Além do modelo 3C em plataformas de colaboração: o caso da montadora local motors

Autores

  • Jorge da Silva Correia-Neto Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Jairo Simião Dornelas Universidade Federal de Pernambuco
  • Ronnie Edson de Souza Santos Universidade Federal de Pernambuco
  • Cleyton Vanut Cordeiro de Magalhães Universidade Federal de Pernambuco
  • Guilherme Vilar Universidade Federal Rural de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.6008/SPC2179-684X.2014.002.0003

Palavras-chave:

Colaboração, Interatividade, Modelo 3C

Resumo

Além do modelo 3C em plataformas de colaboração: o caso da montadora Local Motors Enquanto da web surgiu a sociedade da informação, da web 2.0, com suas aplicações online, plataformas e mídias, vem surgindo a sociedade da colaboração, que tem como diferenciais interatividade e participação. Na década de 1990, o modelo 3C conceituou colaboração como sendo formada pelas dimensões comunicação, coordenação e cooperação. Entretanto, ao se utilizar esse modelo para guiar o desenvolvimento de plataformas colaborativas atuais, tão sociais e interativas, surgiu o seguinte questionamento: ao se analisar o intuito das funcionalidades disponibilizadas pelas plataformas colaborativas atuais é possível visualizar algo além do modelo 3C? Neste novo contexto sócio-histórico, a interatividade informática criou uma nova modalidade comunicacional onde a mensagem é modificável, na medida em que responde às solicitações daquele que a consulta, explora e manipula; o emissor constrói uma rede (e não um caminho único) de territórios a explorar; e o receptor manipula a mensagem como coautor, verdadeiro conceptor, reforçando o sentido de participação, intervenção, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões. Em termos metodológicos, a pesquisa teve uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório-descritivo, a partir da análise das ferramentas disponíveis na plataforma de co-criação da Local Motors, que foi o caso estudado. Utilizando um método semelhante ao Delphi, a intenção de cada funcionalidade foi analisada por seis especialistas, num processo de seleção e classificação que ocorreu em quatro etapas: com um perfil público na plataforma foram identificadas as funcionalidades disponíveis; depois, de forma independente, houve a classificação das funcionalidades extraídas; em seguida, onde houve divergência foram buscados consensos; e, por fim, a lista final foi construída. Com a ajuda de casos de uso foram identificadas 11 funcionalidades. Como funcionalidades com a intenção de Coordenação foram identificadas as funcionalidades visualizar, criar e seguir. Com a intenção de Cooperação a funcionalidade denunciar. Com a intenção de Comunicação as funcionalidades votar e adicionar tópicos de discussão. Com a intenção de aumentar a Interatividade as funcionalidades de comentar, responder, compartilhar nas redes sociais, contribuir e participar de um desafio. Pôde-se concluir que, no presente caso, ao se analisar o intuito das funcionalidades disponibilizadas pelas plataformas colaborativas atuais é possível visualizar algo além do modelo 3C, a interatividade. No contexto do estudo de caso analisado, não parece ser possível descrever as ações realizadas dentro de ambientes colaborativos no contexto da web 2.0 sem este importante elemento.

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Biografia do Autor

Jorge da Silva Correia-Neto, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Sou professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco desde 2006 e atualmente atuo no bacharelado em Administração Pública a distância pela UAB-UFRPE. Sou graduado em Administração pela UFPE (2003), especialista em Docência do Ensino Superior pela FADEPE (2007), mestre em Administração pela UFPE (2005) e doutor em Administração pela UFPE (2014). Desenvolvo pesquisas nas áreas de sistemas de informação e redes sociais. Sou membro dos grupos de pesquisa CNPq - RedeTECNES - Informação e Tecnologia Colaborativa em Saúde, e NEPSI - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Sistemas de Informação. Tenho experiência profissional nas áreas de Informática e Administração, e docente em sistemas de informação, economia, administração geral e logística.

Jairo Simião Dornelas, Universidade Federal de Pernambuco

Possuo Graduação em Informática pela Universidade Federal de Pernambuco (1981), Graduação em Administração pela Universidade Católica de Pernambuco (1983), Mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (1988), Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000). Realizei estágios Pós-Doutorais na HEC-Montreal (Canadá) em 2007 e na Universidade do Minho (Portugal) em 2013. Fui membro do Conselho Universitário da Universidade Federal de Pernambuco (2004-2009), já tendo sido Coordenador de Curso de Graduação e de Pós-Graduação e Chefe de Departamento Acadêmico. Tenho experiência na área de Administração, com ênfase em Sistemas de Informação e de Apoio à Decisão, atuando principalmente nos seguintes temas: apoio à decisão, gestão da tecnologia da informação, tecnologias sociais e colaborativas, efeitos organizacionais das redes de computadores, aspectos sociais da tecnologia da informação .

Ronnie Edson de Souza Santos, Universidade Federal de Pernambuco

Atualmente, aluno de Doutorado no programa de pós-graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática, Universidade Federal de Pernambuco (CIn - UFPE). Possui título de Mestre em Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software, pela Universidade Federal de Pernambuco (2015) e de Bacharel em Sistemas de Informação pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2012). Tem experiência com pesquisas na área de Engenharia de Software e Informática na Educação. Atualmente, como membro do grupo de pesquisa HASE (Human Aspects in Software Engineering) desenvolve estudos relacionados com equipes de desenvolvimento de software, engenharia de software baseada em evidências e replicação de estudos empíricos em engenharia de software; e como membro do grupo Tecnes (Informação e Tecnologia Colaborativa em Saúde) desenvolve ações de pesquisa e extensão para geração de informação e para o desenvolvimento de processos e tecnologias, contextualizados em ambientes colaborativos, engenharia de software e objetos de aprendizagem. Profissionalmente, tem experiência com ensino em graduação, sendo professor de disciplinas da área de Engenharia de Software, Teoria da Computação e Linguagens Formais e Autômatos. Na indústria de software atuou como Engenheiro de Testes do projeto CIn/Motorola e como Analista de Requisitos de Software do projeto GenNet (UFRPE/AACD).

Cleyton Vanut Cordeiro de Magalhães, Universidade Federal de Pernambuco

Doutorando em Ciências da Computação no Centro de Informática (CIn-UFPE) . Mestrado em Ciência da Computação com pesquisa em Engenharia de Software empírica (Replicação de Estudos Empíricos em Engenharia de Software). Bacharel em Sistemas de Informação pela Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Durante a graduação pesquisou questões referentes à área de Informática na Educação, Redes Sociais e Sistemas de Recomendação. Além disso, foi bolsista CNPQ ATP-2, desenvolvendo jogos digitais para o projeto Museu de Oceanografia da UAST. Entre 2014 e 2015 fez parte do corpo docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Pernambuco (FATEC), como professor das disciplinas Estrutura de Dados e Arquitetura de Computadores. Anteriormente atuou como designer de interação no Projeto GenNet, no desenvolvimento de uma rede social colaborativa de apoio a portadores de doenças genéticas.

Guilherme Vilar, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Possui graduação em Engenharia Elétrica [C. Grande] pela Universidade Federal da Paraíba (1977), mestrado em Engenharia Biomédica pela Universidade Federal da Paraíba (1982) e doutorado em Génie Biomédicale - Universite de Technologie de Compiegne (1990) / Rev. Ciência da Computação UFPE . Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes temas: telemedicina, ambientes de trabalho colaborativos aplicados à saúde, processamento de imagens, comunicação em saúde, sistemas de informação em saúde, e objetos de aprendizagem.

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Publicado

2014-11-15

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