercado do Produtor, um centro de negociações referentes à produção regional, nacional e também pela comercialização de culturas provenientes de outros países, localizado neste município. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2020), o Mercado do Produtor em Juazeiro-BA é o primeiro do Norte e Nordeste em volume e comercialização, e o quarto maior do país nesse segmento. Empreendedores se articulam em determinado espaço e mobilizam capitais econômicos, sociais, culturais e simbólicos. Esta relação de uso determina comportamentos distintos e a partir destes, constitui o desenvolvimento de dinâmicas sociais. O objetivo do estudo é descrever o campo e o habitus dentro do Mercado do Produtor à luz da teoria de Bourdieu, a partir da análise em dinâmicas de desenvolvimento local no referido mercado. O problema estudado é como os empreendedores mobilizam os capitais econômico, social, simbólico e cultural sob a perspectiva de Bourdieu e como eles se posicionam hierarquicamente dentro do Mercado do Produtor em Juazeiro (BA). Neste estudo utilizou-se a pesquisa de campo exploratória e a descrição subjetiva da experiência vivida. Os participantes foram os permissionários com registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e a exclusão de permissionários informais, a partir de uma amostra não probabilística por conveniência e limitada pela técnica de saturação. A pesquisa proporcionou o desenvolvimento de um modelo analítico, que analisou de modo sistêmico a relação de dinamismo dos agentes em relação à mobilização dos capitais dentro da dinâmica social estabelecida, e ilustra a hierarquia e representatividade desses capitais com predominância de um capital, dada a dinâmica social existente. A estabilidade está na base, que está representada de baixo para cima, em relação ao grau de importância. Identificamos que os agentes mobilizam os capitais econômico, social, simbólico e cultural, respectivamente.
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